Resenha Do Filme O Artista E A Modelo

O Artista e a Modelo

O filme O Artista e a Modelo (El Artista y la Modelo) filme de direção Fernando Trueba e de parceria Espanha /França logo de inicio nos faz entender que ele tem objetivo de nos levar ao passado, por um simples motivo, ritmo lento e totalmente rodado em preto e branco. Começamos o filme com duas senhora fazendo feira no ano de 1943 até ai tudo bem, mas uma das senhoras parece interessada demais em uma jovem que esta tentando lavar seus pés em um chafariz. Logo descobrimos que a tal jovem é vitima de uma guerra que não fica bem clara no início, mas aos pouco percebemos que é a 2º mundial.

Temos um corte de cena e a jovem já esta na casa dessa senhora e lá temos um senhor aproximadamente 75 anos , ele fica interessado na jovem e sem rodeios a convidam para ser sua modelo em pinturas , desenhos e principalmente esculturas.

A menina sem ter muita opção acaba aceitando o trabalho em troca de abrigo , comida e um pouco de dinheiro. No inicio como era de se esperar a jovem fica tímida mas tira a sua roupa para o artista que quer vê-la nua, ela tira a roupa mas a câmera não a filma de corpo inteiro preservando a sua nudez somente pra o artista que a desenha, aos poucos conforme ela vai se acostumando com o trabalho nós como espectadores também vamos nos acostumando e nem nos damos conta de que a nudez da jovem já é total tanto para o artista como para o expectador do filme, a transição entre cenas de nudez se faz de forma natural e de certa forma atraente.

Logo esquecemos que temos uma guerra acontecendo , ficamos totalmente envolvidos na trama entre o artista e a modelo , mas de vez em quando o diretor do filme nos faz lembrar que nem só de arte vive o mundo e que em meio a tanta beleza ha tristeza e dor. A guerra aos poucos vai entrando no filme . Rapidamente aparecem personagens coadjuvantes que não interferem muito na estória e a escultura do nosso artista não prossegue como o desejado e logo temos uma pequena discussão entre os protagonistas. Então a mágica acontece , sem motivo algum a jovem modelo chateada com o artista faz uma pose totalmente inesperada e a inspiração repousa no escultor que finalmente encontra aquilo que procurava para sua escultura.

O artista finalmente conclui a sua escultura em gesso , a jovem modelo esta livre para seguir seu caminho mas a afinidade entre os dois ficou forte a despedida não é fácil mas não a mais nada ali para a modelo que vai embora com uma carta de recomendação para ninguém menos que Henri Matisse.

Mas não acaba assim tão facilmente quando imaginávamos que mais nada aconteceria o artista Marc Cros diante da sua obra finalizada pega uma arma e acaba pondo fim na sua vida , como se dissesse ao mundo que não havia mais nada que ele pudesse fazer , ali estava a sua obra prima.

O filme é uma deliciosa viagem ao mundo boêmio e romântico da vida de um artista, logicamente que nem todos tem a sorte de ter uma linda modelo para posar a sua vontade , mas é do imaginário geral que artistas tem essa facilidade na sua vida .

Tivemos a oportunidade de viver a experiência inigualável de ser um artista moderno e ver o momento exato em que a inspiração que tocou o nosso "heroi" Marc Cros e simultaneamente viver também a experiência de ser um modelo e ter que por vezes aguentar o gênio difícil que vive dentro de muitos artistas, e no final ficarmos plenamente satisfeitos com o trabalho que acompanhamos por mais de uma hora de filme tal como eles ficaram.

O filme cumpri bem o seu papel , você consegue se desligar da realidade e nem se da conta que o filme todo é preto e branco, não precisamos de cor para explicar o que se passa. E aqueles que trabalham com arte ficam inspirados e motivados a continuar com o seu trabalho e imagino eu que aqueles que não tem essa atividade ao menos conseguem compreender melhor essa atividade e ver que a arte não se faz apenas com inspiração mas também com muito trabalho.

Assim disse Albert Einstein – 10% de Inspiração e 90% de Transpiração