Resenha do Filme de Longa Metragem

O Filme de longa metragem Contágio (Contagion, Steven Sondberg, EUA. 2011) retrata a história de uma forte epidemia letal que avassala o planeta, causando a mortalidade de 10 % da população da Terra. O filme possui diversos apontamentos em relação a forma de avaliar os serviços e tecnologias em saúde. Apontamentos esses que serão discutidos ao longo do texto.

O início do filme apresenta uma executiva norte-americana (Beth Emhoff) retornando de uma viagem de negócios a China (país conhecido por ter iniciado os surtos de gripe aviária no século passado) tendo contato com pessoas de diversos países. Ao retornar de seu lar começa a ter um mal-estar seguido de febre. Paralelo a essa cena há a demonstração de uma ucraniana e dois homens chineses que padecem e falecem do mesmo mal-estar.

Beth Emhoff é atendida na emergência hospitalar e vai a óbito. Nota-se uma preocupação da equipe médica por não identificar o agente causador da doença e em perceber um sintoma peculiar: ela mantinha todos os sintomas de uma pessoa com gripe comum porem com um agravante: edema cerebral, tanto que inicialmente foi associado a encefalite e meningite. Junto a isso já no terceiro dia após o aparecimento de sintomas de Emhoff a comunidade mundial percebe que um novo tipo de gripe está se espalhando com uma intensidade alta, porém é notado que a vigilância à saúde tanto nos Estados Unidos (representado pelo Centro de Controle e Doenças – CCD – em Atlanta) assim como a vigilância do Estado de Minessotta (onde ocorreu o óbito de Emhoff e subsequentemente de seu filho de 6 anos) não consegue encontrar uma forma eficaz de identificação e controle da doença.

O vírus começa a espalhar-se por todo Estados Unidos, Europa, China, norte da África, Japão e Índia; o que chama a atenção da Organização Mundial da Saúde para a monitorização e contensão da epidemia.

Com isso há um grande empasse por desinformação e informações desencontradas o que dificulta o processo de descoberta e controle da doença, assim como um alarde da população, alimentada por uma mídia que não colabora para que a sociedade possua um ideal conhecimento para com a pandemia que se surge. Nesse quesito é observado como diante de uma situação semelhante a essa encontrada no filme os órgãos responsáveis de saúde devem atentar-se na hora de divulgação de informações. Sempre priorizando as informações comprovadas cientificamente e com dados precisos, procurando sempre evitar a propagação de notícias não comprovadas e suposições a respeitos das epidemias e males que afetam a saúde de toda e qualquer população.

Durante a primeira semana, no Estado do Minessotta, precisamente no departamento de saúde, a Doutora Epidemiologista Erin Mears começa a discutir as prováveis formas de infecção e contaminações virais, citado exemplos da Gripe Sazonal, varíola e poliomielite, a esse nome das taxas de infectividade dá-se o nome de R-0. Para esse caso é observado nas diversas variações que cada vírus possui, assim como os inúmeros fatores determinam uma infecção e sua taxa de reprodução, como o período de incubação e a suscetibilidade.  

É mostrado que o CCD em Atlanta começa o estudo investigativo de descoberta do vírus, há suspeitas que o vírus surgiu através de combinações do vírus da gripe aviária (H5N1 com o da gripe suína (H1N1). Nota-se uma importante observação quanta a globalização mundial e sua diminuição das distâncias terrestres pelo avanço tecnológico com implicações fortes na disseminação mais rápidas de surtos e epidemias em saúde.

 É realizada uma investigação detalhada por parte dos membros da OMS em relação a quem seria o paciente 0 (termo utilizado para identificar o primeiro caso humano de nova/suposta doença analisada), e pelos dados colhidos tanto do departamento de saúde do estado de Minessotta e do CCD, têm-se a suspeita que Beth Emhoff seja esse paciente. É observado que há uma interação entre Emhoff e várias pessoas ao seu redor, identificando-os em seguidas como uma mulher ucraniana um executivo japonês e um garçom chinês.