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As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como Auxílio na Educação Musical dos Alunos Deficientes Visuais

Por:   •  17/8/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.141 Palavras (13 Páginas)  •  617 Visualizações

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As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como Auxílio na Educação Musical dos Alunos Deficientes Visuais – Projeto de Pesquisa

Alexandre Henrique dos Santos

alexjazzbass@gmail.com

Resumo: O presente projeto pretende desenvolver uma pesquisa usando as tecnologias de informação e comunicação – TIC, para o auxílio à educação musical de deficientes visuais. Também serão estudadas novas abordagens de desenvolvimento em relação aos softwares leitores de tela, bem como outras metodologias fazendo uso de miniaturas de instrumentos impressos em 3D ou por outro processo ainda a ser estudado. O campo de pesquisa será o Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central Cesar Lattes da UNICAMP. Na fase posterior será proposta a implementação de um projeto piloto a ser desenvolvido em institutos e centros de atendimentos às pessoas com deficiência de Campinas e Limeira – S.P. O estudo busca cumprir uma lacuna de inclusão social, buscando alternativas para a inclusão digital - e consequentemente social - dos deficientes visuais em aplicações musicais no campo das TIC.

Introdução

        A visão é um dos órgãos mais significativos para a aquisição de informações. Louro (2012) nos diz que aproximadamente 75% de nossa percepção se dê por meio deste órgão (LOURO, 2012, p. 247). Uma falha no sistema visual pode comprometer a qualidade de vida e consequentemente o aprendizado do indivíduo deficiente de diferentes maneiras. No caso dos músicos deficientes visuais – DV, existe uma série de barreiras que prejudicam seu desenvolvimento. Embora exista o senso comum de que os músicos cegos têm a audição mais apurada, Louro (2012) nos diz que, ainda que as pessoas DV usem mais o sentido da audição e assim desenvolvem mais esta percepção para os eventos do cotidiano, não quer dizer que o ouvido musical seja automaticamente desenvolvido, ou seja, audição aguçada para coisas do cotidiano é diferente de ouvido musical (LOURO, 2012, p. 263).

Por outro lado, podemos perceber que a sociedade contemporânea tem suas ações cotidianas estabelecidas em grande parte, em processos que envolvem o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação - as chamadas TIC para a realização de tarefas. Segundo Ramos (2008), estão neste contexto dispositivos como o computador, smarthphones (celulares inteligentes), tablets e a própria internet. O uso destes dispositivos está influenciando significativamente a maneira de interação, trabalho e comunicação dos usuários, ao passo que, como nos diz Braga (2013), as pessoas que não possuem contato com essas tecnologias já estão sofrendo pressões sociais por serem apontadas como indivíduos que atrasam processos. Neste cenário os DV têm outro desafio: além dos obstáculos já existentes para a inclusão social, agora os DV também precisam ser incluídos digitalmente.

Um dos obstáculos enfrentados pelos DV é que as TIC normalmente não são construídas para pessoas com deficiência visual, o que acontece (quando acontece) é uma adaptação de tecnologias fabricadas para pessoas “normais” utilizadas com alguma mudança para tornar-se acessíveis às pessoas deficientes.

Louro (2012) nos lembra que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o ano de 1981 como sendo o “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”, o que levou a uma série de reflexões, conscientizações e pesquisas relacionadas à inclusão social das pessoas com deficiência, criando assim um novo conceito chamado de Paradigma de Suporte. O Paradigma de Suporte se baseia no pressuposto de que “a pessoa com deficiência tem direito à convivência não segregada e ao acesso imediato e contínuo aos direitos disponíveis aos demais cidadãos” (LOURO, 2012, p. 27). A partir dessa ideia a autora diz que “cabe à sociedade adequar-se à necessidade de todas as pessoas” (LOURO, 2012, p. 28). Desta maneira a presente pesquisa, justifica-se pelo fato de poder contribuir para o processo de inclusão digital e social das pessoas DV, e sobretudo dos músicos e estudantes de música com problemas de visão.

O presente estudo também pode contribuir para oferecer um caminho metodológico para a discussão presente na educação atualmente, sobre a inclusão do aluno com algum tipo de deficiência na sala de aula com alunos sem deficiência limitadoras, como a visual, por exemplo. Esta pesquisa pode ajudar a trazer soluções aos professores que lidam com este tipo de situação em sala de aula.

Atualmente, as leis implementadas no Brasil, na ideia de socialização, buscam colocar os alunos com qualquer tipo de deficiência em uma sala de aula regular. Desta maneira configura-se uma conjuntura em que o professor precisa adquirir habilidades que não fizeram parte da sua formação para lidar com tal situação, além de enfrentar as dificuldades intrínsecas apresentadas pelos alunos ditos normais (lembrando que, em grau maior ou menor, os alunos com deficiência necessitam de uma atenção mais direcionada).

        Espera-se que com o presente estudo os músicos e alunos DV possam fazer das TIC uma ferramenta de acessibilidade digital e também musical, pois embora seja um trabalho bastante complexo e desafiador, precisa ser feito.

  1. Proposta Metodológicas para músicos DV

A evolução tecnológica computacional das últimas décadas, teve significativa influência na área musical, através da popularização do computador e da internet, além do desenvolvimento de hardwares e softwares específicos para aplicações musicais. Atualmente, o músico ou estudante de música que tem acesso à informática, tem a possibilidade de interagir com softwares editores de partituras, editores de áudio, gravadores multipistas, softwares instrucionais usados para percepção de intervalos, acordes e escalas e acesso às bibliotecas virtuais de áudio e vídeo (vale lembrar que para que o músico usufrua destes recursos, é necessário que o mesmo tenha proficiência em informática, no mínimo em nível básico).  Sendo assim, é necessário que estas possiblidades se tornem também acessíveis aos músicos DV, porém, é inegável ainda, a grande dependência das pessoas com deficiência visual, tanto para a operação de softwares, como no acesso ao material bibliográfico (em formato digital) para a realização dos estudos musicais. Estes fatores sem dúvida causam um descompasso no processo de aprendizado e na questão da igualdade nos ambientes de aprendizagem bem como nos processos profissionais.

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