Comportamento Reprodutivo Em Mamíferos
Dissertações: Comportamento Reprodutivo Em Mamíferos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Joerg • 28/11/2013 • 2.705 Palavras (11 Páginas) • 1.499 Visualizações
Introdução
A classe dos mamíferos é a mais conhecida pois inclui o homem, os animais domésticos mais comuns, e famosos animais selvagens. Segundo POUGH et al. (2008), os mamíferos têm grande diversidade morfológica, e nenhum outro táxon de vertebrados possui formas tão diferenciadas. Possuindo uma diversidade de espécies de 4800.
Um mamífero pode ser definido como um animal cuja fêmea possui glândulas mamárias. Essas glândulas terminam em tetas - com exceção dos monotremados, que o leite escorre no pêlo. Em todas as espécies o leite materno é o primeiro alimento do animal recém-nascido. Além desta característica fundamental, os mamíferos têm muitas outras comuns a todos, incluindo quatro membros e pele coberta de pêlos. Todos os mamíferos, sem exceção, possuem pêlos, alguns modificados.
A reprodução sempre é precedida de acasalamento verdadeiro. Os mamíferos são vivíparos (os filhotes se desenvolvem dentro do organismo da mãe), menos nos Monotremados. Nos marsupiais (Metatheria) a fêmea dá à luz um filhote embrionário que termina seu desenvolvimento no marsúpio, uma bolsa ventral materna. Nos placentários (Eutheria) o embrião se desenvolve inteiramente no útero materno, ao qual se liga pela placenta.
Quando se trata de acasalamento, os animais selvagens fazem suas próprias regras. De monotremados enrolando suas caudas a bonobos com comportamento sexual quase humano.
De modo geral os machos querem acasalar com quantas fêmeas forem possíveis, com o objetivo de fertilizar o mais óvulos. As fêmeas são um pouco mais seletivas, preferindo acasalar com os melhores machos para fertilizar seus óvulos.
O resultado é a necessidade de exibição de caracteres e a poliginia - a estratégia de acasalamento mais comum no reino animal - em que os machos competem por acesso a um harém de fêmeas reprodutoras. Essa seleção sexual tende a favorecer as adaptações que aumentam o sucesso reprodutivo, como por exemplo um grande tamanho de corpo que favoreça o sucesso no combate pré-acasalamento, e alta contagem de esperma que aumentam as chances de fertilização bem sucedida.
Tal situação eleva as fêmeas a um patamar de “mulheres no comando” no mundo animal. Ficando a cargo da fêmea a seleção dos genes que serão passados adiante. Ficar fora das batalhas permite a fêmea escolher o macho mais forte, além de direcionar suas adaptações para o cuidado da prole em vez do sucesso reprodutivo.
Prototheria
Ornithorhynchidae
Estudos mostraram que o comportamento reprodutivo do ornitorrinco é bastante complicado, talvez explicando porquê existam somente dois nascimentos de ornitorrincos em cativeiro. Fêmeas selvagens não reproduzem em seu primeiro ano, mas podem reproduzir tão cedo quão em seu segundo ano de vida. Algumas fêmeas não reproduzem nos anos consecutivos. Um estudo sugere que principalmente as fêmeas estabelecidas residentes em uma área reproduzem. O comportamento pré-cópula geralmente inclui grande contato corporal, perseguindo e circulando, e com o macho mordendo a cauda da fêmea. A cópula de ornitorrincos envolve o macho se aproximando da fêmea por trás e enrolando a cauda abaixo dela com o tórax no seu dorso.
Vinte oito dias após a cópula, os ornitorrincos cavam as tocas nas quais colocarão os seus ovos. Os ornitorrincos colocam entre um e três ovos, geralmente dois. “Uma substância pegajosa mucosa cobre os ovos para que eles fiquem aderidos ao pêlo do abdômen”. Os ornitorrincos não têm uma bolsa, e os ovos são carregados durante dez dias entre a cauda e o abdômen. A fêmea normalmente come metade do seu peso corporal em comida toda noite, mas por breves períodos de tempo enquanto ela se deita para encubar os seus ovos, o ornitorrinco não deixa o seu ninho. Pensa-se que é através de depósitos de gordura em sua cauda que a fêmea vive durante esse período. Após vários dias, a fêmea começa a comer entre 90 e 100% do seu peso em comida diariamente, e isso continua durante todo o período de lactação. Ornitorrincos são amamentados por cerca de três a quatro meses após o nascimento, ou até que tenham 30 cm de comprimento. (CROMER, 2004)
Tachyglossidae
Segundo Cromer (2004), o período de reprodução de équidnas selvagens dura de dois a três meses do início da primavera. Com seus longos e numerosos espinhos, eles copulam muito cuidadosamente “ventre com ventre e cabeça com cabeça, ou cabeça apontando em direções opostas e somente as aberturas cloacais em contato”.
O tempo de gestação é de cerca de vinte três dias. Um único ovo é depositado na bolsa, onde é frouxamente mantido e incubado por dez dias. Foi constatado que a cloaca pode ser evertida até 1,25 centímetros, o que sugere que, se a equidna fêmea consegue enroscar-se, e ela pode depositar diretamente o ovo na extremidade posterior da bolsa. Após a eclosão, os jovens prendem-se nos numerosos pêlos no interior bolsa. Eles sugam das mamas na bolsa, mas não ficam fixos a elas como nos marsupiais. Equidnas levam seus filhotes dessa maneira por cerca de 55 dias, ou até desenvolver espinhos, e mamam por até cerca de 7 meses de idade. (CROMER, 2004)
Metatheria
Dasyurmorphia
As fêmeas de diabo-da-tasmânia começam a reproduzir quando atingem a maturidade sexual, normalmente em seu segundo ano. Neste ponto, elas se tornam férteis uma vez por ano, produzindo óvulos múltiplos. O acasalamento ocorre em março, em locais abrigados durante o dia e a noite. Os machos lutam pelas fêmeas na época de reprodução, e as fêmeas de diabo-da-tasmânia podem acasalar com o macho dominante. Diabos-da-tasmânia não são monogâmicos, e as fêmeas se acasalam com vários machos se não forem guardadas após o acasalamento.
Diprotodontia
Coalas acasalam durante a época fria na Austrália. O macho dominante acasala com quantas fêmeas ele puder achar. A época de reprodução dos coalas dura cerca de quatro meses. Neste período, os machos sexualmente maduros exploram o seu território, atraindo as fêmeas no cio, e enchem o local de marcas odoríferas, emitindo simultaneamente um som semelhante a um mugido. As fêmeas demonstram em geral grande agressividade com relação aos machos, os quais repelem violentamente. O acasalamento, que dura alguns segundos, dá-se em posição vertical sobre um galho de eucalipto. Depois que terminada a conjunção, os companheiros se separam. O macho não se ocupa do sustento do filhote: tal
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