A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA APÓS O NASCIMENTO
Por: Giseli Ostroski • 18/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.146 Palavras (5 Páginas) • 244 Visualizações
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
GISELI OSTROSKI
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA APÓS O NASCIMENTO
Trabalho apresentado no curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul.
Professora: Natália Fontana Nicoletti Roxo
CAXIAS DO SUL
2021
- Clampeamento e corte do cordão umbilical
Por volta dos anos 50, o termo clampeamento precoce do cordão se referia àquele que ocorria dentro dos primeiros 60 segundos de vida; já o tardio, aos 5 minutos após o nascimento do bebê. A partir de novos estudos ao longo destes anos, foi observado que cerca de 80 a 100mL de sangue são transferidos da placenta ao bebê nos primeiros 3 minutos do nascimento, e que 90% desse sangue oxigena o bebê em suas primeiras incursões respiratórias. No entanto, em um cenário sem recomendações exatas de como proceder, o clampeamento do cordão umbilical costumava ocorrer entre os 15 e 20 segundos de nascimento.
Ao longo do tempo, novos ensaios clínicos avaliaram os efeitos de clampeamento do cordão umbilical imediato versus tardio, utilizando um novo corte de 30-60 segundos após nascimento, tendo como resultados: aumento nos níveis de hemoglobina no nascimento, melhora dos estoques de ferro nos primeiros meses de vida, diminuição das taxas de hemorragia intraventricular e enterocolite necrotizante em bebês prematuros.
Com isso, diversas organizações se posicionaram recomendando o clampeamento tardio do cordão umbilical. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, recomenda após 1 minuto do nascimento em bebês nascidos a termo, ou prematuros que não requerem ventilação com pressão positiva.
Recentemente, o American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Obstetric Practice emitiu uma atualização sobre as recomendações implementadas antes, em 2017:
• É recomendado um atraso no clampeamento do cordão umbilical em bebês nascidos a termo e prematuros por, pelo menos, 30-60 segundos após o nascimento;
• Foi relatado que, de fato, há um pequeno aumento na incidência de icterícia que requer fototerapia em bebês nascidos a termo, e que a equipe obstétrica deve estar atenta quanto ao monitoramento e possível tratamento da icterícia neonatal. Entretanto, a taxa de ocorrência de icterícia é relativamente baixa, o que não desqualifica os benefícios da prática do clampeamento tardio.
• Não há associação com aumento de risco de hemorragia pós-parto. No entanto, quando ocorre, por exemplo, placenta prévia ou descolamento prematuro da placenta, os benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical precisam ser equilibrados com a necessidade de estabilização hemodinâmica oportuna da mulher.
• Até o momento não há evidências suficientes para apoiar a prática em gestações múltiplas.
- Início da respiração espontânea do recém-nascido
O início da respiração é um processo complexo que envolve a interação de elementos bioquímicos e neurais somados a fatores mecânicos, bem como o fluxo sanguíneo pulmonar, a produção de surfactante e a musculatura respiratória, que também influenciam na adaptação respiratória à vida extrauterina.
• O clampeamento do cordão umbilical diminui a concentração de oxigênio, aumenta o dióxido de carbono e diminui o pH do sangue. Isso estimula a aorta e quimiorreceptores, ativando o centro respiratório na medula para iniciar dar início à respiração.
• A compressão mecânica do tórax durante o parto vaginal força aproximadamente 1/3 do fluido para fora dos pulmões fetais. Conforme a criança vai saindo, ele se expande novamente, gerando uma pressão negativa e puxando o ar para os pulmões. A inspiração passiva de ar substitui o fluido.
Quando a criança chora, uma pressão intratorácica positiva é estabelecida, o que mantém os alvéolos abertos, forçando o fluido pulmonar fetal remanescente para a circulação linfática.
• Para que o sistema respiratório funcione de forma eficaz, o bebê deve ter:
- fluxo sanguíneo pulmonar adequado;
- quantidade adequada de surfactante;
- musculatura respiratória forte o suficiente para suportar a respiração.
- Modificações cardiovasculares após o nascimento
Após o parto, ocorrem mudanças significativas no sistema cardiovascular, como resposta à remoção da placenta, até então a fonte de troca gasosa e da nutrição do feto.
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