Os Neurônios Espelho
Por: Kato25 • 27/10/2015 • Trabalho acadêmico • 695 Palavras (3 Páginas) • 208 Visualizações
Introdução
O presente trabalho busca explicar a origem e importância dos Neurônios-espelho, descobertos durante experimentos feitos em macacos da raça rhesus na década de 1990 pelo pesquisador Rizzolatti e seus companheiros. Esses neurônios eram ativados quando os macacos realizavam um movimento específico, ou, observava outro indivíduo fazendo a mesma tarefa. Esses estudos em primatas abriram caminho para estudos em humanos buscando semelhanças entre eles, assim como, buscando explicações para males como o autismo, intimamente ligado com falhas nos Neurônios-espelho.
Os Neurônios-espelho em macacos
Durante a década de 1990, membros de um grupo de pesquisadores liderados por Giacomo Rizzolatti, fizeram uma importante descoberta científica nomeada de Neurônios-espelho, esses neurônios eram ativados quando as cobaias realizavam um movimento com uma finalidade específica, como pegar um objeto com a mão, e também quando observavam um animal ou um ser humano realizando o mesmo movimento. Inicialmente seus estudos buscavam mapear os mecanismos responsáveis pelas realizações dos movimentos em macacos da raça rhesus, para tais estudos, eletrodos foram implantados no cérebro dos primatas em regiões específicas. Após inúmeras pesquisas empíricas e testes terem sido aplicados no laboratório de Rizzolatti, os cientistas chegaram à conclusão que os macacos possuem em seu cérebro uma classe de neurônios denominados Neurônios-espelho, esses neurônios fazem parte de uma área chamada F5 localizada no córtex, e também, podem ser encontrados na região do lobo parietal inferior. Tais neurônios são acionados nos macacos tanto quando eles ouvem ou enxergam uma determinada ação, como quando eles a realizam, assim sendo, esses neurônios quando ativados através da observação de uma ação, permitem que seu significado seja compreendido automaticamente sem a necessidade de etapas de natureza consciente. Estudos mais recentes comprovaram uma maior eficácia em estimular os Neurônios-espelho através de ações onde a mão e a boca do experimentador interagem com o objeto, ações essas como morder ou mastigar os alimentos, assim como agarrar ou manipular. Essa importante descoberta deixou claro a importância dos Neurônios-espelho em atividades de aprendizagem que não dependiam de ação da vontade do animal, e também, abriu passagem para estudos em dos Neurônios-espelho em humanos e suas relações com fenômenos como a origem da linguagem, imitação e a aprendizagem de novas habilidades, entretanto, problemas relacionados a disfunções nos Neurônios-espelho estariam intimamente ligados com problemas graves de autismo que se caracteriza principalmente por um comprometimento agudo nas interações sociais por parte do afetado. Desta maneira, a descoberta destes neurônios em humanos se mostra de grande importância para nos diferenciarmos dos demais animais e entendermos mais sobre determinadas doenças.
Os Neurônios-espelho em humanos
Após as descobertas e estudos relacionados aos Neurônios-espelho em macacos, os pesquisadores buscaram evidências desses neurônios também em humanos, utilizando aparelhamentos de neuroimagem, eles conseguiram localizar aquilo de denominaram sistema de neurônios espelho, que se distribuíam em áreas corticais semelhantes aos macacos. Posteriormente utilizando de tecnologias de ressonância magnética, os cientistas demonstraram a ativação dos Neurônios-espelho em outras áreas corticais, essas áreas eram estimuladas durante a observação ou a execução de diferentes ações, utilizando as mãos, a boca ou os pés. Uma curiosidade relacionada ao sistema de Neurônios-espelho consiste em sua especialidade não apenas em realizar e entender as ações dos outros, mas também ter a capacidade de decifrar suas intenções, seus comportamentos e emoções. Para Giacomo Rizzolatti essa é uma função importantíssima para o homem, uma vez que, o entendimento de ações, intenções e emoções de outros homens é indispensável para nossa sobrevivência. Recentemente outra importante descoberta relacionada a Área de Broca do cérebro humano, que anteriormente acreditava-se ser apenas responsável pela expressão da linguagem e da fala, com a área F5 do cérebro dos macacos, propondo dessa forma que ambas são homólogas. A comunidade cientifica chegou a essa conclusão quando compararam em diferentes aspectos os seres humanos e os macacos, algumas de suas semelhanças mais latentes além da localização bem próxima da área F5 (em macacos) e da Área de Broca (em humanos), estaria relacionada com o fato de ambas também estarem ligadas com propriedades motoras das mãos, principalmente a área de Broca, que, também se relacionaria com movimentos das mãos e dos braços
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