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Resenha Crítica "Falar com as mãos"

Por:   •  29/11/2018  •  Resenha  •  483 Palavras (2 Páginas)  •  89 Visualizações

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Resenha Crítica da reportagem “Falar com as mãos”, publicado na revista Nova Escola, edição 221 de 01 de abril de 2009, por Cinthia Rodrigues.

A inclusão de crianças com deficiência auditiva sempre foi polêmica, mas recentemente ganhou um novo rumo. De acordo com a política do governo, elas não devem mais ficar segregadas nas escolas especiais e precisam estudar em unidades comuns, com um intérprete que traduza todas as aulas para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o contra turno preenchido por atividades específicas para surdos. Problema resolvido? Nem de longe. Enquanto entidades apontam a falta de estrutura para a implementação das regras, os docentes recebem parte dessa nova clientela e estão criando formas próprias de trabalho - muitas com sucesso.

Não é uma tarefa fácil e cada caso é um caso. Para ensinar quem não ouve, tem de falar mais e o giz e quadro negro fica em segundo plano. O ouvinte entende a sequência de palavras escritas porque tem uma cultura prévia oral. Já quem não ouve está sendo apresentado ao português como um todo e não conhece a organização da língua. "Os conjuntos de palavras podem não fazer sentido na maneira como ele aprendeu a pensar. É como traduzir apenas as palavras de um texto em alemão ou chinês. Não é o suficiente para a compreensão do todo". Outra questão que se coloca é a dúvida dos docentes se darão conta, se estão prontos para o desafio. Tudo se torna uma questão de adaptação: a postura, a maneira de falar, a avaliação e, principalmente, os materiais.

No entanto, mesmo com materiais diferenciados e maior número de explicações orais, um cuidado essencial deve ser tomado para garantir um trabalho de sucesso. O educador precisa se policiar para não fazer duas versões da aula - uma para os alunos que escutam e outra para os deficientes auditivos.

A reportagem traz um panorama geral bem intencionado tentando mostrar exemplos de inclusões que funcionaram bem em escolas específicas graças à dedicação de professores que se reinventaram na tentativa de acolher esses alunos surdos, buscando novos recursos, novas técnicas, novas dinâmicas, se adaptando à nova realidade, sem, portando se descuidar dos outros alunos, os ouvintes. A grande realidade, porém é outra.

Escolas sem intérprete, sem atividades no contra turno, e professores sem o mínimo de capacitação para receber esse novo público é a realidade de grande parte das escolas do país. É essencial que se faça inclusão, mas de maneira estruturada, a se começar pela capacitação de professores e intérpretes, material adequado, e a própria estrutura escolar preparada para receber alunos com necessidades especiais.

De qualquer forma, é um começo. Mesmo que seja um começo um tanto atropelado, mas é um caminho a ser trilhado pelos educadores do novo milênio, qual seja a busca de condições dignas e igualitárias a todos pois a inclusão de alunos com necessidades especiais é essencial para uma sociedade mais justa.

Por: Marcelo Alvarenga

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