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Psicologia

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Por:   •  6/3/2013  •  1.611 Palavras (7 Páginas)  •  1.722 Visualizações

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Psicanálise e processos grupais.

Freud não se ocupou diretamente dos grupos humanos.

Seu interesse especulativo centrou-se no estudo de fenômenos coletivos, das massas e multidões. Através de obras como Totem e Tabu (1913), Psicologia das massas e Análise do ego (1921), Mal estar na cultura (1930) e Moisés e o monoteísmo ( 1939).

A contribuição da psicanálise não se restringiu aos substratos teóricos para a compreensão dos fenômenos grupais. Embora Freud nunca tenha praticado, nem recomendado a extrapolação de seu método psicoterápico para a situação grupal, muitos de seus discípulos, entusiasmados com as possibilidades oferecidas de expandir os recursos terapêuticos para além da situação dual da psicanálise clássica, trataram de criar um modelo psicoterápico aplicável aos grupos a partir da situação psicanalítica primordial.

Os fenômenos do Campo grupal

Quando nos encontramos em grupo para a realização de determinada tarefa, ocorre uma série de fenômenos relacionais, desencadeados pelas motivações inconscientes dos atos humanos que merecem nossa atenção para o melhor entendimento do funcionamento grupal e conseqüente capacitação para o trabalho com grupos.

Transferência

É o fenômeno pelo qual o paciente transfere para o analista sentimentos originalmente experimentados em relação a pessoas significativas de seu passado (tais como pai, mãe, irmãos, avós, tios, não-parentes que adquiriram importância particular na primeira infância do paciente, etc.) esse fenômeno embora tenha sido estudado e descrito a partir da relação analítica, não se restringe a ela, sendo recorrente e universal na vida de todos nós. Assim, por exemplo, podemos transferir para um cônjuge, amigo ou mesmos filhos, sentimentos originalmente apresentados em relação a figuras representativas de nossa infância.

Maejo dos aspectos transferênciais.

Um manejo técnico adequado consiste em reconhecer e discriminá-las.

Possui quatro níveis em relação ao campo grupal:

de cada individuo com seus pares.

de cada um para a figura do coordenador.

de cada um para o grupo.

- todo o grupo em relação ao coordenador

Contratransferência

Segundo a descrição original, são sentimentos que o paciente desperta no analista, a partir de suas vivencias transferênciais. Mais recentemente, há quem afirme que a contratransferência trata-se apenas dos próprios sentimentos transferênciais do analista em relação ao paciente.

Na contratransferência o importante é que o coordenador saiba que é de surgimento inevitável, e que o manejo adequado é não permitir que os sentimentos invadam sua mente, de modo a se tornarem patogênicos; pelo contrário, que eles possam constituir como um instrumento para a empatia

Insights e elaboração:

O insight, como a própria etimologia da palavra anglo-saxônica sugere, é a possibilidade de o paciente ter uma visão (ou compreensão) do que se passa em seu mundo interno psíquico. A sucessão de insights ao longo do processo analítico, catalisados pelas interpretações (intervenções) do terapeuta, permite a chamada “elaboração”, ou seja, a resolução de conflitos, que geram angústias ou outros sintomas psicológicos.

Mais uma vez, cabe lembrar que a obtenção de insights e a possibilidade de elaborar conflitos não é exclusiva do processo analítico, podendo ser obtida por meio de um exercício reflexivo do próprio individuo ou da intervenção compreensiva de membros de sua rede afetiva, embora isso ocorra mais raramente.

Actings (atuações):

É a manifestação na conduta de sentimentos não elaborados pelo individuo. Dizendo-se de outra maneira, e em um caráter mais abrangente, o acting representaria uma forma de comunicação não verbal, muito primitiva, anterior a possibilidade de expressão verbal das emoções.

Manejo dos actings

Acting = atuação.

Agir fora do tratamento, como forma de descarregar uma exigência pulsional no lugar do seu investimento na transferência (análise).

Actings benignos: Conversas pré e pós reuniões, encontros sociais entre participantes, alguma ação transgressora que no fundo pode estar significando uma saudável tentativa de quebrar tabus e estereotipias obsessivas.

Actings malignos: de natureza psicopática. Outra forma comum de atuação é a divulgação de situações sigilosas e privativas para fora do grupo.

Resistência

A resistência, como fenômeno psíquico universal e que se manifesta também fora do processo analítico, pode ser entendida ainda como estando a serviço da sobrevivência psíquica do individuo: quando, por exemplo, alguém “resiste” a admitir a morte de um ente querido está, na verdade, evitando um sofrimento psíquico que seria insuportável naquele momento àquela pessoa.

Manejo de resistências

O primeiro passo é ter uma idéia clara da função que elas estão representando no momento grupal.

Discriminar entre as resistências inconscientes (supostos básicos) que de fato são obstrutivas ao trabalho grupal, das resistências que revelam como o self de cada um aprendeu a se defender na vida contra o risco de serem humilhadas, abandonadas, etc.

A falta de adequação na condução do grupo e “conluios resistênciais inconscientes” entre o coordenador e demais integrantes, contra o desenvolvimento de certos aspectos da tarefa na qual estão trabalhando.

Pressupostos Básicos de Wilfred Bion.

São estados mentais compartilhados que se opõem ao cumprimento da Tarefa.

Dependência:

O grupo fica na dependência de um líder, o mesmo será o responsável para garantir a estabilidade do grupo. Este líder é investido com qualidades de onipotência e onisciência. Ele ou ela é idealizado e é transformado em um tipo de deus. O sentimento é que só o líder sabe qualquer

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