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Socrates

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Por:   •  29/5/2014  •  Seminário  •  1.680 Palavras (7 Páginas)  •  661 Visualizações

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Sócrates – (470-399 a.C) São consideradas três fontes primárias acerca da biografia de Sócrates: os autores Xenofonte (Ditos e feitos memoráveis de Sócrates e Apologia de Sócrates), Aristófanes (As Nuvens) e Platão, em seus Diálogos. Não deixou nada escrito, e o retrato de sua pessoa diverge consideravelmente nos três autores. Na comédia de Aristóteles, Sócrates aparece sem nenhum glamour de circuspecto filósofo. Já em Platão ele é eleito o pai da doutrina da Academia, tornando-se seu porta-voz e muitas vezes se afastando do Sócrates histórico. Os primeiros diálogos de Platão, ditos aporéticos, são considerados os documentos mais próximos do Sócrates histórico. Era Ateniense, filho de uma parteira chamada Fenarete e de um escultor, chamado Sofronisco. Recebeu uma educação tradicional, estudando a obra de Homero (A Ilíada e A Odisséia, que contam, como vocês sabem, a história da guerra de Tróia entre gregos contra os troianos, e o retorno do herói Ulisses para sua terra natal . São de caráter épico. Muitos chegaram a duvidar da existência de Homero, ou disseram que ele seria só um coletor de contos do folclore popular, e não o legítimo autor.) Desde a juventude interessou-se pela filosofia, e conhecia o pensamento anterior e contemporâneo dos filósofos gregos. É lendário seu interesse pela conversa em locais públicos, fazia muitas andanças conversando nas praças, mercados e ginásios de sua cidade. Participou do movimento de renovação da cultura e foi um educador popular, já que não cobrava por suas preleções, como os sofistas. Nunca trabalhou e só pensava no presente. Muitas vezes, só comia quando seus discípulos o convidavam para suas mesas. Sócrates é famoso por ter tido um soberbo auto-controle, não se deixando nem mesmo embriagar pelo vinho, como é contado no Banquete de Platão. Foi casado com Xantipa, de quem teve três filhos, mas na velhice não parava em casa. Quando jovem, participou, como soldado, de incursões militares como as de Potidéia, Delos e Anfipólis. Recebeu reconhecimento por alguns feitos de bravura, como quando salvou Xenofonte (ou segundo outras fontes Alcíbiades), tombado, com seu próprio corpo. De ínicio, interessava-se pelos ensinamentos dos filosófos da natureza, como Anaxágoras, mas depois revoltou-se contra eles, pois eles haviam sido filósofos físicos, que procuravam respostas nas causas exteriores e gerais da natureza. Achava que existe algo mais digno para se estudar, a psyche, ou a mente do homem. Por isso sondou a alma humana, em questões como a da facilidade e da justiça dos atenienses. Esses lidavam com tanta facilidade com a vida e a morte, honra, patriotismo, moralidade. E em que se baseavam? E o que entendem de si próprios? Chegou assim numa reflexão sobre a alma, considerada superior ao corpo, imortal. Embora alguns autores o tenham associado aos sofistas, a imagem tradicional é a de ter sido seu notório adversário, por achar que a verdade é apenas uma, e condenar o relativismo e parte da retórica.

Os sofistas foram mestres da oratória, que vendiam para os cidadãos suas habilidades com o discurso, fundamental para a política. Assim, defendiam a opinião de quem lhes pagasse bem. Acreditavam que a verdade vêm do consenso entre os homens. Os principais foram Górgias, Protágoras e Hipías. Para eles a realidade sensível não é inteligível, a linguagem é arbitrária, as palavras traem os pensamentos. Como afirma a frase de Protágoras de Abdera, "o homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto são, e das que não são, enquanto não são ". Por exemplo, o frio "real" não existe, o frio é frio apenas para quem o sente. E também não existiriam um sentimento natural de pudor. Os sofistas destruíram a fé que a juventude tinha nos deuses do Olimpo e no código moral que se baseava no medo da divindade.

Sócrates usava nas suas conversas com os cidadãos um método chamado maiêutica, que consiste em forçar o interlucutor a desenvolver seu pensamento sobre uma questão que ele pensa conhecer, e e evidenciar a contradição. A atividade maiêutica é comparada por Sócrates à profissão de sua mãe, mas ao invés de trazer à luz rebentos ele trazia à luz idéias que já existiam em seus interlocutores. Tem uma frase famosa de Sócrates: "Só sei que nada sei". Sócrates fala disso na Apologia para mostrar que, por mais que investigasse as doutrinas e conversassem com os sábios, não havia encontrado ninguém que conseguisse participar da sua dialética sem cair em evidente erro de raciocínio. Por isso ele se mantinha um investigador desintessado e não afirmava possuir um saber, como os outros. Por reconhecer sua própria ignorância, a pitia do Oráculo de Delfos o reconheceu como o mais sábio dentre os homens, na ocasião da consulta de Querofonte, amigo de juventude de Sócrates. Já a frase "Conhece-te a ti mesmo" (pois conhecendo-te conhecerá todos os mistérios do universo), apesar de muitas vezes a ele atribuída, era um dos pilares da sabedoria lacedemônoca, sendo por isso inscrita no pórtico do Oráculo de Delfos.

O verdadeiro filósofo sabe que sabe muito pouco, e ele se autodenominava assim. O personagem Sócrates de Platão faz uma brilhante defesa da filosofia no diálogo Górgias. A palavra filosofia significa amizade ao saber. As etapas do saber seriam: ignorar sua ignorância, conhecer sua ignorância, ignorar seu saber e conhecer seu saber. As opiniões (doxa) não são verdades pois não resistem ao diálogo crítico. Conversar com Sócrates podia levar alguém a expor-se ao ridículo, e ser apanhado numa complexa linha de pensamento exposta através de palavras, ficar totalmente envolvido ou perplexo. É no diálogo Teeteto de Platão que Sócrates compara sua atividade à de uma parteira (como sua mãe), que embora não desse a luz à um bebê, ajudava no parto. Ele diz que ajudava as pessoas a parirem suas próprias idéias. Diz que Atenas era uma égua preguiçosa, e ele um pequeno mosquito que lhe mordia os flancos para provar que estava viva. Achava que a principal tarefa da existência humana era aperfeiçoar seu espírito. Acreditava ouvir uma voz interior, de natureza divina (um daimon), que lhe apontava a verdade e como agir.

Sócrates foi convidado para o Senado dos quinhentos, e manifestou sua convicção de liberdade combatendo as medidas que considerava injustas. A democracia estava se implantando em Atenas,

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