Afta
Ensaios: Afta. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: acenos • 6/3/2015 • 1.451 Palavras (6 Páginas) • 338 Visualizações
Estomatite aftosa (também chamada de estomatite aftosa recorrente, aftas orais recorrentes ou ulceração aftosa recorrente; em grego: ἄφθα; transl.: aphtha , "úlceras na boca"1 ) é uma condição comum caracterizada pela formação repetida de úlceras bucais benignas e não-contagiosas (afta) em indivíduos saudáveis. O termo informal afta também é predominantemente usado como um nome vulgar.2
Sua causa não é completamente compreendida, mas envolve uma resposta imune mediada por células T e desencadeada por uma variedade de fatores que variam entre os indivíduos: podem incluir deficiências nutricionais, trauma local, estresse, influências hormonais, alergias e predisposição genética, dentre outros.
Essas úlceras ocorrem periodicamente e se curam completamente entre os ataques. Na maioria dos casos, as úlceras individuais duram cerca de 7 a 10 dias, e os episódios de ulceração ocorrem de 3 a 6 vezes por ano. A maioria delas aparece nas superfícies epiteliais não queratinizadas da boca (ou seja, em qualquer lugar exceto a gengiva inserida, o palato duro e o dorso da língua), embora as formas mais graves, que são menos comuns, também possam envolver as superfícies epiteliais queratinizadas. Os sintomas se constituem em pequenos incômodos que podem chegar a interferir no consumo de comidas e bebidas, no entanto as formas graves podem ser debilitantes, causando inclusive perda de peso devido à má-nutrição.
A condição é muito comum, afetando cerca de 20 por cento da população em geral em algum grau. O início é geralmente na infância ou adolescência e a condição geralmente dura por vários anos antes de desaparecer gradualmente. Não há cura e os tratamentos visam a controlar a dor, promover a cicatrização e reduzir a frequência de episódios de ulceração.
Pessoas com estomatite aftosa não apresentam sinais ou sintomas sistêmicos (ou seja, fora da boca) detectáveis.3 Geralmente, os sintomas podem incluir sensações prodrômicas como ardor, coceira ou ardência, o que pode preceder o aparecimento de qualquer lesão por algumas horas; e dor, que muitas vezes é proporcional à extensão da úlcera e é agravada pelo contato físico, especialmente com certos alimentos e bebidas (por exemplo, ácido). A dor é pior nos dias imediatamente após o início da formação da úlcera e é aliviada com a progressão da cicatrização.4 Se houver lesões na língua, a fala e a mastigação podem se tornar desconfortáveis, enquanto úlceras no palato mole, orofaringe ou esôfago podem causar odinofagia (dor na garganta).4 Os sinais são limitados às próprias lesões.5
Os episódios de ulceração geralmente ocorrem cerca de 3 a 6 vezes por ano.6 No entanto, os casos graves são caracterizados por ulcerações praticamente constantes (novas lesões se desenvolvem antes das antigas se curarem) e podem causar dor debilitante crônica e interferir em uma alimentação confortável. Em casos graves, isso impede a ingestão adequada de nutrientes, levando à má-nutrição e perda de peso.4
As úlceras aftosas geralmente começam como máculas eritematosas (área plana de mucosa avermelhada) que evoluem para úlceras recobertas por uma membrana fibrinosa amarelo-acinzentada que pode ser raspada. Um halo eritematoso envolve a úlcera.7 O tamanho, número, localização, tempo de cicatrização e periodicidade entre os casos de formação de úlcera são todos dependentes do subtipo de estomatite aftosa.8
A causa não é totalmente clara,3 mas acredita-se que seja multifatorial.9 Foi ainda sugerido que a estomatite aftosa não é uma entidade única, mas sim um grupo de doenças com causas diferentes.3 Vários estudos têm tentado identificar um organismo causador, mas a afta parece ser não-contagiosa, não infecciosa e não transmissível sexualmente.3 Acredita-se que a destruição da mucosa seja o resultado de uma resposta imune mediada por células T, que envolve a liberação de interleucinas e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α).9 Os mastócitos e os macrófagos também estão envolvidos, secretando TNF-α juntamente com as células T. Quando as primeiras úlceras aftosas são biopsiadas, a análise histológica mostra um denso infiltrado inflamatório, 80% do qual é constituído por células T.7 Pessoas com estomatite aftosa têm linfócitos circulantes que reagem com os peptídeos 91 a 105 da proteína do choque térmico 65-60.3 Além disso, a proporção de células T CD4+ para células T CD8+ no sangue periférico de indivíduos com estomatite aftosa é diminuída.7
Apesar desta teoria da imunodesregulação preferida pela maioria dos pesquisadores,10 a estomatite aftosa se comporta de forma diferente de outras doenças autoimunes em muitos aspectos. Não há associação entre a afta e outras doenças autoimunes, as quais costumam vir acompanhadas de outras; autoanticorpos comuns não são detectados, a condição tende a se resolver espontaneamente com o avanço da idade ao invés de piorar e geralmente as imunoglobulinas séricas estão em níveis normais.3
As evidências para o mecanismo de destruição da mucosa mediado por células T são fortes, mas os desencadeadores exatos desse processo são desconhecidos e provavelmente são múltiplos e variados entre uma pessoa e outra. Isto sugere que há inúmeros desencadeadores possíveis, cada um sendo capaz de produzir a doença em diferentes subgrupos. Em outras palavras, diferentes subgrupos de indivíduos com estomatite aftosa parecem apresentar diferentes causas para a condição. Esses subgrupos podem ser distribuídos em três categorias gerais: imunodesregulação primária, redução da barreira mucosa e estados de sensibilidade antigênica aumentada.7 10 Fatores etiológicos na afta também são considerados, por vezes, em duas categorias, relacionadas com o hospedeiro ou ambiente.11
Pelo menos 40% das pessoas com estomatite aftosa têm um histórico familiar positivo,
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