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O ESTUDO DE CASO

Por:   •  4/7/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  151 Visualizações

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CASO: ESTAMIRA (Documentário)

ESTUDO DE CASO

IDENTIFICAÇÃO:

Nome: Estamira Gomes de Souza

Idade: 63 anos

Sexo: Feminino

Raça: Negra

Estado Civil: Casada

Filhos: 2

Ocupação: Catadora de Lixo

Local: Aterro Sanitário/ Gramacho- Rio de Janeiro

HISTÓRICO:

Estamira, uma senhora de 63 anos, nascida em 07/04/1942, com diagnóstico de quadro psicótico com evolução crônica, e apresenta sintomas de esquizofrênicos, tais como: alucinações auditivas, discurso místico e ideias de influência, segundo as informações do documentário.

A vida de Estamira sempre foi muito conturbada, segundo seu relato aos nove anos de idade seu avô queria “deitar-se” com ela e aos doze ele a levou para se prostituir em um bordel, onde lá conheceu seu primeiro marido, com qual teve um filho. Este marido judiava muito dela, acabou por separar-se e casar novamente com outro homem, que mais uma vez a maltratava. A mãe de Estamira também apresentava distúrbios mentais chegando a ser internada num hospital psiquiátrico, mesmo contra a vontade de sua filha, o pai de Estamira morreu em 1943.

A mesma tira seu sustento do Lixão no Rio de Janeiro, local no qual ela gosta de trabalhar mesmo após ter sito estuprada duas vezes, uma ao sair do trabalho e outra ao chegar em casa.Ela desenvolveu um quadro esquizofrênico tardiamente, após o segundo estupro, com um mês depois passou a ter alucinações e a acreditar que ela mesma é o real, é abstrata e detém todo o poder.

Até a ocorrência dos episódios mais traumáticos de sua vida, Estamira era temente a Deus e achava que tudo aquilo era uma provação divina, porém, certo dia na casa da sogra de sua filha, começou a delirar dizendo que os coqueiros eram o poder e o real, além dos delírios de perseguição e das vozes "astrais" que ela ouve. Em muitos momentos são perceptíveis lapsos de lucidez em seu discurso e cotidiano, mas habitualmente ela apresenta-se agressiva, descrente em Deus e no mundo, talvez esses comportamentos ocorram como uma resposta a tudo que ela enfrentou.

Estamira criou um mundo próprio no intuito de conseguir uma forma para acalmar suas angústias e tentar ter o controle daquilo que pode acontecer. Ela um "superior","abstrata", afinal, como ela diz: "Eu, Estamira, sou a visão de cada um, ninguém pode viver sem mim", nesta condição, Estamira jamais terá outras angústias e sofrimentos porque ela é maior e mais poderosa que qualquer um.

Estamira tem alucinações auditivas, porém seu funcionamento cognitivo e afetivo é conservado, a exemplo do carinho que ela tem por sua filha mais nova e de seu vocabulário exótico. Seus delírios são de grandiosidade, embora haja outros delírios com outros temas, como por exemplo, sua somatização ao referir-se ao "ataque" do "controle remoto", seus delírios são organizados acerca de um tema coerente, sempre nos fala sobre a sua superioridade, sobre o "trocadilo", sobre o "controle remoto" e sempre expressa sua repugnância a Deus.

Estamira apresenta também quadros de Glossolalia, onde inventa seu próprio linguajar e geralmente expressa raiva e tendências a discussões. Ela desenvolveu seu quadro de esquizofrenia tardiamente e tem um prognóstico muito bom em relação a sua ocupação como catadora de lixo, e uma capacidade para ser independente, afinal, ela vai até seu local de trabalho sozinha, cozinha e tem uma relação afetiva com seus parentes. Todas estas correlações servem para demonstrar que Estamira é portadora de esquizofrenia.

IDENTIFICAÇÃO DA DEMANDA:

No documentário analisado, podemos observar em Estamira os seguintes sintomas: “delírios de controle, influência, ou passividade claramente referida a movimentos do corpo ou membros, ou pensamentos, ações ou sensações específicas, percepção delirante, alucinações persistentes em qualquer modalidade quando acompanhada por delírios fugazes ou pouco estruturados, sem conteúdo afetivo claro, ou por ideias supervalorizadas e persistentes, ou quando ocorrem todos os dias por semanas ou meses.

Estamira, envolve ainda as dimensões delirantes (delírio megalomaníaco ou de grandeza; delírio persecutório ou de perseguição; delírio bizarro; delírio de relação; delírio de reforma; delírio de influência) e as alucinações.

DESCRIÇÃO DOS SINTOMAS:

* Negligência quanto a si mesmo (neste sintoma percebe-se falta de higiene de interesse pela aparência).

* Ideias delirantes: A intensa produção de delírios é perceptível em quase todas as cenas.

* Alucinações e pseudoalucinações: Na cena em que relata que a doutora perguntou se ouvia coisas, ela responde “eu escuto os astros, as coisas”.

* Produções linguísticas novas como neologismos e parafraseia. Alguns exemplos de falas: “Sabe o que significa cometa? Comandante natural”, “esperto ao contrário”, “trocadilho”, “homem par” “ideias Charlatães”.

* Repetição de ideias (comportamento bizarro): fala do controle remoto natural e artificial em várias cenas.

* Discurso mítico, reflexo da religiosidade exacerbada antes do desencadeamento da doença.

OUTRAS CONDIÇÕES:

Paciente não realiza outro tipo de problemas de saúde.

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:

De acordo com as informações coletadas no documentário, levantam-se as seguintes hipóteses diagnósticas apresentadas por Estamira:

Esquizofrenia

A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):

1. Delírios.

2. Alucinações.

3. Discurso desorganizado.

4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.

5.

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