Metaplasia

Metaplasia

É a transformação patológica de um tecido epitelial em outro, desde que tenham a mesma origem embrionária.

Em certas condições patológicas, certas células podem sofrer alterações e dar origem a um novo tipo de tecido. Esse processo, que se chama metaplasia.

Isto é, um tecido epitelial só se transforma em outro epitelial e um tecido conjuntivo só se transforma em outro conjuntivo, nunca um conjuntivo pode se metaplasiar em epitélio ou vice versa. Ocorre mudança na formação, isto é, na diferenciação celular, a alteração gerada no tecido é para torná-lo mais resistente ao ambiente adverso, sendo uma substituição adaptativa reversível que só ocorre em tecidos renováveis (epitélios e conjuntivos, nunca em músculo ou tecido nervoso). Se for retirado o estímulo que provoca a transformação do tecido, poderá voltar ao normal.

A reversão da metaplasia não implica em desdiferenciação. Ao contrário, trata-se do retorno ao sentido habitual da diferenciação, por ter cessado o estímulo desviante. Se o tecido for entendido como uma estrutura dinâmica, em constante renovação, a metaplasia pode ser vista como um estado no qual as células filhas ainda indiferenciadas, resultantes das mitoses, tomam caminhos de diferenciação não habituais. Variados estímulos podem determinar o processo, por exemplo, em fumantes. A fumaça do cigarro causa uma morte celular constante no epitélio pseudoestratificado ciliar da traquéia e dos brônquios, aumentando a atividade mitótica para a regeneração do tecido. Se o ambiente continuar prejudicial às células, estas perderão a capacidade de regular seu ciclo celular, sua organização e sua diferenciação, modificando o tecido e tornando-o composto por epitélio estratificado pavimentoso. Esta alteração de constituição prejudica a função de filtração da traquéia e de transporte por ambos os órgãos. Há casos em que, se mantido o estímulo, as células poderão perder de tal forma seu controle reprodutivo, que se desenvolve um câncer no trato respiratório. Se o indivíduo parar de fumar, isto é, com o estímulo, o tecido regressará a sua normalidade. A deficiência de vitamina A também pode ocasionar alterações nos tecidos. O epitélio detransição da bexiga, quando o organismo está em escassez de vitamina A torna-se um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, podendo ocasionar perda da capacidade de armazenamento da bexiga.

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