Equinococose

EQUINOCOCOSE

1 INTRODUÇÃO

A equinococose ou hidatidose pode ser encontrada na maioria dos países de clima temperado, portanto na maioria das regiões do mundo, inclusive dos Estados Unidos. As infecções ocasionadas pela ingestão de ovos, e não dos cisticercos tissulares, pertencente ao gênero Echinococcus. A equinococose cística (hidática) e a alveolar, são duas formas de equinococose, onde a fonte mais comum da equinococose cístida ou hidática é do Echinococcus granulosus encontrado nas fezes de cães e de outros carnívoros (lobos, coiotes), portanto a transmissão é pela via oral-fecal e não por ingestão de carne contaminada, onde os ovos eclodem no intestino delgado e penetram a parede do intestino e formam o que é chamado de cistos hidáticos nos órgãos que são afetados. Enquanto E. multilocularis (Leuckart, 1863), causa a hidatidose alveolar e é encontrada em algumas regiões árticas e algumas áreas da Europa, no caso da E. oligarthrus (Diesing, 1863), excepcionalmente pode produzir doença policística no homem e a E. vogeli (Rausch e Bernstein, 1972), espécie de descrição mais recente, principal implicada na etiologia da hidatidose (neotropical), policística que incide em regiões silvestres das Américas Central e do Sul.

Na América tropical, o E. vogeli apresenta como hospedeiro intermediário principal a Agouti paca (paca), além de outras poucas espécies de animais silvestres. Os hospedeiros definitivos são canídeos domésticos e silvestres. No ambiente silvestre destacasse o Speothos venaticus (cachorro-do- mato) como o único hospedeiro natural conhecido desse Echinococcus sp. O homem infecta-se enquanto um hospedeiro intermediário acidental, tanto no ambiente silvestre como no doméstico (Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2004).

Os casos de hidatidose humana por E. granulosus são muito mais comuns do que pelas outras espécies e ocorrem na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Venezuela e na região Sul do Brasil. A infecção ocorre, preferencialmente, nas regiões com maior densidade de criação de gado. Pelo emprego de técnicas de biologia molecular, sabe-se da existência de variedades intraespecíficas (linhagens ou cepas) em E. granulosus no Rio Grande do Sul. A infecção humana por E. oligarthrus, que também desenvolve uma larva policística, é rara no Brasil, visto que foram confirmados apenas dois casos. Os pacientes eram da região Norte.

2 BIOLOGIA DOS AGENTES

O parasita do Echinococcus sp, pertence ao filo Platelmintes, classe Cestoda, onde é caracterizado pela ausência ou formação incompleta do sistema digestório, portanto todos os representantes dessa classe são parasitas internos, possui um revestimento semelhante aos trematódeos (epiderme não ciliada permitindo as trocas gasosas e a eliminação de compostos nitrogenados), e os alimentos são apenas absorvidos pela pele dos mesmos. Também pertencem à família Taenidae e gênero Echinococcus, o agente etiológico responsável pela equinococose.

2. 1 MORFOLOGIA DO PARASITA

2. 1. 1 Adulto

Os vermes adultos das espécies de Echinococcus medem de 3,9mm a 6,0mm, com o corpo dividido em escólex globoso, com quatro ventosas e um rostro armado de duas fileiras de ganchos, colo, ou região proglotogênica, delgado e curto, enquanto o estróbilo formado por três ou quatro proglotes, das quais apenas a última é denominada grávida, por conter o útero repleto de ovos (Ministério da Saúde, 2011).

Figura 01 - Desenho esquemático A: Echinococcus vogeli; B: Echinococcus granulosus.

Fonte: Serviço de Referência Nacional em Hidatidose, IOC, Fiocruz.

Os de E. vogeli medem de 33 a 41mm de comprimento e têm a lâmina, encurvada, mais longa do que o cabo (2/3 do total), enquanto os de E. oligarthrus medem de 26 a 32mm e neles a lâmina e o cabo têm comprimento quase igual. Por outro lado, os acúleos das demais espécies de Echinococcus são bem menores – os de E. granulosus, espécie encontrada no sul do Brasil, medem de 18 a 22mm3. Como mostra a representação de medições

A

A= Tamanho total

B= Tamanho do cabo

C= Tamanho da lâmina

Figura 02 - Representação da medida dos acúleos de Echinococcus obedecendo ao critério proposto por Rausch.

Fonte: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2004.

A classe Cestoda possuí a aparência de uma fita. O corpo é segmentado dividido em escólex (para fixação) e estróbilo (corpo dividido em plogótides).Todos são hermafroditas. O comprimento do corpo varia conforme a espécie.

São obrigatoriamente parasitos de animais. As formas adultas localizam-se no trato digestivo, necessitando de pelo menos um hospedeiro intermediário para completar o ciclo biológico. E a alimentação é por perfusão, pois possuí sistema digestivo ausente ou incompleto.

O escólex possuem diversos formatos: Triangular, afilado, globoso, com rostelo e ventosas sem ganchos. As proglotes no indivíduo jovem são desprovidas de estruturas reprodutoras. No indivíduo adulto elas podem ser mais largas do que longas ou o contrário, o aparelho genital pode ser simples ou duplo e ainda pode haver três testículos ou mais na mesma proglote. O aparelho genital é constituído de ovários lobulados com um útero em forma de saco entre eles e glândulas vitelinas abaixo, testículos espalhados na proglote, bolsa do cirro, canal deferente e o átrio genital. Quando fecundado, o útero apresenta-se transversal com saculações horizontais ou útero horizontal com saculações transversais e ainda pode apresentar cápsulas ovígeras com os ovos no seu interior, contendo um embrião hexacanto.

Como a Echinococcus sp, pertence a classe Cestodas é de extrema importância as características dessa classe, mas quanto as característica do verme do Echinococcus sp, apresenta estróbilo formado por 3 a 4 proglotes, possui escólex com 4 ventosas e rostro com acúleos, e o colo curto, portanto é um Cestoda pequeno, pois seu comprimento varia de 4 a 6 mm de comprimento, podendo variar de tamanho, em relação as informações em algumas literaturas, pois levam em consideração o E. granulosus.

2. 1. 2 Ovo

Levemente