IMUNIDADE AOS PROTOZOÁRIOS E VERMES
Artigo: IMUNIDADE AOS PROTOZOÁRIOS E VERMES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 21202 • 1/12/2014 • 5.100 Palavras (21 Páginas) • 1.345 Visualizações
Imunidade aos protozoários e vermes
Os parasitas infectam milhões de pessoas. As infecções parasitárias caracterizam-se por estimular inúmeros mecanismos imunológicos, sejam eles mediados por anticorpos ou por células, e a eficiência das respostas depende do parasita em questão e do estágio de infecção.
Os protozoários parasitas podem viver no intestino, no sangue, no interior dos eritrócitos, nos macrófagos ou nos músculos, e os vermes parasitas habitam o intestino, os vasos sanguíneos e os linfáticos.
Características das infecções parasitárias
Os protozoários e os helmintos contêm grande variedade e quantidade de antígenos. Algumas espécies também podem modificar seus antígenos de superfície, processo conhecido como variação antigênica. Os parasitas com ciclos biológicos complexos podem expressar determinados antígenos apenas em um determinado estágio de seu desenvolvimento, originando uma resposta estágio-específica.
Os protozoários podem viver no interior das células do hospedeiro humano, penetrando nelas por meio de receptores.
Os parasitas se tornaram bem adaptados aos seus hospedeiros e apresentam uma marcante especificidade. Por exemplo, os parasitas da malária de pássaros, roedores e seres humanos podem multiplicar-se somente em seu próprio tipo particular de hospedeiro. Existem algumas exceções, por exemplo, o protozoário Toxoplasma gondii, é capaz de invadir e se multiplicar em todas as células nucleadas de mamíferos.
Os hospedeiros podem apresentar resistência às infecções podendo ser controlada por inúmeros genes de resposta imune. Portadores de alguns genes do CPH não produzem anticorpos para um dos peptídeos do revestimento do esporozoíto da malária porque suas células T não são sensibilizadas. Genes não-CPH também podem ser importantes.
Na maioria das infecções pelos helmintos existe uma carga parasitária muito grande em um número relativamente pequeno de indivíduos, mas não se deve assumir que isto seja necessariamente resultado de diferenças genéticas.
As defesas do hospedeiro dependem de inúmeros mecanismos imunológicos efetores. O desenvolvimento da imunidade é um processo complexo que surge das interações de muitos tipos celulares diferentes, em um determinado período de tempo. Os efeitos frequentemente são locais e muitos tipos celulares que secretam diferentes mediadores podem estar presentes nos locais de rejeição imune. Além disso, os processos envolvidos no controle da multiplicação dos parasitas em um indivíduo infectado podem diferir daqueles responsáveis pelo desenvolvimento de resistência à infecção. Em algumas infecções helmínticas ocorre um processo de imunidade concomitante, em que uma infecção inicial não é eliminada, mas torna-se estabelecida, e o hospedeiro adquire resistência à invasão por novos vermes da mesma espécie.
Mecanismos efetores
O parasita precisa superar os mecanismos de defesa preexistentes do hospedeiro para que possa se estabelecer com sucesso, ainda antes da iniciação da resposta imune específica do hospedeiro. O complemento exerce um papel nesta fase, uma vez que vários tipos de parasitas possuem moléculas em sua superfície de revestimento que ativam a via alternativa.
Macrófagos, neutrófilos, eosinófilos e plaquetas constituem a primeira linha de defesa, os anticorpos e citocinas produzidos especificamente em resposta aos antígenos parasitários potencializam as atividades antiparasitárias de todas estas células efetoras. Entretanto, os macrófagos teciduais, monócitos e granulócitos possuem alguma atividade intrínseca antes mesmo da potencialização.
Antes de agirem como células apresentadoras de antígenos na iniciação de uma resposta imune, os macrófagos atuam como células efetoras que inibem a multiplicação dos parasitas ou até mesmo os destroem. Estas células também secretam moléculas que regulam a resposta inflamatória. Algumas, como a IL-1, IL-12, o fator de necrose tumoral-α e o fator estimulador de colônias, potencializam a imunidade através da ativação de outras células ou de um estímulo à proliferação celular. Outras, como a IL-10, prostagladinas e o fator β transformante do crescimento podem ser anti-inflamatórias e imunossupressoras.
A fagocitose pelos macrófagos fornece uma defesa importante contra os parasitas menores; entretanto estas células também secretam muitos fatores tóxicos que permitem a destruição dos parasitas sem a internalização pelos macrófagos. Quando ativados pelas citocinas, os macrófagos podem destruir parasitas extracelulares relativamente pequenos e também parasitas maiores.
Os macrófagos também atuam como células exterminadoras através da citotoxicidade dependente de anticorpo. Quando ativados por citocinas, os macrófagos liberam ainda mais superóxidos e peróxido de hidrogênio do que os macrófagos residentes normais, e os mecanismos de destruição O2 – independentes também são potencializados.
O óxido nítrico (NO), um produto do metabolismo da L-arginina, é uma das toxinas potentes, O2 – independentes. IFNγ e TNFα são duas citocinas capazes de induzir a síntese do NO pelos macrófagos, que é extremamente potencializada pela ação conjunta destas citocinas. O óxido nítrico também pode ser produzido pelas células endoteliais. O NO provavelmente é importante no controle da maioria das infecções parasitárias.
Todas as funções efetoras dos macrófagos são potencializadas logo após a infecção. Embora sua ativação específica seja induzida por citocinas secretadas pelas células T, mecanismos T- independentes também podem ativar os macrófagos:
• Células EM secretam IFNγ quando estimuladas pela IL-12 produzida pelos macrófagos.
• Macrófagos secretam TNFα em resposta a alguns produtos dos parasitas; este TNFα, por sua vez, ativa outros macrófagos.
Embora o TNFα possa ser secretado por vários outros tipos celulares, os macrófagos ativados são a principal fonte desta citocina, que é necessária para as respostas protetoras a várias espécies de protozoários e helmintos.
O TNFα pode ter efeitos prejudiciais e benéficos no hospedeiro infectado, dependendo da quantidade produzida e de sua localização – livre na circulação ou confinado localmente.
As propriedades efetoras exibidas pelos macrófagos também podem ser apresentadas pelos neutrófilos. Os neutrófilos são células fagocíticas que podem destruir os agressores por mecanismos 02
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