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MONOGRAFIAS Água Em Crise, Frágil Fonte Da Vida SEDE DE ÁGUA

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Por:   •  24/10/2013  •  2.205 Palavras (9 Páginas)  •  386 Visualizações

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Água em crise, frágil fonte da vida

SEDE DE ÁGUA

Visto de uma nave espacial, o planeta Terra, na verdade, deveria chamar-se planeta água, já que dois terços de sua superfície são completamente tomados pelos oceanos. Porém, nessa imensidão de águas, há escassez de água doce. Tal falta representa uma grande ameaça à humanidade, sobretudo nos países em desenvolvimento. Para se ter uma idéia do problema, 97,5% da água disponível na Terra é salgada. Do restante, 2,493% é de água doce que se encontra ou em aqüíferos (água em regiões subterrâneas) ou em geleiras. Apenas 0,007% da água doce do mundo pode ser encontrada em rios, lagos ou na atmosfera, ou seja, somente essa pequena parte da água do planeta é de acesso fácil e rápido.

Essa pequena parte da água doce terrestre enfrenta crescente demanda aliada a uma péssima utilização desse recurso, tão imprescindível à vida.

Em 2002, na Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU, anunciou-se que 2,7 bilhões de pessoas sofreriam de forma direta o problema da falta d’água em 2050, ano em que, segundo as previsões, a população mundial será de nove bilhões de habitantes.

Atualmente, há mais de dois bilhões de pessoas sem acesso a saneamento básico. Isso resulta em centenas de milhões de casos de doenças de transmissão pela água e mais de cinco milhões de mortes por ano.

Hoje em dia, dois bilhões de pessoas contam com menos de cinqüenta litros de água por dia para beber, lavar-se e cozinhar. Em 2050, essas pessoas serão quatro bilhões. Outro dado que aumenta a preocupação atual é que o consumo de água se multiplicou por seis nos últimos setenta anos, enquanto a população triplicou. Enquanto isso, a quantidade de água doce do planeta não aumenta.

O acesso e a utilização da água no mundo não convidam ao otimismo. Atualmente, cerca de 1,1 bilhão de pessoas, ou 18% da população mundial, não dispõem de água boa para beber e cerca de 2,4 bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, carecem de banheiro ou de rede de esgoto. Mais de cinco milhões de pessoas morrem a cada ano de doenças relacionadas à água, como a cólera e a disenteria. Em qualquer parte do planeta, extrai-se do subsolo mais água do que este pode repor. A água doce da Terra está sendo esbanjada sem se medir o custo que isso representa para o futuro. Isso ocorre sobretudo na agricultura, à qual se destina 70% da água consumida.

À medida que aumenta a população mundial e cresce a demanda de alimentos, o regadio sem controle representa uma grave ameaça para os rios e lagos. A irrigação por gotejamento, que emprega tubulações perfuradas para distribuir o líquido às lavouras, permite uma economia de 30% a 70% de água, mas só se emprega em menos de 1% das lavouras irrigadas. Na maioria dos países, a água para rega é tão subvencionada que os agricultores não se preocupam em investir em técnicas que reduzam o gasto. A indústria, por sua vez, consome 20% da água, e os 10% restantes se destinam ao uso doméstico.

A existência de água doce não implica que ela possa ser utilizada sem qualquer controle. Nos aqüíferos subterrâneos há um volume de água cem vezes superior ao dos lagos e rios juntos, embora a maior parte da água se encontre a grandes profundidades. Os aqüíferos menos profundos estão se esgotando, e grande parte da água superficial se lança diretamente no mar ou vai parar em regiões pouco povoadas. Por exemplo, o Canadá dispõe da décima parte da água doce superficial para menos de 1% da população do planeta. Mas grande parte do problema não é a disponibilidade da água, mas o aumento da população. À medida que a população cresce, as regiões que hoje têm suficiente água podem tornar-se deficitárias. O consumo de água doce em más condições é outro grave problema que afeta de maneira especial o continente africano: anualmente morrem dois milhões de pessoas por causa de doenças diarréicas. Falta água potável para 54% da população africana.

Para estudar com maior precisão o esgotamento hídrico, uma equipe de pesquisadores da Universidade de New Hampshire (Estados Unidos) elaborou, em 2002, um mapa que relaciona a densidade da população com a disponibilidade da água. Chegaram à conclusão de que cerca de dois bilhões de pessoas padecem de “grave esgotamento hídrico”, nome dado à situação extrema dos indivíduos que vivem em lugares onde se consome mais de 40% da água renovável disponível. Deve-se assinalar também que o esgotamento hídrico não tem a mesma importância em todos os lugares. Em quase todo o oeste dos Estados Unidos a água está escasseando. Mas nos países ricos podem-se encontrar outras soluções: construção de represas, dessalinização da água marinha, reciclagem das águas residuais. Na cidade de Las Vegas, localizada no meio do deserto, seus habitantes podem consumir duas vezes a quantidade de água normalmente usada pela maior parte dos americanos graças ao rio Colorado, retido numa barragem pela represa de Hoover. As 45 mil maiores represas do mundo fornecem água para 40% das lavouras de regadio e proporcionam mais da metade da eletricidade de cerca de 65 países. Mas os custos também são enormes. Na Índia, quase 38 milhões de pessoas foram deslocadas por razão da construção das grandes barragens.

À primeira vista, a Terra é um planeta transbordante de água. Se a crosta terrestre fosse nivelada e as bacias oceânicas fossem preenchidas com o material das massas continentais, a superfície da Terra ficaria coberta por um oceano de 2.700 metros de profundidade. Infelizmente, a água do mar é praticamente inutilizável. Se toda essa água se evaporasse, formar-se-ia uma camada de mais de doze metros de sal. Alguns esperam que a dessalinização da água do mar, 97% da água do planeta, resolva os problemas de escassez de água potável. Hoje em dia, só 0,2% da água consumida é obtida por dessalinização, a maior parte dela em regiões desérticas ou insulares. O custo dessa nova técnica continua a ser alto. Sandra Postel, do Projeto de Política Mundial sobre a Água, disse: “Há quem esteja convencido de que a dessalinização vai ser a solução mágica para todos os problemas. Mas a realidade é que a solução virá antes pelo caminho conservacionista”.

A ÁGUA NO BRASIL

A maior parte da água doce disponível no planeta está localizada no Brasil, segundo o professor e membro da Academia Brasileira de Meio Ambiente, Carlos Augusto de Alcântara Gomes. Essa grande oferta acaba sendo um problema na relação do brasileiro

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