Evolução do nemátodo
Pesquisas Acadêmicas: Evolução do nemátodo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: henrika • 15/5/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.633 Palavras (11 Páginas) • 553 Visualizações
FILO NEMATODA
SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO
...Neste contexto, os nematódeos adquirem grande importância por serem considerados o grupo de metazoários mais abundante na biosfera, com estimativa de constituírem até 80% de todos os metazoários (Bongers, 1988), que incluem muitas formas parasitas de plantas e animais, inclusive do homem.
O filo NEMATODA abrange os nematóides, vermes não segmentados, de corpo cilíndrico, alongado, cutícula resistente e estruturas bucais com arranjo trirradial. Com cerca de 27.000 espécies descritas (e um potencial estimado em 500.000-1.500.000) constituem uns dos grupos de metazoários mais abundantes. Existem umas 10700 espécies de vida livre (solo, água doce e mar) e umas 16300 parasitas de invertebrados, vertebrados e plantas. Alguns lodos do fundo do mar têm mais de quatro milhões de nematóides por metro quadrado, enquanto que um bom solo pode ter 3-9 bilhões por acre (uns 4000 m2). Sua dramática abundancia levou a Cobb a escrever em 1914: “Se toda a matéria do universo exceto os nematóides fosse varrida, nosso mundo ainda seria vagamente reconhecível, e se, como espíritos sem corpo, pudéssemos então pesquisa-lo, deveríamos encontrar montanhas, vales, rios, lagos e oceanos representados por um fino filme de nematóides”.
São encontrados em qualquer lugar; talvez nenhum outro grupo taxonômico seja tão universal quanto ao habitat. Os nematódeos parasitas encontram-se em quase todas as espécies animais documentadas o que dá uma enorme variedade de habitats (Hodda, 2004). Muitos são generalistas, mas outros são muito especializados a habitats específicos como raízes de plantas, sementes de trigo, secreção de feridas de árvores e intestino, sangue e outros órgãos do corpo dos animais, até chegar ao extremo de uma espécie de nematóide que só foi encontrada em algumas cidades alemãs debaixo dos descansos para copos de feltro de canecas de cervejas. A maioria dos nematóides possui menos de cinco cm de comprimento e muitos são microscópicos (0,08 mm), mas alguns nematóides possuem tamanhos gigantescos como a espécie parasita da placenta dos cachalotes Placentonema gigantissima que alcança os nove metros de comprimento.
São conhecidas umas 4000 espécies de nematóides marinhos podendo ser de vida livre ou endoparasitas. No mar são bentônicos, morando nos espaços intersticiais, algas e sedimentos. Todo tipo de sedimento pode ser colonizado pelos nematódeos, desde as secas dunas de areia das praias até os pisos hadais oceânicos. Os nematódeos são o componente principal da meiofauna, representando mais de 50% com uma densidade até de um milhão de indivíduos por metro quadrado e um tamanho entre 0,5-3 mm. Faltam na zona pelágica, mas muitas vezes entram em suspensão na coluna de água formando parte do seston, e também existem espécies associadas às algas Sargassum.
As características do Filo Nematoda são:
1. Organismos triploblásticos com simetria bilateral, vermiformes, não-segmentados e blastocelomados.
2. Corpo cilíndrico (secção transversal redonda) e coberto por uma cutícula não celular em camadas. O crescimento de jovens muitas vezes envolve mudas.
3. Com órgãos sensitivos cefálicos exclusivos chamados anfídios; alguns têm órgãos sensoriais caudais chamados fasmídios.
4. Intestino completo; boca envolvida por seis lábios com órgãos sensoriais (freqüentemente reduzidos a três lábios, ou a um simples anel).
5. A maioria com sistema excretor, compreendendo uma ou mais células glandulares (célula renete) ou um feixe de tubos coletores que se abrem em um poro excretor ventral.
6. Sem estruturas especiais para circulação ou troca de gases
7. Parede do corpo tem apenas músculos longitudinais, sem músculos circulares.
8. Epiderme celular ou sincicial formando feixes longitudinais que abrigam cordões nervosos
9. Dióicos, machos freqüentemente com um par de espículas copulatórias posteriores.
O compartilhamento entre espécies de nematódeos de características sinapomórficas tais como presencia de estruturas sensórias exclusivas (como anfídios e fasmídios), espículas copulatórias e poro excretor ventral sustentam a monofilia do grupo.
A parede corporal e o tubo digestivo provem vários caracteres úteis na identificação conjuntamente com o sistema nervoso, excretor e reprodutivo. As quatro características utilizadas na identificação dos nematódeos marinhos são a cavidade bucal (boca), a forma da cauda, os anfidios e o padrão da cutícula.
O filo Nematoda tem uma historia dividida. Os grandes nematódeos parasitas foram naturalmente bem conhecidos desde muitos anos atrás, mas os de vida livre, muitos dos quais são microscópicos, não foram descobertos ate a invenção do microscópio. Linné no seu Systema Naturae (1758) colocava os vermes cilíndricos junto com outros grupos de vermes na Ordem Intestina da classe Vermes e mencionava muitos gêneros de nematódeos parasitas atuais tais como Ascaris e Filaria. Com ajuda dos primeiros microscópios Goeze conseguiu estudar as enguias do vinagre, nematódeos de vida livre que vivem num meio constituído por 50% vinagre de maçã, assim como outros nematódeos de vida livre, e foi o primeiro a distinguir vários tipos diferentes de vermes. Rudolphi começou o estudo dos nematóides em 1793 baseado nos trabalhos de Goeze, e em 1808 nomeou aos vermes cilíndricos como Nematoidea ao distinguir vários grupos diferentes de vermes parasitas dentro da categoria Entozoa de Cuvier, separando também outros grupos de vermes como os Acanthocephala, Trematoda e Cestoida. Em 1819 publicou sua Entorzoorum synopsis listando 11 gêneros e 350 espécies de nematódeos. A nova localização no reino animal não agradou a comunidade científica e ficou arquivada até 1859 quando Gegenbaur criou a classe Nemathelminthes sob o Filo Vermes agrupando as ordens Acanthocephala e Nematoidea, esta última dividida em Nematodes e Gordiacei. Vejdovsky (1866) separou adequadamente aos gordiaceos dos nematódeos, criando a classe Nematomorpha sob o Filo Nemathelmintes, abolindo o grupo polifilético dos Vermes. O marco para o estudo dos nematóides foi no ano 1919 quando Cobb criou uma nova disciplina da ciência, a Nematologia localizando os nematodes em um filo próprio que chamou de Nemata. Em 1951 Hyman agrupou as classes Rotifera, Gastrotricha, Kinorhyncha, Nematoda, Nematomorpha, em um filo
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