OS LÍQUENS
Por: Eliana Philippi • 2/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.113 Palavras (5 Páginas) • 532 Visualizações
UNIDAVI – Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí
Prof. Sérgio Campestrini
Disciplina: Sistemática Vegetal
Acadêmico: Eliana Virginia Philippi
LÍQUENS
Os líquens são seres vivos simples que constituem uma simbiose( relação de mutualismo entre dois organismos onde há vantagens para ambos índividuos) de um organismo formado por um fungo ( o micobiante) – do grego mico, que significa “fungo” e bios vida, e uma alga ou cianobactéria ( o fotobionte) – do grego foto, que significa “luz” e bios vida.
O micobionte se beneficia da simbiose através dos açucares ou pólios, carboidratos, que são o seu alimento, produzidos pelas algas, através da fotossíntese. A alga ganha proteção, uma vez que o fungo, normalmente, forma a superfície externa e mantém o interior do talo úmido, resultando num ambiente mais estável para a alga, que pode, então, desenvolver-se mais. O fungo consegue o açúcar através das hifas especiais, chamadas apressórios ou haustórios, que entram em contato com a parede celular das células das algas. Aparentemente, o fungo pode produzir uma substância que aumenta a permeabilidade da parede da alga e que lhe permite adquirir, por difusão, até 80% do açúcar que a alga produz. Em relação às cianobactérias, o micobionte adquire nitrogênio.
O micobionte dos líquens pertencem na sua maioria ao filo Ascomycota (98%), sendo os restantes parte de Basidiomycota ( 2%). Cada espécie de líquen tem uma espécie diferente de fungo e é com base nessa espécie que os líquens são classificados. A classificação baseia-se, em geral nas características do talo e órgãos reprodutivos. Os fotobiontes são muito menos numerosos que os micobiontes e uma mesma espécie de alga pode fazer parte de vários líquens diferentes. Muitas espécies de algas, se não todas, podem existir isoladamente em alguns habitats, mas quando fazem parte de um líquen, apresentam uma distribuição muito maior.
Os fotobiontes mais comuns são as algas verdes Trebouxia, Psedotrebouxia e Trentepohlia e a cianobactéria Nostoc. Cerca de 90% de todos os líquens apresentam um desses quatro gêneros como fotobionte. Alguns líquens incorporam dois fotobiontes, uma alga verde e uma cianobactéria. Espécies diferentes do mesmo gênero de alga podem servir como fotobiontes em uma única espécie de líquen. Além disso, uma única espécie de fungo pode formar líquens com diferentes algas ou cianobactérias.
A reprodução dos líquens ocorre de três maneiras. Em alguns, os fungos liberam esporos no ar, corpúsculos que podem transformar-se em um novo organismo. Se um esporo de fungo cai sobre a alga certa, um novo líquen pode se formar. Os líquens também se reproduzem por meio de células chamadas sorédios. São grupos de células algáceas, cercadas por alguns fios de fungos, que crescem na superfície dos líquens e dali são levados pelo vento ou pela água. Se os sorédios ficam presos na rachadura de uma árvore ou de uma rocha, começam a desenvolver novos líquens. O terceiro tipo de reprodução ocorre em espécies que possuem isídios, excrescências minúsculas que surgem na superfície dos líquens. Como os sorédios, são separados e distribuídos pelo vento ou pela água.
Os líquens são capazes de viver em alguns dos ambientes mais inóspitos da terra. Estão presentes em diversas regiões, desde as desérticas e áridas até o Ártico, e crescem em solos nus, em tronco de árvores, em rochas aquecidas pelo sol, em mourões de cerca e nos picos alpinos varridos pelo vento em todo mundo. Alguns talos de líquens são tão pequenos que são quase invisíveis a olho nú, outros, como os chamados “musgo-das-renas”, podem cobrir quilômetros de terra, crescendo até a altura dos tornozelos.
Apesar de sua ampla distribuição as espécies de líquens habitualmente ocupam substratos bastante específicos, como as superfícies ou o interior das rochas, solo, folhas e casca de árvores.
Em quase todos os casos, o fungo constitui a maior parte do talo e desempenha o principal papel na determinação da forma do líquen. Existe dois tipos gerais de talos, em um deles as células do fotobionte estão distribuídas de modo mais uniforme por todo o talo, no segundo tipo, as células do fotobionte formam uma camada distinta dentro do talo. São reconhecidas três formas principais de crescimento entre as espécies do segundo tipo, os líquens estratificados: O líquen crostoso, que é achatado e adere firmemente ao substrato, exibindo a aparência de uma crosta ( incrustante); o folioso, que se assemelha a uma folha; e o fruticoso, que é ereto e com frequência ramificado e arbustivo. As cores dos líquens variam de branco a negro, passando por tonalidades de vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde.
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