CESTÓDEO E TRAMATÓDEOS EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO
Por: amandaetrindade • 19/12/2016 • Trabalho acadêmico • 3.648 Palavras (15 Páginas) • 819 Visualizações
Universidade Federal de Uberlândia[pic 1]
CESTÓDEO E TRAMATÓDEOS EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO
Uberlândia
2016[pic 2]
Universidade Federal de Uberlândia[pic 3]
CESTÓDEO E TRAMATÓDEOS EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO
Trabalho a ser realizada no curso de Medicina Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia para a matéria de Parasitologia.
Aluno: Amanda Eugênio Trindade.
Matricula: 11611MEV054
Professor (a): Márcia Curry.
Uberlândia
2016[pic 4]
1. Classe TREMATODA - Família FASCIOLIDAE
1.1 Introdução
O parasito Fasciola hepatica pertence à subclasse Digenea e ordem Distomata e se caracteriza morfologicamente por ser deprimido dorsoventralmente em forma de folha, possuir duas ventosas, uma oral e outra acetabular ou ventral, e ainda apresentar cone cefálico. Alimenta-se de sangue e fragmentos tissulares do hospedeiro (URQUHART et al.,1996). Em seus hospedeiros definitivos o ruminante causa inflamação do fígado e dos canais biliares (Linnaes, 1758). Esta doença é de origem européia, mas atualmente possui ampla distribuição mundial. Ela chegou ao Brasil na época da colonização por meio da importação dos animais do Continente Europeu, ela distribuiu principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (Serra-Freire et al.,1995).
1.2 Ciclo Evolutivo
Figura 1: Ciclo de vida da Fasciola hepatica
[pic 5]
Fonte:Carteira A9[1]
Resumo da figura 1:
Ovo12 a 14 dias miracídio.[pic 6][pic 7]
Miracídio 2 semanas esporocisto.[pic 8][pic 9]
Um esporocisto 2 a 4 semanas 8 a 40 rédias.[pic 10][pic 11]
Uma rédia 7 semanas 20 cercárias.[pic 12][pic 13]
1.3 Epidemiologia
A ocorrência de fasciolose numa região deve se ater sobre as condições que ira permitir o clico de vida do parasita. Sendo assim em regiões com disponibilidade de água, pois esses moluscos vivem em lugares alagadiços. A ocorrência desta parasitose está ligada a presença de moluscos do gênero Lymneae (Lymnaea). Segundo Enchevarria (2004) os bovinos preferem pastar em áreas alagadas, onde se encontra um perfeito habitat para esses hospedeiros intermediários, assim dando quantinuidade ao clico de vida da Fasciola hepatica, por outro lado os ovinos preferem pastar em regiões mais secas. Áreas com longo período de inundação, como vale ou plantações de arroz está mais sujeita a ocorrência de fasciolose, podendo ainda ocorrer o ano todo, já em áreas onde são alagadas periodicamente elas ocorrem algumas vezes ao ano. Em estações de seca os moluscos não terão os ovos eclodidos justamente pela falta de água, mas quando vem a chuva eles se reproduzem rapidamente e suas fezes iram ser carregadas. Esta infestação ocorre nos ovinos, após essas estações seca e chuvosa, pois terão os hospedeiros intermediários na sua fase de vida livre. A doença tem distribuição mundial, principalmente em regiões onde as condições climáticas são adequadas para os moluscos que servem como hospedeiro para o parasito (MERIAL, 2007).
No Brasil, as áreas mais atingidas pela F. hepática estão localizadas no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás (CUNHA et al., 2007).
1.4 Impactos Econômicos
F. hepatica é umas doenças mais graves que se tem, pois causa alterações no animal, diminui a produção de leite, aumenta a conversão alimentar, reduz a imunidade mediante as outras infecções, interfere na fertilidade e na fecundidade do animal, alem disso determina condenações de fígados como visto pelos estudos realizados no Paraná, durante atividade de inspeção de carnes desenvolvida em um abatedouro no município de Bocaiúva do Sul (PR), detectaram-se diversos fígados de bovinos parasitados por F. hepática. Especialistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram um estudo para detectar o tamanho do problema na região. De 42 propriedades distribuídas nos municípios de Bocaiúva do Sul e Tunas do Paraná, identificou-se a infecção por F. hepatica em 10 % das propriedades. Do total das propriedades, 17,7 % dos rebanhos ovinos e 8 % dos rebanhos bovinos estavam infectados. Assim, o estudo comprovou a existência do parasita na região e do hospedeiro intermediário, Lymnaea columella, que está amplamente distribuído na área, constituindo risco como zoonose. Em Minas Gerais, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), aferiu que a ocorrência se deu na região de Ituiutaba e Ibiá. Em Minas Gerais, um agravante do problema está no aumento da criação de ovinos, que geralmente são oriundos do Sul, nesse estado a doença significa cerca de 10% de perda do animal no momento da entrega no frigorífico (MERIAL, 2007). A fasciolose pode apresentar três formas clinicas: aguda, subaguda e crônica. A forma aguda da fasciolose em ovinos, segundo Vázquez e Pérez (2001) é originado pela grande quantidade de metacercárias (forma infectante) ingerida em um curto tempo por cordeiros que nunca tinham sido expostos antes ao parasita. Com o animal jovem a um traumatismo no parênquima hepático de forma que esse animal possua um quadro de anemia hemorrágica aguda que possa levar a morte do mesmo de um modo repentino, devido à perda da função hepática e, também pela perda de muito sangue.
Figura 2: Percentual de fascíola hepática no Brasil. De 2003 á 2008
[pic 14]
Fonte:Redalyc[2]
Embora não haja uma avaliação do real impacto econômico da fasciolose no Brasil, (Lima et ai. 2009) determinaram que 70% dos animais (N = 1.251) foram positivas para F. hepatica em exames de fezes a partir de 16 cidades (16/20) do estado de Minas Gerais. Gavinho, Kulek e Molento (2008) determinaram a prevalência de F. hepatica em bovinos abatidos entre agosto de 2007 e março de 2008, quando 281.366 animais foram abatidos no Paraná. O autores mostraram que a cidade de Castro teve o maior número de animais positivos, o que representa 61,6%.Também foi mostrado que 6 bovinos de corte moderadamente infectadas com uma média de 35 vermes adultos, em comparação com outros 6 bovinos de corte saudáveis, da mesma propriedade teve uma média de 200 kg (+/- 5,25) e 212,3 kg (+/- 12,4) da carcaça, respectivamente, representando um uma perda significativa de 5,8% (P = 0,004) dos animais ' carne ou R $ 74,00 (US $ 32,00) por animal.
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