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Atuação do Psicologo Perante o Câncer

Por:   •  6/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.578 Palavras (19 Páginas)  •  146 Visualizações

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Câncer

O Câncer é a segunda doença causadora de mortes no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Na América Latina o câncer cresceu 73% entre o inicio da década de 60 e no final de 80 (CAMON,1998).

A incidência do câncer em todo o mundo cresceu 20% na última década. A Organização Mundial de Saúde fez uma projeção e espera-se que até 2030 tenham mais de 27 milhões de novos casos e 17 milhões de óbitos. Os países em desenvolvimento serão os mais afetados, incluindo o Brasil (OMS, 2013).

O câncer acaba se tornando uma preocupação mundial em politicas de saúde. O número de incidência é expressivo, mas aproximadamente 60% dos pacientes conseguem a cura e as taxas de mortalidade para alguns tipos de câncer obtém declínio (INCA, 2013).

É o nome genérico que se dá a um grupo de mais de 200 doenças, que têm em comum o início, decorrente do crescimento anormal e fora do controle das células. Estas células sofrem uma mudança chamada carcinogênese e assumem características muito diferentes quando comparadas às células normais. Quando o câncer não é tratado corretamente ou precocemente, pode causar outras doenças graves e até mesmo levar a óbito (ONCOGUIA, 2015).

Com a aceleração das células podem ocorrer metástases, que indicam a invasão destas células a outros tipos de órgãos, além daquele em que foram originadas. Os tumores podem ser malignos (câncer) ou benignos, estes últimos não apresentam risco (ALBERT EINSTEIN, 2013).

Várias são as teorias para explicar a causalidade do câncer. Alguns modelos teóricos partem do pressuposto que o câncer surge a partir de um vírus ou de uma mutação genética. No entanto, devem-se levar em conta os fatores genéticos, comportamentais e psicológicos. Há quem acredite na possibilidade de contribuições psicológicas no crescimento do câncer. Inúmeros pesquisadores vêm estudando possíveis efeitos de estados emocionais na modificação hormonal e desta na alteração do sistema imunológico (BOVBERG apud CARVALHO, 2002). Quando o diagnóstico é precoce são maiores as chances de cura, favorecendo uma melhoria na qualidade de vida do paciente (INCA, 2006).

Quanto ao tratamento, a escolha depende de uma análise feita pelo médico oncologista, do tipo do tumor e da extensão, baseando-se também no sujeito: em sua experiência, histórico de vida e protocolos de tratamento que já existem, dentre eles a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia (EDUCODONTO, 2003).

Paciente

Importância de o paciente ser entendido como ser biológico, social, psicológico e espiritual, de maneira única e indivisível, devendo ser tratado em todas estas esferas, visto que a desorganização de uma delas provoca alteração nas demais (HOSPITAL DO CÂNCER, s/d).

Muitas mudanças na vida do indivíduo acometido de câncer: ausências escolares ou laborais; restrições de convívio social; mudança de rotina; efeitos colaterais do tratamento ou cirurgia; sofrimento da família; medo da morte, que parece mais próxima; entre outras, e tudo isso afeta o convívio do paciente com sua família e com o ambiente social (SOUSA, 2015).

Quando o paciente adoece e recebe o diagnóstico de câncer, ele passa a possuir sentimentos ambivalentes, devido ao choque da sua realidade de mundo e sua realidade atual. Assim apresenta-se psicologicamente frágil, passa a questionar questões de vida e de morte (CAMON, 1998).

O medo do câncer e a possibilidade de morte faz com que o paciente crie fantasias, delimitando seu comportamento. Ao ser hospitalizado ele interrompe sua rotina, há uma ruptura em sua história, configura-se em um estado de crise agravado por causa do ambiente hospitalar que está inserido, afeta seu estado emocional, há estresse constante, isolamento das figuras que oferecem segurança e conforto (pais, parentes), relação com aparelhos, elevado clima de morte, perda da noção de tempo e espaço, da privacidade da liberdade; perda da identidade, despersonalização, participação direta ou indireta no sofrimento alheio. (CAMON, 1998).

Os pacientes no geral podem também apresentar comportamentos ansiosos diante da expectativa do diagnóstico ou após o recebimento do mesmo. Ansiedade presente de temores, dúvidas, fantasias, são esperados, mas em excesso deve ser realizada uma avaliação psiquiátrica e manter controlado para evitar que resulte em uma síndrome do pânico (CAMON, 1998).

Cada paciente vivencia a situação do adoecimento de uma forma diferente, porém é possível perceber que o estigma do câncer é sempre muito presente. O temor da doença leva ao sofrimento prolongado e a ideia de que a vida chegou ao fim são crenças comuns dos pacientes (BRUSCATO; BENEDETTI; LOPES, 2009).

O câncer, além do medo da morte em si, também traz o medo de morrer com dor, desfigurado, mutilado, asfixiado, isolado e abandonado. O câncer remete a todo o sofrimento que um adoecimento pode ocasionar (BOTEGA, 2002).

Principais temores do paciente oncológico: desenvolvimento desordenado de células cancerosas e o consequente desequilíbrio do organismo; mutilação; dor; apreensão quanto a exames médicos desconhecidos; perda da força física; perda dos ideais, objetivos e papéis sociais; sofrimento causado à família (CARVALHO, 1994).

O aspecto emocional do paciente fica debilitado, pois ele é afastado de seu meio, de suas atividades cotidianas. A essas perdas soma-se o adoecimento e a hospitalização, sentimento de invulnerabilidade, que acarretam o desequilíbrio psicológico do paciente, podendo trazer a tona a angústia de morte, perda da plenitude de raciocínio, perda da conexão com o mundo real, passa a determinar o fracasso em sua vida e se questiona (Porque comigo? Vou suportar? Vou sobreviver?), o psicólogo deve trazer ao paciente o sentido da palavra na vida do paciente (CAMON, 1998).

O paciente com câncer é confrontado também com sucessivas mudanças de vida impostas pelo diagnóstico e pelo tratamento e com desapontamentos, perdas e temores que são naturalmente muito significativos, como: ameaça de morte iminente, ansiedade pelas possíveis cirurgias, mudança no desempenho dos papéis sociais, mudanças corporais decorrentes das cirurgias e dos tratamentos (NASCIMENTO-SHULZE, 1997).

A doença traz consigo uma potencial ameaça à continuidade da existência e, portanto, carrega a presença da morte. Traz a revelação da precariedade, da transitoriedade e dos limites do existir. O câncer é permeado por essa revelação e acompanhado por uma imensa carga de condenação, pois o sentido da existência é ameaçado (REHFELD, 1992).

É evidente o sofrimento pessoal de pacientes e familiares quando se defrontam com

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