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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PATOLOGIAS MALIGNAS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E MAMA

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Por:   •  22/11/2013  •  9.242 Palavras (37 Páginas)  •  2.237 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

CURSO DE LICENCIATURA PLENA E BACHARELADO EM ENFERMAGEM

ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL NA ATENÇÃO BÁSICA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PATOLOGIAS MALIGNAS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E MAMA

MACAPÁ-AP

2012

1- INTRODUÇÃO

O câncer é responsável por cerca de 13% de todas as causas de óbito no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente da doença. Em 2004, o Brasil registrou 141 mil óbitos por câncer. As principais causas de morte por câncer no sexo masculino foram de pulmão, próstata e estômago, enquanto no sexo feminino foram de mama, pulmão e intestino. A explicação desse percentual tão alto de óbitos por câncer está diretamente relacionada à maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. Os atuais padrões de vida adotados em relação ao trabalho, nutrição e consumo em geral expõem os indivíduos a fatores ambientais mais agressivos, relacionados a agentes químicos, físicos e biológicos resultantes de um processo de industrialização cada vez mais evoluído.

Esta distribuição do processo de industrialização varia de intensidade em função das desigualdades sociais. Esses modelos de vida têm reflexos importantes no perfil epidemiológico das populações.

A redução das taxas de mortalidade e de natalidade indica o prolongamento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, levando ao aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas, especialmente as cardiovasculares e o câncer. Com o recente envelhecimento da população, que projeta o crescimento exponencial de idosos, é possível identificar um aumento expressivo na prevalência do câncer, o que demanda, dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), imenso esforço para a oferta de atenção adequada aos doentes.

O câncer constitui, assim, problema de saúde pública para o mundo desenvolvido e também para nações em desenvolvimento. No Brasil, a distribuição dos diferentes tipos de câncer sugere uma transição epidemiológica em andamento.

A incidência do câncer cresce no Brasil, como em todo o mundo, num ritmo que acompanha o envelhecimento populacional decorrente do aumento da expectativa de vida. E o resultado direto das grandes transformações globais das ultimas décadas que alteraram a situação de saúde dos povos pela urbanização acelerada, dos novos modos de vida e novos padrões de consumo. A estimativa para 2006 previa uma ocorrência de 472 mil casos novos de câncer no Brasil (ou 355 mil, se excluídos os casos de tumores de pele não-melanoma), o que corresponde a quase dois casos novos por ano para cada 1.000 habitantes. Os cânceres mais incidentes, a exceção do de pele não melanoma, são os de próstata, pulmão e estomago no sexo masculino; mama, colo do útero e intestino no sexo feminino.

O Sistema Único de Saude (SUS) registrou 423 mil internações por neoplasias malignas em 2005, além de 1,6 milhão de consultas ambulatoriais em oncologia. Mensalmente, são tratados cerca de 128 mil pacientes em quimioterapia e 98 mil em radioterapia ambulatorial.

Nos últimos cinco anos, ocorreu um aumento expressivo no número de pacientes oncológicos atendidos pelas Unidades de Alta Complexidade do SUS, o que pode estar refletindo em uma melhora na capacidade do sistema em aumentar o acesso aos recursos de tratamento especializado, ainda que pesem os gargalos existentes em algumas especialidades, as dificuldades de regulação e articulação entre as unidades da rede e a inexistência de resultados positivos na saúde da população.

Do total de casos novos em 2006, 234.570 foram para o sexo masculino e 237.480 para o sexo feminino. O câncer de pele não melanoma (116 mil casos novos) e o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de mama feminina (49 mil), próstata (47 mil), pulmão (27 mil), colón e reto (25 mil), estômago (23 mil) e colo do útero (19 mil).

2-POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE RELACIONADAS AO CÂNCER NO BRASIL

2.1-Apresentação da Política Nacional de Humanização: princípios, método, diretrizes e dispositivos

A PNH parte da concepção de um novo humanismo, não mais baseado em valores universais referidos a um homem ideal, mas focado no “encontro com a experiência concreta de ‘um homem’ em processo de produção de si e de sua saúde” (BENEVIDES & PASSOS, 2005). Coloca-se não como um programa, mas como uma política transversal que se quer presente em todas as instâncias gestoras do SUS e nas diferentes ações públicas de saúde.

São princípios norteadores da PNH:

• A inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde e de sujeitos.

• O fomento da transversalidade entendida como aumento do coeficiente de comunicação entre as instâncias hierárquicas (eixo vertical) e os setores e serviços (eixo horizontal), promovendo a abertura das corporações e a multiplicação das rodas de discussão e decisão coletiva.

O método da PNH inverte a concepção tradicional de um caminho traçado para atingir determinado objetivo, preconizando que as metas sejam construídas a partir do agenciamento de movimentos coletivos. Para tanto, se definiu o método da tríplice inclusão, que comporta:

a) A inclusão dos diferentes sujeitos – usuários, trabalhadores e gestores – como protagonistas dos processos de atenção e gestão do SUS.

b) A inclusão dos efeitos de desestabilização das práticas tradicionais e a invenção de novos modos de produzir saúde, que decorrem da inclusão dos diferentes sujeitos e se manifestam como analisadores sociais.

c) A inclusão dos movimentos coletivos sociais e de novos regimes de sensibilidade que se manifestam na cultura.

As diretrizes da PNH, sistematizadas em cartilhas, textos e documentos divulgados pelo HumanizaSUS, se referem a:

• Gestão Participativa e Compartilhada (Co-gestão) do processo de produção de saúde.

• Clinica ampliada, incluindo as dimensões social e subjetiva na abordagem dos processos de adoecimento e produção

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