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Filme Elsa e Fred: Psicologia e Envelhecimento

Por:   •  20/10/2018  •  Dissertação  •  528 Palavras (3 Páginas)  •  1.075 Visualizações

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Filme Elsa e Fred: um exemplo da heterogeneidade do envelhecimento.

Trabalhando no processo de análise crítica da temática do envelhecimento e suas especificidades, sob uma ótica psicossocial e sócio histórica, e refletindo, ademais, sobre específicos vértices que comportam os elementos norteadores dessa investigação, puramente substanciais, diz-se que o cenário -esse, multifacetado- do filme Elsa e Fred traz como pauta a questão da adultez, velhice, sexualidade, finitude, luto e as relações afetivas, familiares e sociais, fornecendo espaço à impressões adversas.

A história faz, a priori, a retratação da aceitação e adaptação positiva da Elsa para com sua velhice, expondo a leveza que a mesma tem para com os diversos aspectos de sua vida, como a finitude, por exemplo. Elsa, dessa maneira, exerce uma posição de autonomia, sociabilidade, alta autoestima, otimismo e de intensidade frente à vida. Ela, apesar de portar uma doença terminal e ter um corpo marcado pelos efeitos do tempo, possui um inconsciente e uma alma atemporais, munidos por desejos implícitos e visíveis.

Ademais, há, contrapartida, a exposição de inércia, estagnação, isolamento e da falta de projeções futuras, adotados por Fred, um idoso que é hipocondríaco. O mesmo se vê em permanente luto -o de sua esposa-, onde o processo da perda foi mal adaptado e mal elaborado, havendo dificuldade em superá-lo. Ele lida com sua velhice, bem como com seu corpo e mente, e, também, com a finitude de modo negativo, levando-o a um profundo pessimismo e o condicionando a experienciar quadros depressivos.

No tocante às relações familiares, expõe-se que suas famílias exercem um comportamento, muitas vezes, de grande controle e proteção, enxergando os idosos como incapazes, impotentes e vulneráveis. Fred é um pai que cede ao controle e domínio excessivo de sua filha para com ele e não impunha autoridade sobre ela, revelando não exercer sua própria autonomia. Elsa, por outro lado, é uma mãe que se enxerga autossuficiente, defendendo, com autoridade, sua autonomia e independência para o filho superprotetor. Tais realidades retratam o entendimento da velhice sob a ótica de certos adultos.

Adentrando à relação de Elsa e Fred, afirma-se que o relacionamento afetivo de ambos foi sendo construído gradativamente e sendo fortalecido a cada experiência imprevisível da vida do casal. Elsa procura expressar seus desejos à Fred, e ele, embora seja altamente resistente, vai rendendo-se, com estímulo de Elsa, às suas próprias vontades, vontades e desejos ligados às sensações internas, como afetividade, sexualidade e amor, e às externas.

Por conseguinte, é com o convívio intenso com Elsa que Fred passa a recuperar sua autoridade, privacidade e autonomia para com sua filha. Ele também passa a ter, assim como Elsa, paulatinamente, uma aceitação satisfatória do sentido da finitude e da elaboração do luto (perdas).

É irrefutável afirmar, por fim, que a história enfatiza a importância de se ter equilíbrio entre as convenções sociais e as percepções existenciais de cada sujeito. Ela, ademais, traz a ideia de que cada indivíduo passa -ou passará- por essa fase do ciclo vital de forma divergente e excepcionalmente particular, sofrendo influência ativa, portanto, das práticas exercidas em sua vida.

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