A Tempesta
Casos: A Tempesta. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cleanplus • 2/7/2013 • 655 Palavras (3 Páginas) • 259 Visualizações
A TEMPESTADE
William Shakespeare
Apresentação
SHAKESPEARE: A ARTE DA PERSUASÃO
Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do
que sonha a tua filosofia ( There are more
things in heaven and earth, Horatio, that are
dreamt of than in your philosophy)
Muito já se discutiu e se escreveu sobre persuasão.
J.A.C. Brown, psicólogo, escreveu Técnicas de
Persuasão. William Sargant, psiquiatra, produziu a
obra Battle for the Mind. sobre conversão religiosa
e lavagem cerebral. Serguei Tchakhotine escreveu
Le viol des foules par la propagande politique.
Os estudiosos da Escola de Frankfurt produziram
várias obras que envolviam o assunto, principalmente
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Max Horkheimer, Theodor Adorno e Jürgen
Habermas. Infelizmente nenhuma dessas obras
trouxe uma explicação satisfatória sobre o processo
da comunicação persuasiva.
É que às vezes as respostas não se encontram em
cientistas, pesquisadores e doutores, mas com
literatos, poetas, dramaturgos; aqueles que
observam, sentem e escrevem. Interessante,
percebem as coisas da vida sem utilizar metodologias
científicas e que tais. Aprende-se Psicologia com
Machado de Assis, melhor que em Freud; Sociologia,
com Gilberto Freire, se conhece melhor do que em
Durkheim.
William Shakespeare produziu uma teoria sobre a
persuasão que cientista nenhum desvendou, basta ler
com atenção devida.
Iago, com argumentos e artimanhas, convenceu
Otelo de que sua esposa, Desdêmona, era infiel. Lady
Macbeth persuadiu Lorde Macbeth a matar o rei para
tomar-lhe o trono. Próspero, dominou espíritos para
que o ajudassem em sua vingança. Cássio convenceu
Bruto a matar Júlio César. O fantasma do rei da
Dinamarca convenceu Hamlet, o filho, a vingar sua
morte. Romeu seduziu Julieta e foi seduzido por ela,
a ponto de se suicidarem ambos. Petrucchio domou a
megera Catarina, transformando-a em mulher dócil e
submissa. Em todas essas obras, e em outras que
não mencionei, há uma idéia recorrente: a
comunicação persuasiva, para ser eficiente,
pressupõe um fator: as fraquezas humanas. As
pessoas são mais facilmente persuadidas quando se
apela para o egoísmo, ambições, invejas, ciúmes,
paixões, dores, arrependimentos.
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Esse foi um dos legados que William Shakespeare
nos deixou, há quatrocentos anos. Entender o ser
humano em suas fraquezas, suas forças, suas
felicidades, seus gozos e angústias. Mas não se trata
apenas de entender o outro, a nós mesmos também.
Somos todos guerreiros, às vezes, políticos, no
sentido grego, constantemente. Também somos
incapazes. Romeu não conseguiu ser bem sucedido
com Julieta, não lhe deram tempo nem oportunidade.
Macbeth não pode obter as vantagens do trono,
sanguinariamente conquistado.
Quanto ao ser humano, Shakespeare nos ensina algo
importante, senão fundamental: o homem não é bom
ou mau, apenas homem. Um famoso
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