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Metrópole Reconstruida

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Por:   •  12/2/2015  •  3.387 Palavras (14 Páginas)  •  396 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O Projeto de Design “Metrópole Reconstruída” trata-se de um postal digital. Mas o que seria um postal digital?

O postal tradicionalmente falando, pode ser comparado à uma lembrança. Como uma fotografia de uma viagem. Os postais que são vendidos em pontos turísticos frequentemente possuem uma fotografia ou ilustração em uma face e no verso, um espaço para escrever uma mensagem e o endereço de destino.

Então, supõe-se que um postal digital contenha tudo que um postal impresso tem. E mais, que vai além das funções do postal gráfico.

Está inclusa na proposta a idealização do postal digital, mantendo características como possibilidades de personalização de escrita de um texto e acrescentando novas idéias com os recursos digitais maior liberdade de personalização e compartilhamento de formas diferentes.

A estética e idéias são baseadas no movimento de vanguarda Construtivismo Russo e a cidade de São Paulo. Mais especificamente o olhar construtivista sobre determinadas áreas urbanas da Cidade de São Paulo.

As idéias adotadas sobre o Construtivismo Russo foram: construção do espaço, revelação da cidade através de ângulos diferentes, valorização de materiais construtivos.

1 O CONSTRUTIVISMO RUSSO

1.1 Onde, como e por que

A Rússia nem sempre formou uma sociedade democrata, antes dessa fase, ela era governada por um czar (imperador), formava assim uma autocracia.

Nessa época, as vontades do Czar sempre eram atendidas. Em 1906 foi criado um parlamento chamado Duma, porém seus serviços eram quase nulos, já que no final o Czar continuava a realizar todas as suas vontades.

Com esses poderes absolutos e sem se preocupar com o povo, o Czar foi criando uma grande antipatia, assim começou a revolta da população. Então começa a I Guerra mundial e a participação da Rússia foi desastrosa, resultou em inúmeros mortos e feridos. Os problemas cresceram quando Alexandra (alemã e esposa de Nicolau II, o Czar) e o povo tentaram mudar de ‘lado’ na guerra (Rússia estava contra a Alemanha na I Guerra).

Com todas essas falhas o povo russo sofreu com a fome, inflação e outros diversos colapsos sociais e econômicos. Indignados com a crise, a população começou a realizar manifestos e greves para que houvesse melhorias de vida e o fim do governo de Czar. Formou-se então o grupo Soviete (que reunia operários, camponeses e soldados de Petrogrado) e um Comitê Executivo Provisório Duma (EDUCACAO, 2012).

Enquanto isso, Lênin encontrava-se exilado na Suíça (Março de 1917). Ele não sabia que a revolução que ele planejou por anos estaria para acontecer, mas quando obteve notícias da Rússia, ele retornou ao país.

Após sua calorosa chegada à Rússia, Lênin executou os planos. Promete mudanças: aos camponeses a terra própria e aos operários, melhoria de vida (VEJA, 1991).

Em Outubro de 1917 o Palácio de Inverno é tomado e o líder Lênin implanta um governo revolucionário. Os bolcheviques se transformam em Partido Comunista. Lênin então cumpre o que promete: distribui terras aos camponeses e concede o controle d as indústrias para os operários.

Em dezembro, teve início a guerra entre o Exército Branco (contra-revolucionários) e o Exército Vermelho. O Exército Branco teve apoio da alguns países (Inglaterra, EUA, Japão, entre outros) por “precaução” (havia medo de que a revolução se expandisse pelo mundo), mas o Exército Vermelho vence ficando com o controle absoluto do país, após anos de guerra civil.

Em 1921 Lênin adoece e é afastado do cargo (vem a falecer em 1924) e então Josef Stálin assume o Partido Comunista, com uma ditadura rígida e devastadora.

No final de 1922 é criado a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que reúne os territórios que antes pertenciam ao Império Russo (Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia e Federação Transcaucasiana).

Porém, nem todos os artistas construtivistas se relacionaram diretamente com a sociedade do país. Gabo e Pevsner faziam parte dos artistas que não se envolveram na revolução. Rodchenko, Tatlin e Eisenstein são exemplos que seguiram fortemente a revolução, levando ideais de uso da arte como ferramenta de recosntrução da sociedade.

“A arte, instrumento de transformação social, parte da reconstrução do modo de vida, da ‘revolucionarização’ da consciência do povo, é esse o sentido que deve ser dado à sua ‘abolição’, abolição da arte (pintura, música, poesia, teatro, cinema etc) ‘de cavalete’”. (ALBERA, 2002, p.169)

Apesar dessa divisão no grupo de artistas construtivistas, a revolução não se torna menos relevante. O ‘cenário’ onde se passa o movimento histórico é grande importância.

1.2 Características

De todas as correntes de vanguarda, (...) o Construtivismo é a única a se inserir numa tensão e, a seguir, numa realidade revolucionaria concreta, e a colocar explicitamente a função social da arte como uma questão política. (ARGAN, 2002, p.324.)

O construtivismo russo deu-se início em 1913. Vladimir Tatlin é considerado o criador e um dos principais teóricos do movimento. Acreditava que a arte deveria ter um novo conceito: da indústria ligada à política, uma conexão entre a arte e a tecnologia. Com o surgimento desse movimento artístico, foram construídos ateliês, escolas de artes, institutos entre outros para uma nova sociedade.

O princípio construtivista está mais presente na idéia de construção. As esculturas e as pinturas são todas pensadas como construções, ou seja, não era como representações. As obras são projetadas a serviço da revolução e de produções concretas para a vida do povo, para suprir suas necessidades. O artista, dentro da sociedade (o designer), era visto como um construtor, um “engenheiro visual”. Considerava-se que o trabalho do designer caminhava ao lado do de um cientista ou engenheiro. (STANGOS, 2000, p.141)

Junto ao construtivismo, foi criado o suprematismo, por Kazimir Malevich:

O Construtivismo e o Suprematismo proclamavam uma aceitação total do mundo contemporâneo da máquina e dos objetos produzidos em massa. O sonho alimentado pelos artistas por um mundo ideal baseado na funcionalidade absoluta da tecnologia e na eficiência dos materiais industriais (...). (BORTULUCCE, 2008, p.83)

O construtivismo russo

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