A Anatomia e Fisiologia Cutânea

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA LUIGI PAPAIZ – DIADEMA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM COSMÉTICOS

Lucas Vasconcelos Cabral – RA 2171012111026

Rosangela Bontempo de Moura – RA 2171012111001

Thiago Souza Pedrozo – RA 2171012111005

ESTUDO DIRIGIDO - O MOVIMENTO DO MICROBIOMA

ANATOMIA E FISIOLOGIA CUTÂNEA

DIADEMA

2021

Além da pele contar com uma barreira física natural bem estruturada e resistente (tecido epitelial de revestimento), ela também possui um microbioma (espécie de floresta de bactérias do bem que a habitam). A maior parte destes microrganismos são adquiridos desde o nascimento por meio do vérnix caseoso, um manto esbranquiçado que reveste o corpo do bebê. Essas diferentes comunidades de bactérias, fungos, ácaros e vírus podem proporcionar proteção contra doenças e formar nichos dinâmicos e diferenciados na pele de acordo com o local do corpo, temperatura, umidade, pH, quantidade de lipídeos e exposição à radiação solar. Esses microrganismos podem ser localizados desde as camadas mais internas até as mais externas da epiderme.

O estudo aborda as diferenças de microbioma de indivíduo para indivíduo e fatores como: estilo de vida, condições de higiene sanitária e pessoal, idade, etnia, gênero (mulheres tendem a dar mais atenção à pele ao se comparar com homens), fatores ambientais (tais quais umidade do ar, temperatura e exposição solar) e fatores comportamentais (uso de cosméticos e como podem influenciar positiva ou negativamente no microbioma cutâneo).

Manter o microbioma saudável é muito importante para o equilíbrio do próprio organismo. A simbiose entre os componentes da nossa pele e as bactérias que ali comensalisam possui uma correlação entre o sistema imune desta com a secreção de peptídeos antimicrobianos dessas bactérias benéficas. Essa relação, inclusive, fortalece o nosso sistema imunológico contra patógenos nocivos.

Em um exemplo citado no estudo com a bactéria Staphylococcus epidermidis, uma espécie comensal em nossa pele sintetiza uma protease chamada ESP, que degrada proteínas fundamentais para a formação de biofilmes de Staphylococcus aureus, bactéria nociva para o nosso organismo quando encontrada em população desproporcional. Ela excreta o ácido lipoteicoico, que se liga ao receptor 2 tipo Toll (TLR-2), um tipo de proteína transmembrana, que inibirá as respostas inflamatórias e assim promoverá cicatrização de ferimentos.

Foram observados danos e patologias cutâneas em indivíduos que possuem seu microbioma em desequilíbrio, em comparação com indivíduos saudáveis. O fácil acesso aos antibióticos orais e tópicos e o próprio estilo de vida urbano, contribuem para a disbiose e menor diversificação do microbioma ao comparar-se com indivíduos que residem em áreas rurais ou que vivem em estilo mais livre e naturalista. A disbiose, conforme vários estudos apontam, está associada às rupturas em microbiomas que são comprovadas através da cronicidade de lesões cutâneas, de onde observam-se a presença de citocinas de Staphylococcus aureus em resposta aos germes que penetram na área lesionada.

Estudos apontam que um odor mais acentuado na pele esteja relacionado com a metabolização de compostos de bactérias que não sejam comensais, juntamente com as excreções sebáceas. Outros microrganismos não pertencentes ao microbioma natural da pele têm sido observados em patologias cutâneas, como acne, rosácea e psoríase.

A higiene pessoal e uso de cosméticos também têm sido observados em estudos e agora começam surgir alguns resultados que têm mostrado a alteração da comunidade microbiana e, inclusive, contribuir para uma alteração negativa, com o desenvolvimento de germes nocivos. Em contrapartida, a criação de produtos prebióticos e probióticos acendem uma expectativa de reconstrução do microbioma cutâneo para indivíduos acometidos por disbiose, a fim de minimizar os seus efeitos.