PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO EM ODONTÓLOGOS DA ABO DE GOIÂNIA
Trabalho Universitário: PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO EM ODONTÓLOGOS DA ABO DE GOIÂNIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 30880841 • 3/10/2013 • 3.380 Palavras (14 Páginas) • 590 Visualizações
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO EM ODONTÓLOGOS DA ABO DE GOIÂNIA
Delcione Oliveira da Costa, Tatiane Araújo Borges, Thaís Ferreira Coelho, Vanessa Machado dos Santos, Wellis César de Paiva Paulo1.
Rogerio de Souza Alves de Castro2.
1. Graduandos do curso de Fisioterapia da Faculdade Padrão.
2. Fisioterapeuta, Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Padrão, Especialista em Fisioterapia em Neurologia pela PUC-GO e em LER/DORT pela UEG
Departamento de Fisioterapia - Faculdade Padrão
Correspondências:
Vanessa Machado dos Santos
Telefones: (62) 8535-9821
e-mail: Wanessa_mds@hotmail.com
Resumo
A presente pesquisa teve a finalidade de contribuir para o conhecimento da ocorrência de alterações do sistema musculoesquelético em cirurgiões-dentistas da ABO de Goiânia-Go.
A odontologia tem sido considerada uma profissão estressante, sendo frequentemente associada a agravos à saúde. O acometimento de doenças osteomusculares entre os cirurgiões-dentistas começou aumentar significativamente tanto em quantidade quanto em gravidade, trazendo muitos questionamentos sobre as causas do adoecimento, que são complexas e diversificada.
Realizou-se um estudo epidemiologico e descritivo com o objetivo de estimar a prevalência de dor musculoesquelética em cirurgiões-dentistas e possíveis fatores de risco para ocorrência destas desordens. O grupo de cirurgiões-dentistas formou-se por meio de uma amostra de 25 profissionais odontólogos do corpo discente de cursos de especialização e atualização da ABO de Goiânia-Go, sendo que 24 (99%) cirurgiões-dentistas responderam ao questionário auto-aplicável contendo itens referentes a hábitos de vida, aspectos pessoais, aspectos ocupacionais, caracteristicas e localização da dor e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Dentre os principais resultados obtidos, observou-se que: 18 (75%) dos cirurgiões-dentistas apresentavam algum tipo de dor, sendo que 10 (55,6) relataram como dor moderada. As áreas mais afetadas foram as coluna/costas/cervical/pescoço 4 (22,3%) e o MMSS 3 (16,7%). A media de tempo de atuação profissional foi de (10,583) anos, não sendo considerada estatisticamente relevante a relação entre a carga horária semanal (5,167) e o as horas trabalhadas por dia (8,33).
Este estudo demonstrou que a prevalência de doenças osteomusculares em cirurgiões dentistas está diretamente associada à atividade exercida.
Portanto, através do conhecimento da epidemiologia de alterações do sistema musculoesquelético que acometem os cirurgiões-dentistas, torna-se evidente a necessidade de um trabalho fisioterapêutico direcionado a prevenção de DORT’s nestes profissionais, pois além de manter a sua integridade física este dará mais qualidade no seu desempenho profissional.
PALAVRAS-CHAVE: prevalência, sistema musculoesquelético, cirurgiões-dentistas.
ABSTRAT
KEY WORDS:
1. INTRODUÇÃO
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) são inflamações que podem atingir tendões, sinóvias, músculos, nervos, fácias, ligamentos, de forma separada ou agrupada, degenerando ou não os tecidos, sendo mais comum em membros superiores (MMSS) como, por exemplo, região escapular e pescoço podendo atingir também os membros inferiores (MMII), isso associado a uma origem ocupacional (MERLO, et al 2001).
Para ASSUNÇÃO & ROCHA (1993) as DORT são comuns e estão relacionadas aos esforços físicos, tempo de trabalho, repetitividade de movimentos, manutenção de posturas inadequadas, pressão mecânica sobre segmentos do corpo e fatores psicossociais.
O quadro clínico, em geral, é caracterizado pela ocorrência de vários sintomas como dor, parestesia, sensação de peso e de fadiga (MERLO, et al 2001).
O conjunto de sinais e sintomas se relaciona com os aspectos psicológicos e individuais dos trabalhadores. Além disso, as DORT inclui afecções não em um agente externo, mas em uma ação de quem a executa, com ritmo acelerado e intenso, profissionais perfeccionistas que assumem muitas atividades para serem valorizados (SATO, et al 1993).
Os músculos dos trabalhadores acometidos por desordens musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho apresentam-se geralmente encurtados e cronicamente fadigados. Na adoção frequente ou sustentada de determinadas posições, os músculos mantém contração estática, ou seja, contração muscular por períodos prolongados, manifestando dor difusa, cansaço e desconforto (SETTIMI & SILVESTRE 1995).
A dor que inicialmente aparece com movimentação, pode se irradiar e se tornar difusa, acabando por se tornar espontânea e continua, com isso a depressão e ansiedade podem aparecer, pois a incapacidade evolui continuamente (RIBEIRO, 1997).
Uma pesquisa realizada por (RUNDCRANTZ, et al 1991a) tinha como objetivo avaliar a ocorrência de dor e desconforto do sistema musculoesquelético nos cirurgiões-dentistas e relacionar posteriormente com os sintomas e as diversas posições e ações de trabalho. O trabalho executado pelo odontólogos vem sendo estudado desde a década de 50, sendo observado algumas mudanças posturais destes profissionais que estão sendo atualmente utilizadas.
Segundo NOGUEIRA (1983) a odontologia é considerada uma profissão de grande estresse relacionada ao fator físico e psicológico.
De acordo com BURKET, 1973 apud GRAÇA et al (2006) aconselha os cirurgiões-dentistas a não permanecerem longos períodos em uma mesma posição para aliviar a circulação e evitar a fadiga muscular.
Os trabalhos mais recentes descrevem que a região mais acometida é a parte do segmento superior do corpo, o pescoço, ombro e coluna lombar com acometimento isolado em cada região ou associadas, sendo os profissionais odontólogos o primeiro lugar em afastamento do trabalho temporário ou permanente por incapacidade (DOORN, 1995), e 30% por
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