Difilobotriase
Por: Ricarla Mello • 29/11/2016 • Trabalho acadêmico • 927 Palavras (4 Páginas) • 482 Visualizações
INTRODUÇÃO
A difilobotríase é uma parasitose intestinal causada por cestóides do gênero
Diphyllobothrium, a zoonose mais importante devido a sua forma de disseminação ser através da contaminação de rios, lagos, açudes, mares e consequentemente de peixes que habitam essas águas (CÁRDIA e BRESCIANI, 2012). É adquirida pelo consumo de peixe cru, mal cozido ou
defumado que contenha a larva infectante do parasito. As larvas ao chegarem ao intestino delgado do homem se fixam e se desenvolvem em verme adulto, onde irá desenvolver sua maturidade sexual, liberando ovos após 30 dias de infecção. Os peixes que mais comumente transmitem a difilobrotriose são trutas e salmão, pois são espécies que se tem cultura de ingerir sua carne crua. O hospedeiro definitivo é o homem, entretanto, outros mamíferos (canídeos e felídeos, domésticos ou silvestres, ursos, etc) que consomem peixes crus, podem servir de hospedeiros.
CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
Quanto à classificação:
Classe: Cestoidea
Ordem: Pseudophyllidea
Gênero: Diphyllobothium
Espécies: D.latum, D.pacificum
O D. latum pode chegar a medir até 15 m de comprimento quando adultos no intestino, o comprimento máximo (até 25 m) foi relatado para vermes com até 4.000 segmentos. A taxa de crescimento pode ser tão elevada quanto 22 cm / dia, ou cerca de 1 cm / h . Estes parasitas podem viver até 20 anos ou mais.
Espécies de Diphyllobothrium são caracterizados por um escólex emparelhado com uma fenda, como anexo ranhura (bothrium) sobre as superfícies dorsal e ventral, dividindo-a em dois lábios ou as folhas. A zona proliferativa (pescoço) é normalmente apresentam posterior ao escólex. O corpo restante (strobila) é composto por um elevado número de segmentos (proglotes [singular, proglotide]), cada uma contendo um conjunto (ou, raramente, dois conjuntos) de órgãos genitais de ambos os sexos.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
A infecção do homem se dá, portanto, pela ingestão de peixe cru contendo aspárganos. É mais comum nos lagos europeus, na Ásia e na América do Norte. Na América do Sul, já foi descrita na Argentina, no Chile e no Peru; neste ultimo país tem sido encontrada uma espécie autóctone, o D. pacificum; a infecção é causada pela ingestão de peixes marinhos infectados e mal cozidos. O D. pacificum se diferencia do D. latum por apresentar bótrios oblíquos, colo mais longo e ovos menores.
CICLO BIOLÓGICO
Os hospedeiros definitivos podem ser: homem, caninos, felinos (leopardo), suínos, ursos e outros. Trata-se de um parasito com ciclo poli-heteroxênico, necessitando de dois hospedeiros intermediários, sendo o primeiro um microcrustáceo dos gêneros Cyclops, Diaptomus e Daphia, e o segundo, um peixe de agua doce, principalmente truta e salmão. O homem infecta-se ao ingerir carne crua de peixe (sushi, sashimi, ceviche) contaminada com a larva da fase plerocercóide ou espárgano.
Os ovos imaturos são liberados através das fezes. Sobre condições apropriadas, os ovos se desenvolvem (em aproximadamente 18 a 20 dias) até o estágio de “coracídeo” na água. Após a ingestão por um “copépode”, o “coracídio” se desenvolve em larva “procercóide”. Este crustáceo é ingerido por pequenos peixes. A larva “procercóide” é liberada do crustáceo e migra para a musculatura do peixe onde se desenvolve em larva “plerocercóide” que é o estágio de infestação para seres humanos.
Quando ocorre a ingestão de peixe cru ou mal cozido infectado, a larva “plerocercóide” se desenvolve em verme adulto imaturo, localizando-se no intestino delgado. Os vermes adultos do D. latum se aderem à mucosa intestinal através do escólex e podem chegar a medir mais de 10 metros de comprimento, com mais de 3000 proglotes. Os ovos imaturos são liberados dos proglotes (mais de 1 milhão de ovos por dia por verme) e passam para as fezes. Os ovos podem ser observados nas fezes, cinco a seis semanas após
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