Desenvolvimento Pessoal
Exames: Desenvolvimento Pessoal. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 22/3/2014 • 1.576 Palavras (7 Páginas) • 735 Visualizações
RESULTADOS OBTIDOS REFERENTES A CONHECIMENTOS SÔBRE NUTRIÇÃO LIGADOS À GESTAÇÃO
Os conhecimentos ligados à gestação foram obtidos através de questões que versavam: 1. sôbre a necessidade da mãe "comer por 2 pessoas", para que o bebê nascesse forte; 2. sôbre o fato de o feto ser prejudicado, caso a gestante não comesse o que desejasse; 3. sôbre nascimento de gêmeos, devido ao consumo de "bananas gêmeas", pela mulher grávida.
Pela Tabela verifica-se que as respostas afirmativas às questões podem evidenciar a existência de um tabú.
Verifica-se que entre os conhecimentos pesquisados ligados à gestação, o citado com maior freqüência refere-se à necessidade da futura mãe comer o que tem vontade, a fim de que o bebê não seja prejudicado.
Como conseqüências do fato da mulher grávida não comer o que tem vontade foram apontadas as seguintes: a criança nasce com mancha, a criança nasce fraca, a criança nasce doente, a criança nasce defeituosa, a criança nasce prematura e a criança nasce com a "bôca aberta" (fenda palatina, lábio leporino).
RESULTADOS OBTIDOS REFERENTES A CONHECIMENTOS SOBRE NUTRIÇÃO LIGADOS AO PÜERPÉRIO
Os conhecimentos ligados ao puerpério tiveram por base, perguntas referentes ao consumo de alimentos para a puérpera ter bastante leite e a necessidade de dieta pós-parto.
A questão: "Para a mãe ter bastante leite, o que deve comer e beber depois do bebê nascer" analisada de acôrdo com os extratos de alimentos utilizados na presente investigação, apresenta os seguintes resultados:
Observa-se que são citados com maior freqüência os alimentos plásticos e dentre êstes, o leite aparece em primeiro lugar. As frutas se sobressaem entre os alimentos protetores e na categoria de outros, destaca-se a cerveja Malzbier e a canjica, com as respectivas porcentagens: 35% e 23%. Se considerarmos o total de entrevistas (184) verificaremos que 24% delas apontaram o leite e 17% a cerveja. Pouco mais de 47% das entrevistadas alegaram não saber o que a puérpera deve comer ou beber para ter leite em abundância.
A maioria das entrevistadas acredita ser necessário, para a mulher que teve um filho, seguir uma dieta alimentar. Apenas 9% delas acha que tal prática é desnecessária, enquanto que 15% não sabe se é, ou não, necessária tal dieta.
Quanto à duração da mesma, a maioria julga ser necessária a observação de dieta alimentar por 40 a 60 dias.
As 102 entrevistadas que afirmam não poder a puérpera comer de tudo, apontaram 137 alimentos impróprios. Agrupando-os de acôrdo com os extratos alimentares estabelecidos, foi verificado que os alimentos componentes do grupo dos plásticos, são os mais citados e dentre êsses, destaca-se a proibição do uso de carne de porco e de pescado.
A distribuição geral dos alimentos, que não podem ser consumidos pela mulher após o parto, é a seguinte:
Proibição de consumo de carne de porco e pescado pela puérpera
COMENTÁRIOS
Os resultados apresentados nos dão uma idéia geral dos conhecimentos sôbre nutrição ligados à gestação e ao puerpério, de que são portadoras as alunas matriculadas nos cursos de Aprendizado Doméstico de Cambuci, Guarulhos, Rudge Ramos e redondezas.
Foi verificado que é bastante difundida a crença de que a gestante deve comer o que tem vontade, para que seu filho não seja prejudicado. Aparentemente, portanto, maior atenção deveria ser dedicada a êste conhecimento, por ser êle o mais comum entre os estudados.
De grande utilidade seria a realização de investigação mais profunda, a fim de se verificar melhor, quais são os alimentos que compõem o cardápio das que acreditam que a gestante precisa comer por 2, para o bebê nascer forte. Isto porque, é recomendável o uso de alimentos que não provoquem o aumento de pêso, tendo-se em vista evitar dificuldades que podem surgir por ocasião do parto, decorrentes de uma superalimentação ou de uma alimentação imprópria. Seria interessante tentar uma redução do consumo de alimentos que ocasionam aumento de pêso, substituindo-os por outros de comprovada importância na gestação, como por exemplo, o uso de alimentos que proporcionem maior fonte de ferro, especialmente a partir do quinto mês, quando há uma baixa na taxa de hemoglobina da gestante, decorrente da expoliação de ferro pelo feto.
Êste fato, alimentação inadequada, pode exigir uma mudança social, que seria concretizada no consumo correto de alimentos, durante a gestação.
Lembramos ainda, que 9% das entrevistadas responderam que não sabem se a gestante deve comer por dois para que o filho nasça forte; 12% deram tal resposta quanto à necessidade da gestante comer o que tem vontade, a fim de que o bebê não seja prejudicado. Estas respostas podem indicar a ausência de conhecimento sôbre as questões, sendo possível a aquisição de um conhecimento certo ou errado. Estas pessoas constituem um grupo que, teòricamente, vai oferecer menores resistências para aceitar um conhecimento correto que lhe fôr transmitido em programas de educação alimentar. Neste caso, não há necessidade de ser substituído um conhecimento por outro, o que implicaria em duas operações: retirada de um e subseqüente substituição por outro. A mudança, aqui necessária, diz respeito ao corpo total de conhecimentos do indivíduo que seria acrescido de mais um conhecimento, sem retirada de outro. Portanto, constitui um grupo de trabalho mais fácil, com menores probabilidades de encontro de resistências. Quanto ao puerpério verifica-se, também, que nem todas as entrevistadas tem um conhecimento coincidente com o científico. A cerveja Malzbier é considerada como sendo de uso conveniente, para que a mãe tenha bastante leite, por 24% das entrevistadas, enquanto 17% afirmam que o consumo de canjica dá resultado idêntico, o que não corresponde à opinião médica.
Mais de 55% das interrogadas acreditam ser preciso a observação de uma dieta alimentar pela mãe, após o nascimento do bebê, o que na verdade não é obrigatório em situação pós-parto normal. Por exemplo, não há contra indicação médica do consumo de peixe, um dos alimentos apontados como impróprios, na presente investigação, por 20 pessoas; pelo contrário, o uso dêste alimento pode ser recomendável, constituindo uma rica fonte de fósforo.
Pelo exposto, foi verificado que os conhecimentos ligados ao puerpério e gestação, do corpo discente dos Centros de Aprendizado Domésticos pesquisados, são inadequados, sendo aconselhável programações específicas baseadas nos conhecimentos das alunas, aqui salientados.
Tomando por base as maiores freqüências encontradas, ligadas às questões colocadas, poder-se-ia apontar como prioritária a transmissão de noções acêrca da alimentação da gestante, condicionada ao que ela tem vontade de comer, e seguimento de dieta alimentar pós-parto. Estas programações poderiam contribuir para a melhoria dos padrões alimentares das alunas quando elas se encontrarem na situação de gestantes ou puérperas, podendo também serem atingidas, através delas outras pessoas que fazem parte dos seus grupos sociais.
Acreditamos que estas crenças são igualmente bastante difundidas em outros meios, cuja população apresenta características sociais semelhantes às pessoas por nós entrevistadas. Talvez, poder-se-ia mesmo sugerir a inclusão de tópicos referentes ao consumo pela gestante do que tem vontade, e a dieta pós-parto, nos programas de educação alimentar, por ventura realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. RODINSON, M. – Gôsto não se discute. A saúde do mundo, abr. 1969. p. 24-26. [ Links ]
2. WITT, A. – Hábitos alimentares e conhecimentos sobre nutrição de alunos dos Cursos de Aprendizado Doméstico do Serviço Social da Indústria. São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, 1970. [mimeografado]. [ Links ]
Recebido para publicação em 15-3-1971
Revista de Saúde Pública
versão impressa ISSN 0034-8910
Resumo
TORRES, Alexandre G e TRUGO, Nádia M F. Evidência de estado inadequado do ácido docosahexaenóico em gestantes e nutrizes brasileiras. Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, n.2, pp. 359-368. ISSN 0034-8910. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000200018.
São revistas informações publicadas recentemente sobre a ingestão de tipos de gorduras alimentícias e fontes alimentares de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (AGPI-CL) n-3 no Brasil, juntamente com índices bioquímicos do estado nutricional para AGPI em gestantes e nutrizes e a composição em AGPI no leite de mulheres brasileiras adultas e adolescentes. Possíveis inadequações do estado nutricional do ácido docosahexaenóico (DHA) nas gestantes e nutrizes brasileiras ainda não foram investigadas com abrangência e profundidade suficientes no Brasil. Os dados considerados mostram que a ingestão dietética de fontes alimentares de AGPI-CL n-3 no Brasil é baixa e insuficiente. Além disso, os índices bioquímicos do estado nutricional materno para o DHA e o teor de DHA no leite de mulheres brasileiras adultas e adolescentes são baixos, quando comparados com dados internacionais. Estes dados indicam possível estado inadequado para o DHA em gestantes e nutrizes brasileiras, mas estas evidências merecem confirmação por meio de estudos populacionais abrangentes e específicos.
Palavras-chave : Lactação; Gorduras na Dieta; Gorduras Insaturadas; Ácidos Graxos; Consumo de Alimentos; Publicações Periódicas como Assunto; Gestação
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Artigo
Revista de Saúde Pública
versão impressa ISSN 0034-8910
Rev. Saúde Pública v.37 n.3 São Paulo jun. 2003
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102003000300013
ARTIGO ORIGINAL
Ocorrência de diabetes melito em mulheres com hiperglicemia em gestação prévia
Prevalence of diabetes mellitus in women with prior gestational hyperglycemia
Márcia Rocha Gabaldi SilvaI; Iracema de Mattos Paranhos CalderonI; Luciana Colnago GonçalvesI; Flávio Ferrari AragonII; Carlos Roberto PadovaniII; Walkyria de Paula PimentaI
IFaculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Botucatu, SP, Brasil
IIInstituto de Biociências da UNESP. Botucatu, SP, Brasil
Endereço para correspondência
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RESUMO
OBJETIVO: Verificar a freqüência com que ocorria intolerância à glicose (diabetes melito e tolerância à glicose diminuída) em mulheres cuja gestação foi acompanhada e avaliada quanto à tolerância à glicose.
MÉTODOS: Num período de até 12 anos da gestação-alvo, de um total de 3.113 gestantes acompanhadas em um serviço de obstetrícia, 551 foram selecionadas por
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