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A Intolerância Religiosa no Ambiente Escolar

Por:   •  17/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.632 Palavras (11 Páginas)  •  254 Visualizações

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO

FACULDADE CRISTO REI DE CORNÉLIO PROCÓPIO - FACCREI

KEIDE DA SILVA NUNES

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO AMBIENTE ESCOLAR

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

2018


INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO

FACULDADE CRISTO REI DE CORNÉLIO PROCÓPIO - FACCREI

KEIDE DA SILVA NUNES

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO AMBIENTE ESCOLAR

Artigo Científico de modelo, preparado pelo Instituto IBE e Faculdade Cristo Rei de Cornélio Procópio – FACCREI. como ferramenta de apoio ao aluno, na confecção do seu Trabalho de Conclusão de curso.

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

2018


INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO AMBIENTE ESCOLAR

Keide Da Silva Nunes[1]

RESUMO

Os incidentes de discriminação, intolerância e, inclusive violência, têm sido muito comuns na sociedade atual, o ambiente escolar não se exclui neste contexto citado. A fé e a espiritualidade, que deveriam agregar valores para o indivíduo para com o próximo, muitas vezes contraria a sua própria definição de respeito e amor. É possível encontrar exemplos de intolerância nas salas de aula, que os educadores manifestam sua fé de forma autoritária, reprimindo o aluno e muitas vezes causando danos psicológicos. Isso se dá pela crença que o indivíduo tem que sua fé é absoluta, e que qualquer outra forma de espiritualidade diferente da sua é uma forma de maldição. É documentado, que esta forma de agressividade a crenças diferentes da predominante existe desde idade média, sendo motivos de guerras e extermínios. Este artigo define os conceitos de intolerância e exemplifica os fatos documentados que ocorreram no ambiente escolar.

Palavras-chave: intolerância religiosa, espiritualidade, religião, ambiente escolar

Introdução

A intolerância religiosa pode ser um assunto muito vago e delicado, apresentando-se em diversas intensidades: desde um desrespeito, o que infringe o direito de liberdade religiosa, até atos de violência e disseminação de ódio. Nesta linha de pensamento, tolerância se classificaria como sentimentos de respeito e compreensão. Ainda, é possível se perceber que, atualmente, o termo “intolerância” tem sido bastante banalizado, simplesmente por diferenças de opiniões, fazendo com que muitas vezes a intolerância religiosa não seja levada a sério. A tendência então, é que se volte ao pensamento centralizador, onde existe apenas uma verdade absoluta. Está presente nas relações humanas baseadas em sentimentos e crenças relacionados à religião, uma prática que se justifica em nome de uma divindade, não podendo existir concorrência.

Mesmo com avanços em termos legais, o Brasil não possui uma classificação concreta de “intolerância religiosa”, porém tal ato se encaixa nas definições do crime de “discriminação”, inafiançável, estabelecido pela lei nº 7.716/89 (GUIMARÃES, 2004).

De um ponto de vista religioso há a hipótese de que as raízes da intolerância religiosa retornam a mudança do politeísmo para o monoteísmo, assim a perpetuação das religiões que apresentam apenas um deus como foco.

Porém a intolerância religiosa não se restringe somente às ações de grupos, instituições e manifestações religiosas no sentido individual ou coletivo, logo é impossível se analisar isolados dos contextos históricos, sociais, econômicos, políticos e culturais.

Quando a política e religião se unem, a intolerância laica e religiosa atua em conjunto, havendo registros históricos de manifestações de resistência. O que faz refletir quando se trata de intolerância, o que significa o seu significado oposto, assim os conceitos são definidos.

Tolerância

Definindo-se a tolerância de acordo com Blackburn (1997) temos a abstenção de agir contra o que reprovamos, de respeitar o que se julga diferente do indivíduo e tentar compreender as diferenças nos temos de outros.

Já segundo Habermas (2007):

[…] a tolerância é um termo que vem do latim tolerare que significa suportar, aceitar, estando associado à religião, sendo visto a partir do direito, estabelece, um comportamento de aceitação frente às minorias religiosas. […] a tolerância possui três componentes: recusa, aceitação e repulsão. […]a recusa de convicções e práticas, a aceitação de argumentos e a rejeição quando se admite comportamentos de tolerância e de intolerância. […] tolerar começa quando se elimina o preconceito em relação a uma minoria ou da maioria. (p.282).

Tolerar não significa de fato concordar, a pessoa que é tolerante não aprova o que tolera, mas vive com sua existência. Para a tolerância existir, faz-se necessário a existência de motivos para que se aceite algo que não é aprovado. Ser tolerante é ser benevolente com algo que, normalmente, não se aceita, baseando-se em razões mais importantes que esse algo.

Assim, as razões para rejeitar serão menores do que as razões para aceitar a situação, tornando essa atitude tolerante.

Já em um cenário onde possuem razões mais fortes para rejeição do que para o respeito, o ato não só causa intolerância, mas também o combate desta linha de raciocínio. Então é necessário distinguir o que é possível de ser aceito e o que é impossível. Quando o indivíduo compreende algo que é intolerável, quer dizer que é algo que não se aceita, intolerável.

A religião, toma para si o direito de expressar em espaços públicos, mas acaba apresentado dificuldades em tratar da diferença. A palavra intolerância carrega três sentidos (RODRIGUES, 2013):

  • Teológico: o que se diz respeito a doutrinas diferentes;
  • Político: se trata de diferentes práticas políticas adotadas dentro de um padrão socialmente adotado;
  • Social: relaciona-se ao gesto de compreensão com as divergências nas relações sociais.

Assim, o termo “tolerância” também se identifica como “compreensão” e “respeito”, porém os relatos ao longo da história tendem a contrapor esta definição, que serão brevemente discutidos a seguir.

O cristianismo operou em desencontro com estas definições descritas, adotando uma lógica de segregação. Como bem dizem Segato et al. (1997), o cristianismo somente deixou de ser intolerante quando concordou em ser “uma religião entre as outras, uma possibilidade salvadora entre as outras”.

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