Disparador Tecido Conjuntivo
Por: Giselle Alcântara • 17/9/2016 • Trabalho acadêmico • 5.893 Palavras (24 Páginas) • 397 Visualizações
DISPARADOR 2
- Como os demais tecidos, o tecido conjuntivo é composto por células e por matriz extracelular.
As células do tecido conjuntivo propriamente dito são: as células mesenquimais, os fibroblastos, os plasmócitos, os macrófagos, os mastócitos, as células adiposas e os leucócitos. Há outras células nos tecidos conjuntivos especiais, como condroblastos e condrócitos; células osteoprogenitoras, osteoblastos, osteócitos e osteoclastos; células hematopoéticas, e células sanguíneas.
A matriz extracelular varia na sua composição conforme as células presentes no tecido conjuntivo. Geralmente ela é formada por uma parte fibrilar, com as fibras colágenas, as fibras reticulares e/ou as fibras elásticas, e por uma parte não fibrilar, a substância fundamental, com os glicosaminoglicanos, as proteoglicanas e as glicoproteínas. As propriedades da matriz extracelular conferem a cada tipo de tecido conjuntivo suas características funcionais.
Além de proporcionar suporte estrutural ao tecido, a matriz extracelular regula o comportamento das células, influenciando sua proliferação, diferenciação, migração, morfologia, atividade funcional e sobrevivência.
- Células mesenquimais
As células do tecido conjuntivo são derivadas das células mesenquimais, que são células-tronco pluripotentes. O mesênquima é um tecido embrionário proveniente do mesoderma e, na região da cabeça, também da crista neural, de origem ectodérmica.
As células mesenquimais têm um aspecto estrelado ou fusiforme, devido aos prolongamentos. Há junções comunicantes entre os prolongamentos de células vizinhas. O espaço extracelular é ocupado pela abundante substância fundamental e por esparsas fibras reticulares.
O tecido conjuntivo do adulto contém uma população pequena de células mesenquimais. Elas estão localizadas, por exemplo, na polpa dentária e ao redor de pequenos vasos sanguíneos, onde são chamadas pericitos.
As células mesenquimais são capazes de se transformar em fibroblastos e em miofibroblastos, contribuindo para o reparo do tecido. Produzem citocinas e fatores de crescimento que influenciam a diferenciação de outras células, como células epiteliais e células musculares.
- Fibroblastos
São as células mais comuns no tecido conjuntivo propriamente dito. Os fibroblastos são alongados ou estrelados, com longos prolongamentos, núcleo eucromático e um ou dois nucléolos proeminentes. O retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi são bem desenvolvidos, pois sintetizam os componentes da matriz extracelular: as fibras colágenas, as fibras reticulares, as fibras elásticas e a substância fundamental. Produzem também fatores de crescimento que controlam a proliferação e a diferenciação celular.
O citoplasma, inclusive nos prolongamentos, é rico em filamentos de vimentina (marcador de origem mesodérmica) e de actina (fibras de estresse). A interação do citoesqueleto com os componentes da matriz extracelular é proporcionada pelas proteínas transmembranas integrinas nas junções de adesão focal. Essas junções permitem a adesão à matriz, o movimento da célula e a transdução de sinais.
Nos tecidos embrionários, nos tendões e in vitro, os fibroblastos estão conectados por junções comunicantes e de adesão.
Os fibroblastos inativos (fibrócitos) são menores, mais ovoides, com núcleo mais heterocromático e uma menor quantidade de retículo endoplasmático.
- Macrófagos
Após os fibroblastos, os macrófagos são as células mais comuns no tecido conjuntivo propriamente dito.
Os macrófagos são oriundos dos monócitos que migraram do sangue para o tecido conjuntivo. A transformação de uma célula na outra envolve um maior desenvolvimento do retículo endoplasmático rugoso e do Golgi para a síntese de enzimas lisossômicas, um aumento no número de lisossomos e no tamanho da célula.
Os macrófagos têm cerca de 10 a 30μm de diâmetro. O núcleo é ovoide ou com forma de rim e excêntrico. O citoplasma apresenta retículo endoplasmático rugoso e Golgi bem desenvolvidos e abundância de lisossomos.
A superfície é irregular, com projeções que ajudam no movimento ameboide e na fagocitose. Na membrana, há receptores para IgG, sintetizadas pelos plasmócitos, e para as proteínas do sistema complemento, produzidas inclusive pelos macrófagos. As Ig e o complemento recobrem os microrganismos e as células, e a ligação dessas substâncias com os receptores atua como um sinal para o macrófago enviar pseudópodos e realizar a fagocitose.
Os macrófagos são capazes de fagocitar e digerir bactérias, restos celulares e substâncias estranhas. Eles secretam colagenase, elastase e enzimas que degradam glicosaminoglicanos, facilitando a migração pela matriz extracelular. Liberam ainda lisozima, que destrói a parede das bactérias.34,35
Durante a fagocitose, produzem espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio, como o superóxido, o óxido nítrico e o radical hidroxila, que são tóxicos aos micro-organismos.
Os antígenos da célula fagocitada são demonstrados na superfície das moléculas do complexo de histocompatibilidade principal da classe II (MHC II) aos linfócitos T auxiliares (helper), que deflagram a resposta imune. Por isso, os macrófagos são denominados células apresentadoras de antígeno.
Os macrófagos duram dois a três meses.
Com o objetivo de englobar ou fagocitar uma grande partícula, os macrófagos podem se fundir nas células gigantes de corpo estranho.
- Plasmócitos
São mais numerosos no tecido conjuntivo do tubo digestório, nos órgãos linfoides e em áreas de inflamação crônica. Originam-se dos linfócitos B após entrarem em contato com o antígeno e produzem anticorpos, que são as imunoglobulinas (Ig), também denominadas gamaglobulinas.
São células grandes (10 a 20μm de diâmetro), ovoides, com núcleo esférico e excêntrico. O núcleo apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina alternadas com eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é basófilo, devido à grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. A região justanuclear com o Golgi é clara ao microscópio de luz.
Os plasmócitos têm vida curta: 10 a 30 dias.
- Mastócitos
Os precursores dos mastócitos originam-se na medula óssea, circulam no sangue por um curto período e entram no tecido conjuntivo, onde se diferenciam e duram alguns meses.
Os mastócitos são numerosos no tecido conjuntivo da pele, dos sistemas digestório e respiratório e da cápsula dos órgãos, localizando-se preferencialmente na vizinhança dos vasos sanguíneos.
São células grandes (20 a 30μm de diâmetro), ovoides, com núcleo esférico e central e citoplasma preenchido com grânulos basófilos, de 0,3 a 0,8μm, que contêm os mediadores químicos da reação alérgica e do processo inflamatório.
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