INFECÇÕES CONGÊNITAS
Por: Daniela Gontijo • 13/5/2018 • Ensaio • 2.701 Palavras (11 Páginas) • 243 Visualizações
INFECÇÕES CONGÊNITAS
- É toda infecção transmitida durante o período embrionário ou fetal e que teve sua origem na mãe. É sempre precedida de uma infecção (primo-infecção, infecção crônica, latente, reativação) que se desenvolve de forma sistêmica na gravida e se dissemina de forma hematogênica alcançando a placenta e o feto.
PODE CAUSAR: aborto, malformações, nascimento prematuro, retardo mental, perda auditiva e visual, que podem ser detectadas no período neonatal ou ser assintomáticas e com sequelas posteriores.
Infecções verticais abrangem além da congênita, infecções transmitidas no parto ou pós-natal.
TORCH (principais agentes causadores de IC) – Toxoplasma, Outros (parvovírus, varicela-zoster, enterovírus, HIV, HBV, plasmodium, T. cruzi, T. pallidum, M. tuberculosis), Rubéola, Citomegalovírus, Herpes Simples.
Citomegalovírus – doença de inclusão citomegálica causada por vírus de DNA – vírus fica latente e nunca e eliminado do organismo de modo que a IMUNOSSUPRESSÃO reativa a infecção.
TRANSMISSÃO – via respiratória (tosse, saliva, espirro), transfusão de sangue, da gestante para o feto, via sexual, objetos contaminados secreções biológicas (lagrima, leite materno, urina).
Se passada para o feto no primeiro trimestre de gestação pode acarretar sequelas neurológicas, visuais e auditivas.
DIAGNÓSTICO – pesquisa de IgG e IgM
- Elisa
- Quimioluminescência e eletroquimioluminescência
-ELFA
IgG – infecção previa ou persistente, paciente sujeito a tto.
IgM – infecção recente, pode ser falso +.
Tem reações cruzadas com outros vírus da família Herpesviridae, fatores reumatoides e anticorpos antinucleares.
Recomenda-se a demonstração de soroconversão entre duas amostras separadas, coletadas durante a gravidez (intervalo 2-4 semanas).
Alto IgG – infecção por CMV
Baixo IgM – infecção aguda recente
Toxoplasmose
causada pelo Toxoplasma gondii, tem felídeos como reservatórios definitivos e homens e outros mamíferos como intermediários.
TRASMISSÃO: ingestão de oocists do solo, areia e outros contaminados com fezes de gatos infectados. Carne crua e malcozida com cistos. Infecção transplacentária.
É assintomática em 90% dos indivíduos , na gravidez causa lesões mais severas no primeiro e segundo trimestres e sequelas após nascimento.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL – Pesquisar Ac e IgG e IgM
- Elisa
- Quimioluminescência e eletroquimioluminescência
-ELFA
IgG acima de 1:2048 deve ser interpretado com infecção ativa e deve-se testar IgM
IgG 1:500 a 1:2 pode representar infecção previa ou persistente – paciente sujeito a tto.
IgM pode significar infecção recente.
Para determinar o estágio da infecção faz-se TESTE DE AVIDEZ para IgG: reconhecer a força de ligação IgG específica e epítopos da ptn do T.gondii.
IgG de alta avidez aparecem 12-16 semanas após infecção e indicam que foi antes da gestação (exame feito no 1 trimestre)
IgG de baixa avidez ou resultado indeterminado sugerem risco para o feto, estágios iniciais.
Na falta de testes de avidez, faz-se soroconversão entre duas amostras diferentes, coletadas num intervalo de 2 a 4 sem.
- Aumento de IgG confirma infecção
-Diminuição de IgM indica infecção aguda recente
RUBÉOLA – febre e errupção maculopapular – doença branda que não deixa sequelas após cura
- causada por rubivírus
TRANSMISSÃO – contato com secreções nasofarígeas (incuba de 14-21 dias)
Na gravidez afeta o feto (1 trimestre) – surdez, cegueira, defeitos cardíacos , retardo mental, síndrome da rubéola congênita
Vacina é a única forma de prevenção – tríplice viral
DIAGNOSTICO – PESQUISA IgG E IgM
- Elisa
- Quimioluminescência e eletroquimioluminescência
-ELFA
IgG > 10UA/mL soroconversão e proteção vacinal eterna
IgG ausente > suscetibilidade
IgM + - infecção recente – pode ter falso positivo por reação cruzada com fator reumatoide, Epstein Barr. Fazer imunocaptura de IM.
Sífilis – infecto-contagiosa, sistêmica, crônica, com manifestações cutâneas temporárias
- Espiroqueta T. pallidum
Transmissão: sexual, congênita (via hematogênica a partir do 4º mês gestacional)
Doença de notificação compulsória (comunicação a autoridade sanitária competente) – LACEM é obrigado a oferecer uma confirmação e busca no registro para garantir que está registrado – Base epidemiológica nacional. HIV segue o mesmo modelo – CICLOM.
Fase recente – 1º ano de evolução de Sífilis não tratada – mulheres são mais diagnosticadas
- Primária (2-4 semanas, úlcera perto do local de infecção, cancro duro ou protossífiloma) – 2 semanas sorologia +
- Secundária – 4 a 8 semanas, erupção cutânea e linfadenopatia, disseminação T. pallidum no organismo, exantema brando que lembra a roséola, lesões papulosas e adenopatia. Espiroqueta intracelular.
- Latente = não há manifestaçõe visíveis, mas há presença do T. pallidum no tecido. Resposta imunitária diminui e ela reinicia os sintomas entrando na fase tardia.
Fase tardia/terciária – infecta outros órgãos e causa sequelas. Neurosífilis, cardiovascular, óssea.
Sífilis congênita – via hematogênica a partir do 4-5º mês gestacional
Fase recente – sintomas após nascimento e nos primeiros 2 anos – sintomas de intensidade variável. Sepse com anemia intensa, icterícia, hemorragia, lesões na pele, mucosas, ossos, SNC, respiratório
Fase tardia – após 2 anos. Lesões gomosas ou limitadas a um órgão, complicações osseas na mandíbula, arco palatino.
A medida que a doença avança o diagnóstico é mais difícil pq a bactéria está intracelular. Exames mais específicos e caros.
VDRL/Sorologia para Lues
Teste de triagem (baixo custo), Não treponêmico (inespecífico) – bactéria não é antígeno, usa antígeno mimético - FFLPD preparado coração bovino (cardiolipina) e LPTN purificadas (como colesterol e lecitina)
Cardiolipina + lecitina +colesterol - Reage com Ac reaginas (Ac produzido contra T pallidum) que não é um Ac específico para T. pallidum.
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