O Que é Preciso Saber Para Revelar o Transtorno do Espectro Autista Para os Pais
Por: Pati F Meireles • 11/5/2020 • Trabalho acadêmico • 750 Palavras (3 Páginas) • 2.324 Visualizações
José tem cinco anos e ainda não conversa muito com os seus pais, apresenta dificuldade para manter contato visual quando lhe chamam pelo nome, não brinca com os seus brinquedos e apresenta alguns comportamentos repetitivos, como girar a rodinha do carrinho. Sua professora solicitou que a mãe realizasse uma avaliação para verificação de tais comportamentos. Assim, os pais agendaram uma avaliação com uma equipe multidisciplinar. No momento da confirmação do diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), a psicóloga foi a responsável por comunicá-lo à família.
Quais conhecimentos podem contribuir para uma revelação que provoque menor impacto negativo aos pais de José?
Porto e Balbi (2015) diz que o termo autismo “foi introduzido na psiquiatria por Plouller, em 1906, como item descritivo do sinal clínico de isolamento (encenado pela repetição da auto-referência) frequente em alguns casos.”
Desde então, esse conceito passou por várias modificações e temos hoje o transtorno do espectro autista (TEA).
O conceito do Autismo Infantil (AI), portanto, se modificou desde sua descrição inicial, passando a ser agrupado em um contínuo de condições com as quais guarda várias similaridades, que passaram a ser denominadas de Transtornos Globais (ou Invasivos) do Desenvolvimento (TGD). Mais recentemente, denominaram-se os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a uma parte dos TGD: o Autismo; a Síndrome de Asperger; e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação, portanto não incluindo Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância. (Porto e Balbi, 2015)
O transtorno do espectro do autismo (TEA) refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas.
Segundo Onzi e Gomes (2015) o TEA é considerado um transtorno que vai além da sua complexidade, distante de ser definido com exatidão, pois não existem meios pelos quais se possa testá-lo, muito menos medi-lo.
Ainda segundo Onzi e Gomes (2015) os pais são os primeiros a verificar diferenças no comportamento dos indivíduos com TEA, e “nesse momento, começa a busca por auxílio, sendo um período de incertezas o que antecede o processo de elaboração e formação do diagnóstico.”
As autoras Onzi e Gomes (pg-192, 2015) trazem uma grande contribuição de Schulman (2002) a respeito da importância da elaboração do diagnóstico e a forma como ele é comunicado a família. Ele diz que, assim que o diagnóstico é comunicado, é importante dirigir os pais aos recursos úteis, o que auxilia na sensação de que existe algo para fazer. Ainda segundo o autor, é importante a leitura sobre o diagnóstico, a fim de compreenderem os sintomas do TEA, que variam muito dependendo do caso.
Sabe-se que existem poucos recursos instrumentais para a realização do diagnóstico do indivíduo com suspeita de autismo e, mesmo com muitos estudos na área, não existe nenhum marcador biológico que possibilite um exame preciso para a confirmação ou não desse diagnóstico. (ONZI e GOMES, pg- 192, 2015)
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