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O PERFIL DOS EDUCADORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA EM ESCOLAS DO BAIRRO BACURI

Por:   •  29/1/2020  •  Artigo  •  5.513 Palavras (23 Páginas)  •  254 Visualizações

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O PERFIL DOS EDUCADORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA EM ESCOLAS DO BAIRRO BACURI[1]

Gilmara Cabral Lima Maciel²

Vanessa de Andrade Gonçalves²

Veríssima Dilma Nunes Clímaco³

RESUMO: Esta pesquisa objetivou investigar o perfil dos educadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir de duas escolas públicas situadas no bairro Bacuri na cidade de Imperatriz – Maranhão, abordando também o histórico dessa modalidade na educação brasileira, e a importância da formação do educador desta modalidade. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizada como metodologia a pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva, bibliográfica, sendo que a técnica usada para coleta de dados foi o questionário estruturado. Os dados coletados durante a pesquisa de campo, permitiram concluir que muitos dos educadores que hoje atuam na EJA possuem formação superior, mas, em sua maioria, são habilitados apenas para trabalharem no ensino fundamental e no ensino médio.

Palavras–Chave: Perfil do Educador, Formação dos professores, Educação de Jovens e Adultos

ABSTRACT: This research aimed to investigate the profile of the educators of the Youth and Adult Education (EJA), from two public schools located in Bacuri neighborhood in the city of Imperatriz - Maranhão, also addressing the history of this modality in Brazilian education, and the importance of training the educator of this type. For the development of the research methodology was used as a qualitative, exploratory, descriptive literature, and the technique used for data collection was structured questionnaire. The data collected during field research showed that many of the educators who currently work in adult education have higher education, but, mostly, are enabled to work only in elementary school and in high school.

Keywords: Profile educator, training of teachers, Education for Youth and Adults

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que o educador que trabalha com Educação de Jovens e Adultos geralmente não possui formação adequada para atuar nesta modalidade de ensino e não recebe atenção suficiente nos cursos de formação. Os educadores da EJA também estão ausentes de boa parte dos debates em torno das políticas públicas centradas na questão das relações entre escola e sociedade. Ocorre, assim, uma crescente descaracterização dos cursos de formação. Os professores da EJA convivem ainda com a falta de livros e com a pouca contribuição das universidades, no que concerne às questões de ensino e formação para o trabalho docente (RIBAS e SOARES, 2012; GATTI, 1997).

 Para um melhor entendimento este trabalho está dividido da seguinte forma: primeiramente apresenta algumas considerações sobre o histórico da EJA ressaltando os pensamentos de importantes teóricos a respeito da temática; em seguida um levantamento bibliográfico sobre o perfil e a formação dos educadores da EJA e posteriormente discute-se sobre os resultados e análises dos dados coletados durante a pesquisa de campo.

A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário, como objetivo de investigar o perfil desse educador da Educação de Jovens e Adultos, identificando sua formação, e como valorizam a formação continuada. Assim, o interesse inicial por essa pesquisa que surgiu durante o estágio supervisionado em Educação de Jovens e Adultos, através de relatos de alguns docentes do ensino fundamental e médio que atuam como professores na EJA em escolas públicas, foi contemplado temporariamente, considerando que os professores pesquisados se constituem um pequeno percentual do universo de professores da cidade de Imperatriz.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico da EJA

A educação brasileira é percebida desde o período colônia com a catequização dos índios, adultos e crianças. No período de 1824 começara a existir as primeiras escolas noturnas ligadas a Educação de Jovens e Adultos “instituição primária e gratuita para todos os cidadãos” conforme (BRASIL,2002 p.13), com duração três meses e a qualidade era mínima.

Assim, na história do Brasil a educação brasileira, há que se ressaltar que sempre apresentou falhas em sua organização. Se iniciando no período colonial pela imposição com a catequização dos índios, depois o fato de apenas a minoria ter a oportunidade de acesso à educação, contribuído assim com a pobreza e a falta de oportunidades sociais para muitos.

Na década de 20 do século XX a luta contra o analfabetismo estava travada “muitos movimentos civis, e mesmo oficiais, se empenham na luta contra o analfabetismo” (BRASIL,2002 p.13). Mas, segundo o mesmo autor, somente uma década mais tarde, finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação. Dessa forma, a alfabetização de Jovens e Adultos fora regida pelo governo federal, mas o único interesse dessa alfabetização era apenas política. “A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios” (BRASIL, 2001, p.19).

Nessa linha histórica na década de 40 com o fim da ditadura militar a educação de adultos ganha seu espaço, pois “era urgente a necessidade de aumentar as bases eleitorais para a sustentação do governo”. (BRASIL, 2001 p.20). O Ministério da Educação e Cultura - MEC promoveu grandes campanhas de educação de adolescentes e adultos para a formação dos mesmos com o intuito que eles se inserissem na comunidade, que necessitava de mão de obra qualificada e alfabetizada “... impondo a necessidade de uma mão-de-obra local aliada a importância da manutenção de ordem social”. (BRASIL,2002 p.14). Desse modo, nesta década foi firmado a questão política nacional ligada a educação da EJA “Constituição de 1934, instituiu nacionalmente a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário para todos” (BRASIL,2002 p.13).

No decorrer da história da EJA no Brasil, é relevante ressaltar a década de 60, marcada pela presença de Paulo Freire que dirigia o Plano Nacional de Alfabetização – PNA cujo objetivo era oferecer a educação primária para adolescentes e adultos, sendo o mesmo aprovado somente em janeiro de 1964. Logo em seguida, Paulo Freire expandiu a nível nacional o sistema criado por ele que distinguia a educação libertadora da educação funcional, e colocava no centro da situação o professor como:

Um educador humanista, revolucionário, não há de esperar esta possibilidade. Sua ação, identificando-se, desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da humanização de ambos. Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da entrega do saber. Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder criador. (FREIRE, 2013 p.86)

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