O incrível mundo dos fungos

TERÇARIOLI, Gisela Ramos/Lucia Maria Paleari, Eduardo Bagagli. O incrível mundo dos fungos – São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

O livro mostra o incrível mundo dos fungos, no passado considerava-se que os fungos eram plantas degeneradas, já que os cientistas acreditavam que esses organismos eram derivados de algas que haviam perdido a clorofila e a capacidade de fotossíntese. Essa é a razão pela qual, nas classificações mais antigas, os fungos terem sido incluídos no reino dos saberes e, sobretudo, em função das novas técnicas de microscopia e bioquímica, os fungos foram aproximados dos animais. Mas foi somente a partir da década de 1970 que esses seres, pela extraordinária diversidade e características peculiares, receberam um espaço próprio e passaram a pertencer ao reino Fungi.

Quando falamos de fungos o cogumelo Amanita muscaria é o mais comum, um fungo vermelho com pintas brancas. O tempo todo estamos rodeados por esses e por uma infinidade de outros organismos de muitas espécies que compõem o que denominamos de “diversidade biológica” definida como” a variedade de vida na Terra”. A ação humana está destruindo uma grade parte de nossa diversidade biológica, principalmente por cauda da poluição e do desmatamento, podemos encontrá-los em diferentes lugares num gramado; nas folhas e troncos de plantas; sobre as fezes de cavalos e bois; no solo de uma mata fechada; e barracos de rios; é possível observar fungos habitando ate mesmo em nossas casas, em objetos de usos diários, alimentos até no próprio corpo como frieiras ou pé de atleta.

O maior ser vivo do mundo é um fungo chamado Armillaria ostoyae, que vive sob o chão da floresta nacional de Matheus, nos Estados Unidos. As arvores atingidas por esses fungos ficam debilitadas, com queda constante de folhas, raízes enfraquecidas e madeira do caule sempre úmida, e muitas delas chegaram a morrer, esses organismos abre espaço na floresta, dado espaço para que novas arvores possam crescer. Os fungos também fazem parte de uma infinidade de ecossistemas diferentes, desempenhado um variado numero de papeis em cada um deles participando do equilíbrio dinâmico da natureza e são organismos que pode explorar locais inóspitos, suportando pressões ambientais como variações extremas de temperaturas como o frio e o calor, altas radiações solares e dessecação. Foi registrado uma colônia de liquens com 4.500 anos de idade são acompanhados com um crescimento muito lento, que varia de 1 mm a 10mm por ano. As plantas possuidoras de micorrizas desenvolvem-se melhor em solos salinos ou excessivamente ácidos, possuem maior tolerância a fitopatógenos de solo e a nematóides e também se fixam mais facilmente em solos instáveis, como nas dunas. As formigas trabalham cortando e carregando pedaços de folhas para o ninho as operarias são encarregadas de cortá-las e depositá-las em câmaras onde o fungo é cultivado, esse material vegetal serve de alimento para o fungo, mas não para a formiga, que é incapaz de digerir celulose, mas a colônia fúngica crescera e só assim servirá de alimento para as formigas. Muitos fungos são parasitas tanto em espécie de animais ou de plantas, provocando doenças quem podem levar os hospedeiros a morte, foram denominados de agentes patogênicos, pois são causadores de doenças.Os fungos parasitas podem parasitar ate mesmo outros fungos, esse tipo de relação também pode servir para o controle biológico dos fungos prejudiciais ao homem, da mesma forma que existem fungos que provocam doenças e mortes em animais, também há aqueles dominados de fitopatogênicos, que infectam plantas, isso traz conseqüências graves para a nossa economia.

 No Brasil, um dos fungos fitopatogenicos que causa pacto na economia é o da ferrugem da soja, um dos únicos métodos encontrados para controlar a expansão dessa doença é a utilização de fungicidas, mais pode causar um impacto ambiental muito grande. Um dos mais sofisticados mecanismo de predaçao utilizados pelos fungos é a produção de “anéis de constrição”, funcionam como uma armadilha formadas por hifas compostas de três células, que aumentam de tamanho em décimo de segundo, aprisionando o verme e digerindo-o  em seguida. Os fungos denominados saprobios ou saprofitas juntamente com as bactérias, são os principais agentes de compositores de toda matéria orgânica existente na natureza.

O homem aprendeu a utilizar alguns fungos diretamente como fonte de alimento. Eles se destacam por serem fonte de alimento; por gerarem sub-produtos durante a fermentação, necessários a fabricação de bebidas e alimentos; e por poderem atuar como agentes conservantes de alimentos, os fungos são de fundamental importância na fabricação de diversos alimentos, como o de pães e cervejas (fermentação a partir do malte), o principal fungo utilizado é a espécie Saccharomyces cerevisiae. Outro metabolito produzido por alguns fungos é o acido cítrico, que protege os alimentos enlatados da deterioração, porque impede a oxidação, agindo também contra a perda de vitamina C em alimentos congelados e na manutenção do PH de geléias e sucos. Os fungos também tem ganhado destaque na área de preservação ambiental, pois podem ser utilizados em processos de degradação de produtos tóxicos como pesticidas, resíduos industriais e metais pesados, depositados em grandes quantidades nos solo e em mananciais, e também ajuda a descontaminação ambiental.

O Reino Fungi assume um importante papel no que diz respeito a saúde  da população, o homem contamina-se e muitas das doenças fungicas estão estritamente relacionadas ao lugar onde a pessoa vive e à sua ocupação profissional . A micologia medica é uma área da ciência que estuda os agentes causadores das micoses e podem ser agrupadas de acordo com alguns critérios, como o lugar onde os fungos se alojam no hospedeiro. Segundo essa classificação, há quatro tipos de micoses: as micoses superficiais, as cutâneas, as subcutâneas e as sistêmicas.