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A arte como aliada no ensino da geometria plana

Relatório de pesquisa: A arte como aliada no ensino da geometria plana. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  16/5/2014  •  Relatório de pesquisa  •  3.387 Palavras (14 Páginas)  •  531 Visualizações

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A ARTE COMO ALIADA NO ENSINO DA GEOMETRIA PLANA Juliana Cruz da Silva Licencianda em Matemática Universidade Católica de Brasília

Resumo: Este artigo tem a finalidade de mostrar quão intrínseca é a relação entre as artes do espaço (arquitetura, pintura e escultura) e a geometria, a partir da técnica de leitura de imagem. Nesse contexto, é destacável o papel da geometria plana no que tange a permitir aos educandos do ensino fundamental a compreensão, descrição e representação de formas e medidas que lhe são apresentadas direta ou indiretamente no mundo em que vive. Na aprendizagem da Matemática este suporte é a possibilidade do “fazer matemática”: experimentar, visualizar múltiplas facetas, generalizar e enfim conjecturar. Exemplos de alguns ambientes ilustram tal processo. Palavra-chave: Geometria e Arte, Leitura de Imagem

1. INTRODUÇÃO

Uma vez que as questões geométricas costumam despertar o interesse dos alunos de forma natural e espontânea além de ser um campo vasto de situações-problema que favorecem o desenvolvimento das capacidades para argumentar, construir conceitos, apropriando-se de um conhecimento que serviria para compreender e transportar para a realidade, já não se pode admitir atualmente que o ensino da disciplina seja norteado por preleções tediosas que não valorizam o caráter utilitário da geometria. Diante disso, este artigo tem a finalidade de apresentar aos docentes do ensino fundamental, sugestões para que o ensino da geometria plana se torne mais prazeroso e fascinante.

No desenvolvimento deste trabalho, pretende-se mostrar que, por intermédio das artes do espaço, é possível trabalhar conceitos geométricos diversos de forma simples sem que, no entanto, o rigor matemático seja esquecido.

Na nova perspectiva de ensino-aprendizagem, onde o conhecimento é construído a partir de muita investigação e exploração e a formalização é simplesmente o coroamento deste trabalho, a técnica de leitura de imagem é perfeitamente aplicável. Contudo, é necessário ser critico e cuidadoso no processo de uso desta técnica, visto que esta, por si só, não garante o êxito no processo de ensino da geometria.

Muitas das recomendações aqui apresentadas baseiam-se na experiência adquirida pela autora através de observações em sua vida acadêmica e mais recentemente, enquanto educadora. Em virtude do pequeno espaço disponível este artigo só aborda as questões mais relevantes e de forma sucinta.

2. LEITURA DE IMAGEM (OBSERVAÇÕES IMPORTANTES)

Em linhas gerais, Leitura de Imagem são a observação e análise visual, táctil, sensorial e/ou através de outros sentidos de uma obra de arte (quadros, fotos, criações arquitetônicas, filmes e

livros) seguida de uma descrição a mais sucinta e clara possível. Inicialmente percebe-se a obra finalizada, o resultado do trabalho produzido pelo artista. No momento seguinte inicia-se uma investigação sobre os meios utilizados pelo artista para produzi-la e por último busca-se a vida do artista. Os passos acima diferem de pessoa para pessoa, mas nas aulas pode-se produzir um caminho para munir os professores do Ensino Fundamental e estes, conseqüentemente, o alunado de informações e detalhes para produzir uma leitura de imagem mais ampla e profunda, abordando novos detalhes e novas informações.

A importância das informações e dos detalhes que um professor do Ensino Fundamental e/ou aluno consegue explorar em uma composição artística através da observação e da leitura de imagem, é que elas são individuais e diferentes para cada profissional e aluno, coincidindo às vezes e o papel do professor é fazer respeitar a leitura de imagem produzida pelos alunos. O respeito pela opinião dos alunos e o fato de o mesmo poder expor para o grande grupo, cria um laço de respeito e consideração entre o professor e o aluno. A conseqüência desse respeito faz com que o aluno se sinta importante e capaz, assim a sua motivação e a auto-estima apresentam um considerável aumento.

Através do método de leitura de imagem pretende-se trabalhar novas formas de proporcionar aos alunos uma melhor compreensão da Geometria Plana, partindo do cotidiano dos mesmos e conhecendo a sua forma de pensar por procurar saber o que lhe atrai a atenção quando não está na escola. É importante frisar, no entanto, que a utilização deste elemento na sala de aula deve ser feita de forma eficiente e envolvente, sob o risco de não desperdiçar a potencialidade do mesmo.

3. UM POUCO DA HISTÒRIA DA GEOMETRIA

Muito antes da formalização dos conhecimentos que os homens criavam, baseados em suas experiências, as bases que, posteriormente, fundamentariam a Geometria, foram construídas e permeadas essencialmente pelo conhecimento que os mesmos possuíam, ainda que de forma intuitiva, visto que estes, em sua maioria, estavam associados ao cotidiano por eles presenciados sob os mais diversos aspectos.

Observamos também, diversos outros momentos em que a Geometria foi empregada pelos povos considerados primitivos: na construção de objetos de decoração, de utensílios, de enfeites e na criação de desenhos para a pintura corporal. Formas geométricas, com grande riqueza e variedade, aparecem em cerâmicas, cestarias e pinturas de diversas culturas. Nestas manifestações artísticas já apareciam formas como triângulos, quadrados e círculos, além de outras mais complexas.

As origens da Geometria (do grego medir a terra) parecem coincidir com as necessidades do dia- a-dia. Partilhar terras férteis às margens dos rios (os egípcios, por exemplo, há mais de 4500 anos, já usavam a Geometria nas situações de medições das terras que ficavam as margens do rio Nilo que transbordava todo ano e que eram divididas para o cultivo.), construir casas, observar e prever os movimentos dos astros são algumas das muitas atividades humanas que sempre dependeram de operações geométricas e, de alguma forma, as impulsionaram. Registros sobre as antigas civilizações, egípcia e babilônica, trazem bons conhecimentos do assunto, geralmente

ligados à astronomia, uma vez que as descrições de fenômenos ligados aos astros instigaram por séculos os povos antigos. Os gregos, por exemplo, se mostravam curiosos quanto às questões ligados ao infinitésimo. As primeiras unidades de medida referiam-se direta ou indiretamente ao corpo humano: palmo, pé, passo, braça, cúbito. Por volta de 3500 a.C. - quando na Mesopotâmia e no Egito começaram a ser construídos os primeiros templos - seus projetistas tiveram de encontrar unidades mais uniformes e precisas. Adotaram a longitude das partes do corpo de um único homem (geralmente

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