A GESTÃO ESCOLAR E O DESAFIO DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

A GESTÃO ESCOLAR E O DESAFIO DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM AUTISMO^[1]

Autor: Elisângela Amaro Almeida Silva^[2]

Profª Orientadora: Andreia Serra Azul da Fonseca^[3]

RESUMO

Este trabalho aborda a importância da gestão escolar e seu desafio de incluir crianças com autismo, o tema refere-se a um estudo de caso de uma escola particular de Fortaleza, na qual apresenta dificuldades em trabalhar com crianças autistas. Os objetivos dessa pesquisa procura analisar estratégias usadas pela instituição para acolher essas crianças, mostrando as dificuldades nela encontradas. A pesquisa foi desenvolvida por meio de um estudo bibliográfico e de campo, onde foi analisada a questão da dificuldade em incluir crianças com autismo e descrever o que há na escola para ser transformado num lugar confortável e apropriado para atender as necessidades dessas crianças. Foram sujeitos da pesquisa professoras da educação infantil e fundamental I juntamente com a coordenadora. A coleta de dados foi feita a partir de questionários e por meio da análise de conteúdo percebeu-se que um dos grandes desafios da gestão em incluir as crianças autistas numa educação de qualidade é a falta de capacitação dos educadores, além de espaços físicos e recursos materiais.

 

Palavra-chave: Autismo. Inclusão. Educação.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho discute a inclusão de crianças com autismo no processo regular de ensino numa escola privada de Fortaleza. A referida escola funciona com turmas da educação infantil ao 9º ano e trabalha na perspectiva de inclusão de crianças com autismo. A mesma apresenta uma enorme falta de preparação no âmbito geral como: estrutura apropriada, material didático para o trabalho dos educadores, etc.

 Não havendo espaço apropriado para atender as necessidades dos alunos e professores, estes não são qualificados para receber os alunos e trabalhar de forma correta, pois não têm preparação (formação) para trabalhar as disciplinas de maneira adequada. No entanto as escolas têm a missão de recebê-las, já que a lei 7.853/89 obriga todas as escolas a aceitarem a matricula de alunos com deficiência e transforma em crime a recusa a esse direito, mesmo sem a estrutura e suporte necessários para atender essa demanda. 

Sobre esses direitos, segundo a declaração de Salamanca, 1994

-Toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter um nível adequado de aprendizagem;

- Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combates atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância o custo da eficácia de todo o sistema educacional. (Declaração de Salamanca, 1994)

Dessa forma, não são os alunos autistas que deve se adequar as escolas, mas as instituições que precisam se adaptar a elas. Assim, esse trabalho tem como objetivo pesquisar as dificuldades de inclusão de crianças com autismo numa escola privada de Fortaleza, contribuindo para a gestão da escola em questão, para que haja uma qualidade de ensino satisfatória para todos. Nessa instituição será observada a infraestrutura para receber crianças com esse tipo de deficiência, além de verificar as qualificações e formações das professoras para ministrar as aulas para esse público.

PROBLEMATIZAÇÃO

O direito à educação é garantido pela Constituição de 1988 a todos os brasileiros, porém algumas escolas fecham suas portas para pessoas com transtorno espectro autistas (TEA), mesmo sabendo da Lei Berenice Piana de n° 12.764, que diz que a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência e tem direito à educação e ao ensino profissionalizante.

E por que ainda essa inclusão não acontece? O maior problema encontrado nas escolas é que se espera uma mudança nos autistas para adaptar-se no ambiente escolar, no entanto são as escolas que precisam ser transformadas para recebê-las.

E essas inquietações sobre a inclusão de crianças com autismo e a real situação das escolas seja elas particulares ou públicas, nos remete a questionar: Que dificuldades a gestão escolar enfrenta para receber crianças com autismo?

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Conhecer a dificuldade da gestão da escolar no processo de inclusão de crianças com autismo em turmas da educação infantil e fundamental I de uma escola particular de Fortaleza.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

➢  Verificar o trabalho da gestão para acolher essas crianças com autismo.

➢  Examinar as condições do ambiente escolar para receber as mesmas.

➢  Analisar as formações dos educadores na preparação para a educação dessas crianças.

        

3 JUSTIFICATIVA

O tema autismo nos remete a grandes indagações, pois o autista ainda é tido como uma criança que não sorri e que não olha pra você quando se conversa com ela. Com tudo, estudos apontam que o autismo é caracterizado pela incapacidade de estabelecer contato visual e afetivo com outra pessoa.

Como professora da escola, senti a necessidade de estudar este assunto para compreender as barreiras encontradas tanto pelo aluno autista, quanto pela escola em conseguir recebê-la, bem como apresentar sugestões de superações de ambas.

Algumas escolas vêm recebendo essas crianças para incluí-la nas atividades escolares sem ter uma estrutura necessária como espaço maior e jogos apropriados. E os professores não estão preparados para dar uma atenção maior a elas, pois não têm o curso qualificado para trabalhar com crianças especiais.

Por esse motivo consideramos interessante pesquisar esse tema “A gestão escolar e o desafio de inclusão de crianças com autismo”, porque é uma deficiência pouco conhecida e que deve ter um olhar mais carinhoso para que essa população não fique mais distante e passe a se envolver com o restante da sociedade.