Farmacologia digestão
Relatório de pesquisa: Farmacologia digestão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: babrara • 10/12/2014 • Relatório de pesquisa • 956 Palavras (4 Páginas) • 312 Visualizações
Farmacologia
Digestão
A digestão inclui processos mecânicos, químicos e absorptivos. O tubo digestivo encontra-se revestido internamente por muco em todo o seu comprimento. Este muco actua como lubrificante (facilitando o movimento dos alimentos) e ao mesmo tempo protege o epitélio do tubo digestivo contra lesões mecânicas produzidas pelos alimentos.
A acção mecânica da digestão começa com a trituração dos alimentos na boca, e continua através de todo o tracto intestinal, por meio dos diversos movimentos peristálticos. Também na boca, começa a degradação química do amido, catalizada pela amilase salivar. Esta hidroliza o amido em maltose. A sua acção é no entanto de curta duração uma vez que ao chegar ao estômago é inibida pelo baixo pH.
O estômago secreta ácido clorídrico e pepsinogénio. O HCl tem como função fornecer alguma protecção contra colonizações bacterianas indesejáveis e activar o pepsinogénio . Por acção do H+, o pepsinogénio é convertido em pepsina, uma protease. As paredes do estômago estão protegidas da acção do HCl e da pepsina por um muco bastante alcalino que neutraliza o ácido antes deste atingir o epitélio gástrico.
Durante uma refeição, a secrecção de sucos gástricos (contendo HCl e pepsinogénio) é de cerca de 1.5 L, mas nos intervalos das refeições, encontra-se reduzida a apenas alguns mL por hora.
Nas células parietais do estômago, a anidrase carbónica cataliza a reacção:
H2O + CO2 <---> H2CO3.
O H2CO3 é um ácido fraco, que se decompõe em H+ e HCO3-. O H+ é secretado por transporte activo mediado por H+/ K+ ATPases. À medida que o H+ é secretado para o estômago, a célula lança para a corrente sanguínea HCO3-. A secrecção de HCl e pepsinogénio pelo estômago ocorre em três fases:
• Fase cefálica (responsável por cerca de 1/5 da secreção)
- ainda antes do alimento chegar ao estômago, estímulos psicológicos (a expectativa da refeição, o seu aroma, aspecto e textura) iniciam a secreção gástrica.
• Fase gástrica.
- a presença de alimento parcialmente digerido (principalmente péptidos e aminoácidos) no estômago promove a secreção de gastrina. Esta hormona peptídica actua sobre o estômago, estimulando a secreção. A histamina e a acetilcolina também estimulam a secreção. cada um destes três factores exerce efeitos potenciadores sobre a actuação dos outros, e por isso o efeito total é bastante superior à simples adição dos efeitos individuais. Por este motivo, o bloqueio da acção de um destes factores provoca marcada diminuição da secreção total. A gastrina tem outros efeitos: provoca a descarga de parte do conteúdo estomacal para o duodeno.
• Fase entérica (responsável por cerca de 1/10 da secrecção):
- A chegada de quimo ao duodeno provoca diminuição do seu pH. Este aumento de acidez estimula a secreção de uma outra hormona, a secretina, que provoca diminuição da motilidade gastrointestinal. Isto tem como efeito a paragem da transferência do conteúdo estomacal para o duodeno, impedindo que o estômago esvazie de forma demasiado rápida. A secretina vai também actuar sobre as glândulas do estômago, inibindo a secrecção de ácido. O duodeno produz alguma gastrina, que ao actuar sobre o estômago induz alguma secrecção de HCl e pepsinogénio.
A secretina actua também sobre o pâncreas, estimulando este a secretar bicarbonato (HCO3-). Este anião neutraliza o ácido clorídrico proveniente do estômago, de forma a que o pH no duodeno aumente para os valores óptimos para as enzimas pancreáticas. Estas enzimas (proteases, lipases, amilase pancreática) são secretadas pelo pâncreas em resposta à colecistocinina (CCK), uma hormona peptídica produzida pelo duodeno quando lá existem ácidos gordos (provenientes dos alimentos).
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