EFEITOS DE DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO DE COBERTURA SOBRE O ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE CASTANHEIRA-DO-BRASIL (Bertholletia Excelsa Humb. E Bonpl.).

INTRODUÇÃO

A Castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa Humb. e Bonpl.) é uma espécie com grande valor econômico, quer seja por suas sementes oleaginosas, ricas em aminoácido essencial, ou por sua madeira, utilizado principalmente em construção civil. Muitos estudos e levantamentos apontam a ocorrência dessa espécie em regiões submetidas aos tipos climáticos Aw e Am, com temperaturas médias anuais entre 24,3 e 27,2°C, com precipitação média de 1400 a 2800 mm anuais. A castanheira é encontrada principalmente em solos pobres em nutrientes, bem estruturados e drenados. Diversos trabalhos salientam que o estabelecimento dessa espécie em capoeiras manejadas pode promover e auxiliar na recuperação de uma área, devido às suas altas taxas de crescimento e estratégias especializadas ao acúmulo de nutrientes, o que torna essa espécie habilitada para absorver e concentrar nutrientes na biomassa, mesmo em níveis muito baixos de concentração no solo. É considerada uma espécie promissora para o reflorestamento da Amazônia, principalmente por suas características de crescimento e ampla base genética para o estabelecimento das plantações. Desta maneira o trabalho tem como objetivo avaliar o estabelecimento de mudas de Castanheira-do-Brasil, submetidas a diferentes níveis de adubação de cobertura.

MÉTODOS

A área de implantação do estudo pertence à comunidade de Santana do Baixo do Território Quilombola do Jambuaçu, município de Mojú - PA. As mudas de Castanheira-do-Brasil foram plantadas em área de capoeira, abandonadas a 2,5 anos, apresentando altura média de 3,11 m e obedecendo o espaçamento de 8,0 x 8,0 m. Foram feitas covas de 50 x 50 x 50 cm, onde no seu preparo foram utilizados 6 litros de matéria orgânica e 450g de calcário dolomítico com PRNT 90%. A adubação química de cobertura com 10-28-20 (NPK) foi dividida em duas aplicações, a primeira com 30 e a segunda com 90 dias após o plantio e em diferentes níveis de adubação, sendo eles: 0 g, 50 g e 75 g, correspondendo aos tratamentos T0, T1, e T2, respectivamente. Para o plantio foram abertas faixas com 1,5m de largura no interior da capoeira no sentido leste-oeste e feito um coroamento de 1m de diâmetro ao redor da planta. Os parâmetros dendrométricos avaliados foram: diâmetro no colo da muda (DAC) e altura, sendo uma avaliação inicial 30 dias após o plantio e a outra 90 dias após a primeira, também foi avaliado índice de sobrevivência das mudas. Com os dados obtidos, realizou-se uma análise de variância, adotando-se o teste TUKEY a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a análise estatística dos dados coletados, constatou-se que as médias para altura foram 61.86 cm, 78.32 cm e 70.30 cm para os tratamentos T0, T1 e T2, respectivamente, demonstrando que apesar dos tratamentos T1 e T2 apresentarem médias maiores que o T0, não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos, até os 120 dias após o plantio. O mesmo se repete com os dados de DAC que apresentaram os seguintes valores médios: 7.76 mm, 8.08 mm, 8.3 mm para os tratamentos T0, T1 e T2, respectivamente, não apresentando também diferença estatística significativa entre as médias. Verificou-se com os dados obtidos que com aumento da dose de adubação

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