TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Por:   •  6/8/2018  •  Artigo  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  223 Visualizações

Página 1 de 6

FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR

DIA

MÊS

ANO

11

07

2018

ALUNO

Samara Mizuguchi de Andrade

TURMA

PS10B06

RA

C18JHB0

PERÍODO

Matutino

TIPO DE ATIVIDADE/LOCAL

Fichamento de artigo acadêmico

HORÁRIO: 19h00 min   até  20h30 min

RELATÓRIO DA ATIVIDADE

O Apoio da Rede Social a Transexuais Femininas

 

 artigo é resultado de um estudo que teve como objetivo compreender a relação dos transexuais com suas redes sociais, através de entrevistas semi-estruturadas com cinco pacientes submetidas à cirurgia de transgenitalização em um hospital público do interior de São de Paulo.  

Segundo Lobato e cols. (2001, p. 382) a transexualidade é caracterizada por uma “angústia persistente em relação ao sexo designado, um desejo de mudar de sexo biológico e uma permanente conduta de jogos, atividades, vestimentas e relacionamentos do outro sexo, que é desejado e idealizado”. 

O DSM IV se refere à transexualidade como um transtorno de identidade de gênero, havendo forte identificação com o gênero aposto ao seu e desconforto e inadequação no papel do sexo biológico.  

Já de acordo com Costa (1994) os transexuais se identificam psicologicamente com o sexo oposto e recusam o sexo que lhes é atribuído, entretanto não são portadoras de anomalia.  

Os transexuais podem ser classificados em dois grupos, os primários que se identificam como tal desde a infância, e os secundários que explicam sua identidade de gênero na idade adulta.  

A cirurgia de transgenitalização é extremamente desejada, idealizada e esperada por alguns, que atribuem à intervenção como obtenção da aceitação de si próprio, a integração em seu meio familiar e reconhecimento social. Estimativas sugerem que no mundo cerca de 30 mil homens adultos buscam pela cirurgia (Pinto, 2008). 

A rede de apoio social e emocional é formada pelo grupo de pessoas com as quais o individuo manter contato ou vínculo social, inclusive os relacionamentos mais próximos entre família e amigos. É esperado que essa rede sirva de apoio, companhia e fonte de recursos materiais e serviços, de forma que o individuo tenha auxilio para enfrentar as mudanças e situações de estresse, pois é através dessa relação que se constrói a identidade. Entretanto os transexuais nem sempre possuem esse apoio durante a intervenção cirúrgica.  

As principais funções de apoio social são: apoio emocional ou compreensão e apoio; companhia social ou estar junto; conversar e passear; guia cognitivo e de conselhos ou expectativas, modelos e papéis; ajuda material e de serviços ou colaboração; ajuda financeira; atendimento e atuação de agentes de saúde.  

Segundo Sluzki (1997) as características estruturais da rede social incluem tamanho, densidade, composição da rede, dispersão das redes e heterogeneidade ou homogeneidade dos membros.  

A disposição para este estudo surgiu a partir de uma preocupação com as dificuldades vividas por transexuais femininas nas suas relações sociais, dessa forma, possui o objetivo de compreender a relação de transexuais femininas com sua rede social e identificar quando e quais redes as participantes se sentes pertencentes, apoiadas ou excluídas e discriminadas.  

As reflexões sobre o tema criaram a convicção de que é possível criar novas estratégias nessa área e no campo de atuação do psicológico, proporcionando condições adequadas ao atendimento a partir do conhecimento das características dos indivíduos, compreendendo suas vivências de forma ampla e aprofundada e demonstrando os significados da rede de apoio social e suas dificuldades.  

As participantes da pesquisa foram cinco pacientes adultas que se submeteram à cirurgia de transgenitalização em um hospital público do interior de São Paulo. Os instrumentos utilizados: entrevista semi-estruturada, genograma e mapa de rede.  O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, as participantes foram informadas sobre a finalidade do estudo e o procedimento da pesquisa, ética e sigilo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.  

Em relação aos procedimentos, as participantes responderam de forma individual à entrevista semi-estruturada, conduzida por uma pesquisadora. Buscou-se compreender junto à paciente sua visão sobre pertencimento e exclusão da rede social, visão de si mesma e expectativa de apoio da rede diante da redesignação sexual. Ocorreu a construção de Genograma e Mapa de rede para maior visualização das redes às quais se sentiam pertencentes. Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. Os dados foram compreendidos e analisados de forma qualitativa a partir do modelo teórico sistêmido-cibernética novo paradigmático.  

Resultados da pesquisa quanto ao perfil sociodemográfico e econômico das colaboradoras. Possuem idade variada entre 22 a 40 anos; três declaram ter religião enquanto duas não; duas não concluíram ensino superior e três concluíram ensino médio; quatro possuíam profissão e apenas uma estava desempregada; renda mensal entre participantes variou entre R$ 500,00 a R$ 3.500,00; todas solteiras e nenhuma tinha filhos; duas moravam sozinhas e três com os pais; período pós operatório variando entre uma semana sete meses.  

Durante construção de Genograma e Mapa de rede, três colaboradoras disserem receber apoio familiar, uma da família extensa enquanto outra disse não ter recebido nenhum tipo de apoio familiar. As colaboradas mencionaram à mãe e amigos como principal fonte de apoio, apenas uma delas afirmou não receber apoio da mãe.  

Quanto à transexualidade\Transgenitalização as entrevistadas declararam a cirurgia como meio de se completar como pessoa e identidade, falando do estranhamento vivido, das dificuldades de expressão e desenvolvimento da identidade de gênero em uma sociedade com padrões heteronormativos. Na visão das mesmas a cirurgia pode significar uma possibilidade de integração individual e social, oportunidade de encontrar sentido em sua existência e integrar seu meio familiar, ser reconhecido pela sociedade e em alguns casos permitir a eliminação da dualidade sexual e qualidade da definição do seu sexo psicológico.  

A redesignação sexual deve ser considerada: “o primeiro passo de uma escalada longa e íngreme até atingir-se um objetivo maior que envolva a identificação, o entendimento, a compreensão, a aceitação dos transexuais e o acompanhamento desses indivíduos por equipes multidisciplinares” (Bruns & Pinto, 2003, p. 145) e pelas pessoas em geral. 

Por fim, em relação à rede de apoio social, parte das participantes sentem que recebem de alguma maneira, apoio social de uma parcela da rede que pertence, demonstrando estar satisfeitas com as relações familiares e de amizade, entretanto aparecem nas entrevistas muitos relatos de humilhação, preconceito, sensação de exclusão, medo de desaprovação por ser “diferente”, que muitas vezes atrapalham o processo de aceitação e possibilidades de apoio e amizade.  

De acordo com Feijó (2002) o processo de apoio depende de diversos fatores, como, capacidade de pedir ajuda, diferenciação de quem pede ajuda e quem apóia, visão positiva da rede, abertura em relação as diferenças, visão de si mesma fortalecida, fase, momento, etapa do ciclo vital que esta vivendo, contexto e aspectos culturais e socioeconômicos. 

Quanto mais a transexualidade e as diferenças forem sancionados socialmente, maior será a possibilidade de apoio social e familiar às pessoas que realizam cirurgia de transgenitalização.  

È necessário que as pessoas tenham acesso à saúde de qualidade e tenham suas necessidades compreendidas e supridas. As políticas publicas devem ter uma visão menos patologizante quanto a transexualidade, para que haja rompimento das divisões de atenção a saúde, quebra de paradigmas e estigmas, construindo um discurso e pratica que resulte em maior equidade entre as pessoas.  

 

SOARES, M. FEIJÓ, M. R. VALÉRIO, N. I. SIQUEIRI, C. L. S. PINTO, M. J. C. O apoio da rede social a transexuais femininas. Padéia, vol. 21, Nº 48-83. Faculdade de medicina de São José do Rio Preto, SP, 2011. Disponível em:  . Acesso em 15 abr de 2017.  

ASSINATURA DO ALUNO:

PONTOS CONSIDERADOS PELO COORDENADOR PARA A ATIVIDADE REALIZADA

ASSINATURA DO COORDENADOR:                                                    

___/___/___

...

Baixar como (para membros premium)  txt (8.6 Kb)   pdf (158.5 Kb)   docx (31.1 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com