Dengue E Resposta Imune
Monografias: Dengue E Resposta Imune. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mh.rodrigues • 7/9/2013 • 4.414 Palavras (18 Páginas) • 859 Visualizações
INTRODUÇÃO
Dengue é uma doença endêmica que afeta mais de 100 países, incluindo as regiões de clima tropical e subtropical da África, Américas, Leste do Mediterrâneo, Sudeste da Ásia e Oeste do Pacífico. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo.
No Brasil há relatos de prováveis epidemias de dengue no início deste século. Em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói. Entretanto, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em Boa Vista, Roraima, em 1982.
Em 1986, o dengue reapareceu de forma epidêmica em 3 estados (Rio de Janeiro, Ceará e Alagoas), sendo que a maior epidemia ocorreu no Rio de Janeiro, atingindo mais de um milhão de pessoas. Neste ano e nos anos seguintes (até 1989) o sorotipo Den 1 foi o responsável por epidemias e/ou surtos da doença nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Alagoas, Bahia e Pernambuco.
A cada ano a doença vem se repetindo no Brasil, onde o maior número de casos se concentra no período de chuvas, que é a época em que as condições ambientais são propícias para o desenvolvimento e proliferação do mosquito vetor. A partir de 1994, as epidemias têm apresentado maior vulto, espalhando-se para todas as regiões geográficas.
Os primeiros casos de dengue hemorrágico apareceram no Rio de Janeiro em 1990, com a introdução de um novo sorotipo, o Den 2. Com a disseminação desse sorotipo para outras regiões do país, infectando pessoas que já haviam contraído a doença anteriormente, foram surgindo casos de dengue hemorrágico em outros estados (Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro). Assim, no período de 1990 a 1998 (dados provisórios), foram confirmados 718 casos que levaram 27 pessoas à morte.
A transmissão da doença foi observada pela primeira vez no Estado de São Paulo em 1987, nos municípios de Guararapes e em Araçatuba. No verão de 1990/91 foi registrada uma epidemia de grandes proporções, com início em Ribeirão Preto, que rapidamente se expandiu para municípios vizinhos e outras regiões. A partir de então, as epidemias de dengue vêm ocorrendo todos os anos no Estado.
As maiores incidências ocorreram nos meses de verão no mês de Março, porém tem se observado transmissão ao longo do ano, mostrando que a doença esta endêmica em vários municípios. A partir de 1996 tem sido detectado a circulação do sorotipo 1 e 2 no Estado de São Paulo.
1. CARACTERÍSTICAS CLINICAS E EPÍDEMIOLÓGICAS DA DENGUE
1.1 Descrição
Doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, Dengue clássico (DC), febre hemorrágica da Dengue (FHD) ou síndrome do choque da Dengue (SCD). Atualmente, é a mais importante arbovirose que afeta o ser humano e constitui sério problema de saúde pública no mundo. Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.
1.2 Agente Etiológico
É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.
1.3 Reservatório
A fonte da infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Foi descrito na Ásia e na África um ciclo selvagem envolvendo macacos.
1.4 Vetores
São mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é a mais importante na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela urbana. O Aedes albopictus, já presente nas Américas, com ampla dispersão nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, é o vetor de manutenção da Dengue na Ásia mas até o momento não foi associado à transmissão da Dengue nas Américas.
1.5 Ciclo do Mosquito da Dengue
Barbosa (2006, p.27)
1.5.1 Modo de Transmissão
A transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypti, no ciclo ser humano-Aedes aegypti-ser humano. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro susceptível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com pessoa sadia, nem por intermédio de água ou alimento.
1.5.2 Período de Incubação
Varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.
1.5.3 Período de Transmissibilidade
O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor.A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença. No mosquito, após um repasto de sangue infectado, o vírus vai se localizar nas glândulas salivares da fêmea do mosquito, onde se multiplica depois de 8 a 12 dias de incubação. A partir deste momento, é capaz de transmitir a doença e assim permanece até o final de sua vida (6 a 8 semanas).
1.6 Desenvolvimento da Doença
Fig.4,Fig.5. Fonte:BARBOSA (2006, p.27)
(1). O mosquito infectado pica o homem.
(2). O vírus se dissemina pelo sangue.
(3).
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