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Endrometriose

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Por:   •  8/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.326 Palavras (10 Páginas)  •  581 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A comunicação bucossinusal (CBS) é uma ocorrência comum que consiste da formação de um trajeto entre a cavidade oral e o seio maxilar. A principal incidência é após a extração dos molares superiores, devido à íntima relação anatômica entre os ápices das raízes desses dentes e o seio maxilar (ERICSON, FINNE e PERSSON, 1973; KILLEY e KEY, 1967).

Se uma comunicação não é tratada, a partir do momento de sua formação, o tecido epitelial inicia um processo de proliferação que pode fechar ou manter esta abertura. Quando este processo, conhecido como epitelização, promover uma comunicação permanente entre as cavidades, esta comunicação é definida como fístula. Apesar destes termos terem características diferentes, muitas vezes são utilizados como sinônimos (ABUABARA et al., 2006).

A literatura apresenta diversas maneiras para o tratamento das fístulas bucos sinusais. Entre os mais utilizados estão técnicas de sutura das bordas, retalhos bucais, retalhos palatinos, retalhos deslizantes, enxertos e corpo adiposo bucal (ABUABARA et al., 2006).

O corpo adiposo bucal (CAB), também conhecido como “bola de Bichat”, teve importância clínica limitada por muitos anos. Apenas em 1977 foi descrito seu uso para reconstruções orais como enxerto pediculado (EGYEDI, 1977). TIDEMAN, BOSANQUET E SCOTT (1986) foram os pioneiros no uso do CAB como enxerto pediculado exposto, sem a necessidade de recobrimento epitelial, para o tratamento de defeitos após a remoção de tumores malignos. Porém, foram HANAZAWA et al. (1995) que mostraram, pela primeira vez, os resultados obtidos com o uso do CAB sem recobrimento para o fechamento de fístulas bucossinusais

O objetivo deste trabalho é revisar a literatura a respeito do uso do CAB como enxerto pediculado para o tratamento das comunicações bucossinusais e relatar dois casos clínicos. Além disso, pretende-se discutir questões relacionadas aos aspectos anatômicos, à etiologia das CBS, às técnicas cirúrgicas e ao reparo tecidual.

REVISÃO DA LITERATURA

ASPECTOS ANATÔMICOS

Em 1802, BICHAT (apud STUZIN et al., 1990) foi o primeiro a reconhecer o CAB como verdadeiramente de natureza adiposa. Foi a partir daí que surgiram as expressões “bola de Bichat” ou corpo adiposo bucal.

Antes disso, em 1732, HEISTER (apud STUZIN et al., 1990) havia apenas descrito a presença, na região, de uma estrutura glandular, conhecida como glândula molar.

SHATTOCK, em 1909 (apud TOSTEVIN e ELLIS, 1995), confirmou a natureza adiposa do CAB como sendo completamente distinto do tecido adiposo subcutâneo. Em sua análise de 42 cadáveres adultos, o corpo adiposo bucal estava bem desenvolvido bilateralmente em 34 amostras; em outros dois cadáveres havia formação em apenas um lado, enquanto no outro lado estava, praticamente, ausente. Nenhuma correlação foi encontrada entre o tamanho do indivíduo e o volume do corpo adiposo bucal. Alguns cadáveres estavam magros por terem sido vítimas de tuberculose, mas não mostraram diminuição no tamanho do corpo adiposo bucal.

Segundo GAUGHRAN (1957), o corpo adiposo bucal consiste de um corpo principal, repousando sobre o periósteo maxilar, e fibras superiores do bucinador, do qual se estendem quatro processos: pterigopalatino, temporal, pterigóide e bucal. O corpo adiposo encontrar-se-ia encapsulado na bochecha por um envelope facial derivado da fáscia parotídeo-massetérica.

Com relação à embriologia do CAB, o trabalho de TIDEMAN, BOSANQUET e SCOTT (1986) relata que, apesar de algumas variações, a formação da gordura inicia-se, aproximadamente, aos 3 meses de vida intra-uterina. Os lóbulos tendem a se formar ao redor do plexo venoso que conecta as veias orbitais com as veias superficiais da face. Uma vez bem definida, esta área é encapsulada e cresce rapidamente. O crescimento se dá através do aumento do número de lóbulos, da formação de novas células adiposas e do crescimento de cada célula.

Para DUBRUL (1991), o espaço que separa o músculo temporal e os dois pterigoideos é preenchido por um coxim de tecido adiposo. O nome “coxim adiposo bucal de Bichat” é mais amplamente usado, mas seria melhor dizer parte bucal do coxim adiposo mastigatório. Este coxim adiposo também preenche o espaço entre os músculos masseter e bucinador. Na borda anterior do masseter o tecido adiposo protrude como um corpo chato, biconvexo e arredondado.

ETIOLOGIA DAS COMUNICAÇÕES BUCOSSINUSAIS

A maior causa das comunicações bucossinusais é a extração dos molares superiores, devido à íntima relação anatômica entre os ápices das raízes desses dentes e o seio maxilar (KILLEY e KEY, 1967).

Segundo ERICSON, FINNE e PERSSON (1973), a principal ocorrência é após a extração dos molares superiores, devido à proximidade existente entre o seio maxilar e os ápices das raízes desses elementos.

EGYEDI (1977) relatou quatro casos de comunicações bucossinusais e/ou buconasais provocadas pela ressecção de tumores malignos.

SKOGLUND, PEDERSEN e HOIST (1983) justificam que a íntima relação anatômica entre os ápices radiculares dos pré-molares e molares e o seio maxilar, e a espessura do assoalho do seio nesta região, que varia de 1 a 7 mm, faz com que a extração de dentes posteriores da maxila seja a causa mais comum das comunicações bucossinusais.

Para EPPLEY e SCAROFF (1984), a comunicação bucossinusal é uma ocorrência comum que pode ser causada por diversos fatores, tais como cistos, traumas, tumores, outras entidades patológicas ou cirurgias menores.

Em todos os 56 casos do estudo publicado por STAJCIC (1992), as comunicações bucossinusais foram causadas por exodontias.

SAMMAN, CHEUNG e TIDEMAN (1993), através de um estudo retrospectivo, relataram 29 casos consecutivos de reconstrução imediata de defeitos utilizando enxerto pediculado do CAB. Dentre estes, havia 2 comunicações bucossinusais, sendo uma causada por uma osteorradionecrose após tratamento de carcinoma nasofaríngeo e outra causada após tratamento de ceratocisto na maxila.

EL-HAKIM e EL-FAKHARANY (1999) relataram 20 casos de comunicações bucossinusais que tiveram origem após extrações de dentes superiores.

No relato de RALDI, SARDINHA e ALBERGARIA-BARBOSA (2000), a comunicação bucossinusal foi gerada pela exodontia de um primeiro molar superior.

No estudo retrospectivo de ABUARARA et al. (2006), foram avaliados

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