A Bioclimatologia Vegetal
Por: Marian Hokama • 30/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.085 Palavras (5 Páginas) • 654 Visualizações
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Bioclimatologia Vegetal
Marian Hokama Oliveira
Palotina
2018
Conceito
Bioclimatologia é um ramo da climatologia que estuda os efeitos do ambiente físico sobre os organismos vivos, considerando um longo período de tempo. Portanto Bioclimatologia vegetal é o estudo dos efeitos do ambiente físico nas plantas.
Introdução
As plantas são produtores primários, portanto têm grande importância nos ecossistemas. Fatores climáticos podem afetar essa produção causando desequilíbrios ecológicos como a degradação dos cursos d'água, erosão dos solos, aumento da velocidade dos ventos de superfície, diminuição da fauna silvestre, especialmente dos inimigos naturais das pragas agrícolas, etc.
O Vento
O vento é definido como "movimento do ar em relação à superfície terrestre" e normalmente significa o movimento horizontal do ar. O vento de superfície é causado principalmente pela diferença de pressão e temperatura entre dois locais. Direção, velocidade, força e freqüência de calma, são características importantes do vento, que pode ser muito instável, variando em minutos sua direção e intensidade.
O vento, fator ecológico componente do clima, influencia o desenvolvimento dos vegetais basicamente sob três aspectos: transpiração, absorção de CO2, e efeitos mecânicos nas folhas, galhos e caule (Mota, 1976). E esta influência depende da quantidade de movimento, temperatura e umidade absoluta da massa de ar (Ometto & Caramori, 1981).
A quantidade de movimento da massa de ar é diretamente proporcional à sua velocidade, e quando transfere energia a qualquer obstáculo promove o chamado efeito mecânico do vento.
Quando a velocidade é moderada auxilia no suprimento de CO2, na polinização e na quebra dos gradientes de umidade e térmico no perfil da cultura. O efeito mecânico indesejável acontece quando a velocidade é alta, promovendo a quebra de galhos e folhas, queda de flores e frutos. E quando há material transportado, como partículas de areia, a ação danosa é acentuada pelo esmerilhamento das folhas, galhos e caule da planta. Os ferimentos provocados pela ação mecânica do vento, favorecem o ingresso de bactérias, vírus e fungos, além de diminuírem a eficiência fotossintética (Pavari, 1961; Ometto &Caramori, 1981).
A temperatura da massa de ar pode estimular a evapotranspiração cuticular e estomática em níveis compatíveis com o metabolismo da planta, regulando a assimilação fotossintética e a respiração. Quando a temperatura é muito alta provoca excesso de evapotranspiração causando rápida perda d'água, alta respiração, baixa eficiência fotossintética, enfim, uma série de distúrbios fisiológicos indesejáveis. Ao contrário, quando a temperatura é muito baixa provoca queda na velocidade das reações bioquímicas causando défices fisiológicos (Ometto &Caramori, 1981).
A Chuva
O déficit hídrico influencia fortemente a vegetação de tal forma que a sua intensidade, variável no tempo e no espaço, proporciona a variação da sua fisionomia e flora (SAMPAIO, 1995).
A explicação ecológica para a mudança rápida da vegetação em relação ao clima é a presença de diversas adaptações evolutivas que permitem a sobrevivência das plantas. Dentre elas, tem-se a perda das folhas da maioria das plantas durante a estação seca para economia de água. Outra forma de adaptação é a liberação das sementes de herbáceas anuais em um período mais úmido e favorável ao seu desenvolvimento. E ainda, há a presença de plantas de metabolismo CAM (em português significa metabolismo do ácido das crassuláceas) que permite a conservação hídrica da planta, uma vez que há trocas gasosas somente durante a noite, para evitar a perda de água através da evapotranspiração (SAMPAIO, 1995).
Áreas que possuem uma cobertura vegetal marcante encontram-se nas altitudes maiores. Tal fato é provavelmente causado em virtude das chuvas orográficas que possibilitam um clima mais úmido ao longo do ano em relação a menores altitudes.
A cobertura vegetal apresenta grande mudança ao longo do ano quando comparada com as estações seca e chuvosa. Nesta estação, a paisagem é dominada por uma paisagem verde do rebrotamento das folhas, enquanto que na ausência de chuvas na estação seca, a paisagem muda completamente, influenciando muitos fatores ecológicos, desde eventos populacionais a processos ecossistêmicos.
A Temperatura e a Umidade
Dentre as variáveis climáticas, a temperatura exerce importante influência sobre a vegetação, sendo determinante na diferenciação florística ao longo de gradientes altitudinais. Dentro desse contexto, as temperaturas baixas parecem ser especialmente relevantes na determinação dos limites de ocorrência altitudinal de certas espécies (WURTHMAN, 1984; NIMER, 1990; ZOTZ, 2005).
Nas regiões de clima tropical predominam as elevadas temperaturas e a alternância entre estações secas e úmidas. A cobertura vegetal caracteriza-se por duas formações: as savanas e as florestas tropicais. Também aparecem, nas áreas alagadas, pântanos e, junto ao litoral, mangues.
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