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A Dermatite de Contato

Por:   •  8/5/2018  •  Resenha  •  2.532 Palavras (11 Páginas)  •  472 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A dermatite de contato (DC) é uma reação inflamatória cutânea caracterizada morfologicamente por lesões do tipo eczema, ou seja, eritema, vesículas, exsudação, pápulas, escamas e liquenificação, que podem ocorrer isoladas ou simultaneamente. Essas dermatites são resultantes da exposição direta a algum agente externo (“molécula estranha”) com a participação ou não de luz ultravioleta (fotons) na superfície da pele. Embora a dermatite de contato (DC) seja frequentemente associada à etiologia alérgica, cerca de 80% das dermatites de contato são provocadas por substâncias irritantes, levando à DC não alérgicas ou irritativas (MOTTA, POMIECINSKI, 2006).

O processo inflamatório da dermatite de contato alérgica (DCA) é mediado por mecanismos imunológicos, podendo ser causada por substâncias inorgânicas, orgânicas, vegetais ou sintéticas, enquanto que a dermatite de contato por irritantes (DCI) é causada por dano tissular direto após contato com o agente agressor que inicia a reação inflamatória. A DCI pode ser desencadeada por um irritante primário absoluto que danifica a pele ao primeiro contato, ocasionando reações intensas com bolhas e ulcerações com aspecto de uma “queimadura”, os ácidos e aos álcalis são os principais exemplos. A DCI pode ser provocada por um irritante primário relativo que danifica a pele após contatos repetidos ou prolongados, os sabões, os detergentes, as fezes e a urina são os principais exemplos. Estes dois tipos de dermatites são, sem dúvida, as causas mais frequentes de eczemas profissionais (NICHOLSON, LLEWELLYN, ENGLISH, 2010).

A DCA e a DCI podem ser diferenciadas quanto a: causas, mecanismos fisiopatológicos, predisposição genética e testes cutâneos; e quanto a: apresentação clínica, tempo de aparecimento das lesões, resolução e demarcação anatômica da lesão. Estimava-se que teríamos no meio ambiente ao redor de seis milhões de produtos químicos, destes cerca de três mil já foram citados na literatura médica como sensibilizantes de contato, sendo que 30 seriam responsáveis por 80% das DCA. Quando o agente causador da dermatite pode ser identificado e evitado, a cura da dermatite é evidente. Se o contato persiste, a dermatite pode se tornar crônica e de difícil tratamento, podendo até impedir as atividades diárias do indivíduo (JACOB, STEELE. 2006).

O teste de contato é sem dúvida o procedimento diagnóstico mais eficiente (gold standard), especialmente nos pacientes com dermatites com menos de 12 meses de duração. Alguns pacientes com DC crônica (por mais de 12 meses) ou com episódios repetitivos de DC nunca se recuperam da dermatite apropriadamente, apesar do afastamento do agente causal e do tratamento clínico. Devemos, portanto, tentar descobrir o mais cedo possível o agente/substância a que o paciente possa estar sensibilizado para que a sua dermatite de contato não se cronifique (NICHOLSON, LLEWELLYN, ENGLISH, 2010).  

 

  1. OBJETIVOS        

      2.1 Geral

  • Pretende colaborar para que se tenha um conhecimento mais abrangente em relação às causas da dermatite de contato e suas possíveis complicações.

      2.2 Específico

  • Aprofundar sobre a doença e sua classificação de acordo com a etiologia;
  •  Diferenciar as formas alérgica e irritativa;
  • Identificar os sistemas e tecidos envolvidos durante a resposta do organismo na dermatite de contato.

  1. DESENVOLVIMENTO
  1. A Pele

A pele é o maior dentre todos os órgãos do corpo humano e sofre alterações de relevo e espessura por toda sua extensão. (CÂMARA, 2009). De acordo com Montanari (2016) a pele não apresenta um relevo uniforme, pois, percebem-se algumas depressões sendo estas os pontos onde se localizam aberturas microscópicas por onde são eliminados sebos, e brotam os pelos e, também se encontram as glândulas sudoríparas por onde é eliminado o suor. A mesma compreende em média 16% do peso corpóreo do ser humano, composta por duas camadas denominadas epiderme e derme interligadas entre si pela membrana basal, também denominada junção dermoepidérmica e pela hipoderme. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

 A epiderme é a primeira camada, localizada na superfície, composta por células epiteliais estratificadas e está acoplada a derme que é composta por um tecido denominado tecido conectivo e tanto a epiderme quanto a derme estão afixadas a hipoderme que é formada por tecido adiposo. (CAMARA, 2009; GOTTI, 2015), como demonstra a Figura 1. A pele fina prevalece por quase toda extensão do corpo, variando entre 0,07 mm e 0,12 mm, apenas em algumas regiões como as palmas das mãos e a planta dos pés é bem mais espessa variando entre 0,8 mm nas mãos e 1,4 mm nos pés. (GARTNER; HIATT, 2003).

As glândulas sebáceas podem ser identificadas em quase toda a superfície da pele, excetuando a palma da mão e a fáscia plantar e estão em grande número no couro cabeludo, na região central da face e no queixo, na região posterior do tronco e na região Antero superior do tórax. (TAVARES et al., 2012). As células sudoríparas que são mais abundantes que as sebáceas se distribuem por toda a extensão do tecido epitelial não sendo encontrado apenas nos lábios, no clitóris e na glande com maior densidade nas mãos e na fáscia plantar. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

[pic 1]

     Figura 1: Camadas da Pele (CAMARA, 2009).

Quatro tipos de células compõem a epiderme, sendo elas, queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel cada uma com suas funções sendo que as primeiras são encontradas tanto na pele fina quanto na pele espessa enquanto as demais estão distribuídas entre os queratinócitos em regiões específicas. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).

Os queratinócitos funcionam como barreira mecânica produz citocinas e são sinalizadores celulares; os melanócitos sintetizam pigmentos e servem de proteção contra ação de raios ultravioletas. (CÂMARA, 2009). As células de Langerhans apresentam os antígenos e as células de Merkel realizam a sintetização de catecolaminas e proporcionam a sensibilidade tátil. (GARTNER; HIATT, 2003).

A pele possui várias funções como auxiliar no crescimento contínuo dos pêlos, das unhas e os pêlos ajudam na proteção contra baixas temperaturas e as unhas protegem a extremidade dos dedos; a pele tem a propriedade de sintetizar a vitamina “D” ao se expor aos raios solares além de promover a impermeabilização do corpo. (BRINGEL, 2011).

A mesma é o primeiro agente imunológico identificado no organismo humano, variando de acordo com a permeabilidade da mesma, sua localização anatômica, a espessura do tecido epitelial, o espaço físico onde se encontra e seu potencial de reação imunológica. (PRESA, 2014). De acordo com Gartner; Hiatt (2003) a pele exerce a proteção do corpo contra lesões, atua na secreção através das glândulas sudoríparas e sebáceas e realiza a seleção de substâncias entre os compartimentos intercelulares por meio da permeabilidade seletiva.

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