O Mulato
Trabalho Universitário: O Mulato. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lisandratorres • 25/3/2015 • 1.669 Palavras (7 Páginas) • 376 Visualizações
O mulato é o segundo romance de Aluísio Azevedo, escrito no ano de 1881. Foi responsável pelo início do naturalismo no Brasil.
Denúncia do preconceito racial na sociedade maranhense e da corrupção do clero, o livro irritou os comprovincianos de Aluísio a ponto de o escritor resolver mudar-se para a Corte, onde faria sucesso. Encontra-se atualmente em domínio público de acordo com as leis autorais do Brasil.
Trama[editar | editar código-fonte]
O romance nos fornece uma boa visão do meio maranhense da época. Raimundo é mulato, mas ignora a própria cor e a sua condição de filho de escravo. Sendo doutor, estudara na Europa, não consegue entender as reservas que lhe faz a alta sociedade de São Luís. O personagem é dotado de encantos e poder sedutor junto às mulheres; o que não deixa de, pela idealização, aproximá-lo das personagens romance.
O Mulato
Ver Também
O Cortiço
Casa de Pensão
Essas Mulheres
Narrado em terceira pessoa, Casa de Pensão inicia com a chegada do jovem maranhense Amâncio ao Rio De Janeiro, que para ali se muda no intuito de estudar medicina na Corte. Chegando à cidade, Amâncio procura o Sr. Luís Campos, comerciante, amigo de seu pai, que lhe oferece pouso no interior. O Sr. Campos era casado com D. Maria Hortênsia, que não se mostra muito a vontade com a chegada do menino à sua casa, mas que acaba aceitando a decisão do marido.
Embora fosse mais econômico, Amâncio não se mostra muito satisfeito com o fato de se hospedar na casa da família, pois ele fora para a Capital com o sonho de também viver a noite, as mulheres, de viver plenamente os seus 20 anos.
Sobre a trajetória de Amâncio, ele apanhava do pai na infância e tinha uma aparência frágil. Na escola, ele parecia soltar todos a repressão de casa. Até que um dia ele bate num menino. O seu professor bate em Amâncio, em contrapartida, e ainda diz para o menino que apanhara também bater no seu algoz. Amâncio não aceita a vingança e discute com o professor, dando-lhe uma bofetada. Além de apanhar na escola, ao chegar em casa, ele também apanha do pai. Este acontecimento faz com que Amâncio se torne medroso, apesar das carícias, cuidados e proteção da mãe, D. Ângela (ou talvez por isso mesmo).
Então, no Rio de Janeiro, Amâncio sentia-se só, até encontrar um colega (nem tão íntimo) do Maranhão, Paiva Rocha. Eles se encontram na rua, e Amâncio o convida para almoçar. No caminho do Hotel dos príncipes, os dois encontram dois amigos de Paiva Rocha, Salustiano Simões e João Coqueiro. Os quatro vão almoçar. Amâncio mostra-se maravilhado com a vida na Corte, com o almoço, com o cardápio em francês. E não economiza neste primeiro almoço, pagando a conta para todos. João Coqueiro, ao fim da refeição, convida Amâncio para visitá-lo. Entretanto, ele é levado, já bêbado, por Paiva Rocha (que também lhe pede dinheiro) para a sua república, onde Amâncio vomita e passa a noite. No dia seguinte, o ambiente degradado marca o jovem maranhense. Ao sair ele encontra uma empregada e tenta agarrá-la, sendo repelido.
Amâncio mostra-se confuso, pois não queria permanecer na prisão da casa de Campos, mas como sentia-se atraído por D. Hortênsia, pensava em ficar por lá. Amâncio, ao chegar na casa da família, encontra uma carta de João Coqueiro, convidando-o a visitá-lo. Ele vai.
João Coqueiro era filho de uma rica senhora que se casara com um homem devasso e desregrado, que batia em João Coqueiro, fazia-o comer e até mesmo beber, para torná-lo homem de verdade (!). Com a morte do pai, a mãe abre uma casa de pensão, mas ela também morre em seguida. João Coqueiro e Amélia, sua irmã, vão morar, então, com uma amiga da família, Madame Brizard, mulher de 50 anos. Com a convivência, João Coqueiro e Mme. Brizard decidem se casar e reabrir a casa de pensão que fora da mãe do moço.
João Coqueiro, após conhecer Amâncio, comenta com a esposa que possivelmente encontrara um marido para a irmã, já com 23 anos. A menina, informada por Mme. Brizard, concorda com a possibilidade.
Assim, Amâncio vai à casa de João Coqueiro. Lá, ele conhece a família, mais os filhos de Mme. Brizard, o menino César e Nini, mulher com problemas mentais; e os moradores da pensão, tendo destaque o casal Lúcia e Pereira. João Coqueiro mostra as vantagens de viver ali: comida, lanches, carinho. Amâncio decide aceitar a oferta e, já naquela noite, dorme ali. Ao acordar, ele agarra o braço de uma menina que trabalhava ali. Enquanto isso, Mme. Brizard combinava a estratégia de Amélia: ela tinha que parecer tímida ao rapaz.
“
Desconfia de todo aquele que se arreceia da verdade.
Seriam onze horas da manhã.
O Campos, segundo o costume, acabava de descer do almoço e, a pena atrás da orelha, o lenço por dentro do colarinho, dispunha-se a prosseguir no trabalho interrompido pouco antes. Entrou no seu escritório e foi sentar-se à secretária.
Defronte dele, com uma gravidade oficial, empilhavam-se grandes livros de escrituração mercantil. Ao lado, uma prensa de copiar, um copo d água, sujo de pó, e um pincel chato; mais adiante, sobre um mocho de madeira preta, muito alto, via-se o Diário deitado de costas e aberto de par em par.
Tratava-se de fazer a correspondência para o Norte. Mal, porém, dava começo a uma nova carta, lançando cuidadosamente no papel a sua bonita letra, desenhada e grande, quando foi interrompido por um rapaz, que da porta do escritório lhe perguntou se podia falar com o Sr. Luís Batista de Campos.
- Tenha a bondade de entrar, disse este.
O rapaz aproximou-se das grades de cedro polido, que o separavam do comerciante. (…)”
— Casa de Pensão - 1884
Já na pensão, Amâncio também se torna um alvo de Lúcia, que também começava a pensar em seduzir o rapaz, visto que o ele tinha dinheiro e ela não sentia absolutamente nada por seu marido, Pereira. Com a convivência na pensão, Amâncio acaba se tornando relapso nos estudos e sentindo-se culpado por isso. Mas Amâncio cai doente: bexiga (varíola). Os hóspedes ficam com medo e começam a deixar a pensão, mas Lúcia mostra-se amiga do convalescente, para desespero de João Coqueiro
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