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Fármacos Anticâncer

Por:   •  19/10/2015  •  Resenha  •  1.181 Palavras (5 Páginas)  •  367 Visualizações

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Fármacos Anticâncer

        Em pesquisas feitas com leucemias transplantáveis de crescimento em camundongos, descobriu-se que determinada dose de um fármaco citotóxico destrói uma fração constante das células cancerosas. Nos anos de 1950, foram identificados os primeiros antibióticos com atividade antitumoral, sendo o primeiro deles a dactinomicina. Com estes bons resultados, trouxeram grandes investimentos para a pesquisa na descoberta de novos fármacos.

        Antibióticos antitumorais (anticâncer) são um grupo de substâncias com estrutura química variada. Como todos os quimioterápicos, os antibióticos atuam tanto sobre as células normais quanto sobre as malignas. Por esse fato, apresentam efeitos colaterais indesejados. O nadir dessas drogas ocorre de 10 a 14 dias após a aplicação e a recuperação medular por volta de 21 dias.

        O ataque indiscriminado promovido pelos fármacos às células de rápida proliferação, cancerosas ou normais, produz os indesejáveis efeitos tóxicos conhecidos e extremamente temidos pelos indivíduos que necessitam a se submeter ao tratamento. Os tratamentos quimioterápicos têm como objetivo produzir o maior número possível de destruição das células malignas (BONASSA; GATO, 2012).

Alguns princípios têm orientado a seleção dos fármacos nas associações mais efetivas e fornecem um paradigma para o desenvolvimento de novos programas terapêuticos farmacológicos, conforme Katzung, Masters e Trevor (2014, p. 952-953) esclarecem:

  1. Eficácia: somente os fármacos reconhecidos por terem alguma eficácia quando usados como medicação única contra determinado tumor devem ser selecionados para uso em associação. Quando disponíveis, os fármacos que produzem remissão completa em alguma proporção de pacientes são preferidos aos que produzem respostas apenas parciais.
  2. Toxicidade: quando vários fármacos de determinada classe estão disponíveis e são igualmente efetivos, deve-se selecionar um fármaco com base na toxicidade para que esta não se sobreponha àquela dos outros fármacos na associação. Embora essa escolha possa levar a uma variedade mais ampla de efeitos colaterais, ela minimiza o risco de um efeito letal causado por múltiplas agressões ao mesmo sistema orgânico por diferentes fármacos e possibilita o uso de uma intensidade máxima de dose.
  3. Programação ideal do esquema: os fármacos devem ser usados na dose e na programação ideais, e as associações de fármacos devem ser administradas a intervalos consistentes. Como os intervalos longos entre os ciclos têm um efeito negativo sobre a intensidade da dose, o intervalo sem tratamento entre os ciclos deve ser o mais curto necessário para a recuperação do tecido-alvo normal mais sensível, que costuma ser a medula óssea.
  4. Mecanismo de interação: é preciso ter uma clara compreensão dos mecanismos bioquímicos, moleculares e farmacocinéticos de interação entre os fármacos de determinada associação, a fim de obter um efeito máximo. A omissão de um fármaco de determinada associação pode propiciar o crescimento excessivo de um clone tumoral sensível a esse fármaco isoladamente e resistente aos outros fármacos da associação.
  5. Prevenção de mudanças arbitrárias nas doses: uma redução arbitrária na dose de um fármaco efetivo para acrescentar outros fármacos menos efetivos pode reduzir a dose do agente mais efetivo abaixo do limiar de eficácia e anular a capacidade da associação de curar a doença de determinado paciente.

A grande maioria dos fármacos anticâncer, principalmente os citotóxicos, afeta apenas a divisão celular, mas não tem nenhum efeito inibidor específico na invasividade. Segundo Silva e Viana (2007, p. 176), “Citotóxico que é tóxico para a célula”.

Os fármacos anticâncer, em sua maioria, são antiproliferativos – muitos deles danificam o DNA e, por tanto, inibem a apoptose, afetam, também, células normais de divisão rápida e, assim, são propensos a deprimir a medula óssea, prejudicando a cicatrização e deprimir o crescimento. Quase todos os agentes citotóxicos produzem náuseas e vômitos graves.

Há diversas classes farmacológicas disponíveis de agentes quimioterápicos para tratamento do câncer mas nenhuma delas tem se mostrado capaz de erradicar as células cancerosas sem afetar tecidos normais (SALMON, SARTORELLI, 2003, apud SILVA; BUTERA; LEAL; ALVES, 2007, p. 1).

A resistência do organismo adquirida sobre os fármacos citotóxicos, pode acarretar na adaptação ou mutação das células tumorais. Essa forma de resistência a fármacos leva a um maior efluxo do fármaco e à redução do acúmulo intracelular de uma ampla variedade de agentes antineoplásicos estruturalmente não relacionados. Do ponto de vista experimental, a resistência aos fármacos pode ser altamente específica para um único fármaco e, em geral, baseia-se em uma alteração específica no aparelho genético de determinada célula tumoral, com amplificação ou aumento da expressão de um ou mais genes.

O tratamento que envolve combinações de vários agentes anticâncer aumenta a citotoxicidade para as células cancerosas, sem necessariamente aumentar a toxicidade geral. Conforme Silva, Butera, Leal e Alves (2007, p. 1), “Qualquer que seja a causa, o câncer (ou neoplasia) é essencialmente uma doença de células, caracterizada por um desvio nos mecanismos de controle dos processos de proliferação e diferenciação celular.”

 Também, com essas combinações, diminui a possibilidade de desenvolvimento de resistência a agentes individuais. É comum os fármacos serem administrados em doses mais elevadas em várias séries de tratamento, com intervalos de 2 ou 3 semanas entre si, em vez de serem em pequenas doses e em menor intervalo de tempo, permitindo que a medula óssea se regenere.

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