Resumo Biologia

O projeto Colmeia viva, é realizado pelo Sindicato Nacional da indústria de produtos para a defesa vegetal (SINDIVEG) e conta com o apoio de duas universidades locais: a UNESP (Universidade estadual Paulista) e a UFSCar (Universidade Federal São Carlos). O principal objetivo dessa iniciativa é fazer o chamado Mapeamento de abelhas participativo, e através deste mapeamento, que conta também com a ajuda de agricultores e apicultores, poder identificar o declínio de espécies e a causa destas baixas.

O canal de comunicação entre agricultores, apicultores e pesquisadores se dá através de uma linha telefônica gratuita (0800), a qual o trabalhador do campo liga para informar condições adversas com as colmeias, essas condições em podem ser: colmeias ainda não identificadas, acidentes com manejo, morte repentina de um grande número de animais, ou até pode utilizar da linha para tirar dúvidas mais comuns sobre manejo e adequação das espécies.

O projeto teve início em meados de 2015, e com as informações obtidas será criado um banco de dados para análise dos fatores que podem estar causando, ou não, o desaparecimento das abelhas.

Inicialmente o projeto teve uma fase piloto, com o objetivo de averiguar perdas de colmeias, já previamente conhecidas, neste período, além do estado de São Paulo, foram observadas perdas em colmeias do Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Após um ano de seu início, período entre junho de 2015 e maio de 2016, a equipe de pesquisa conseguiu levantar poucos dados de ocorrência, segundo os pesquisadores, o número 0800, que tem objetivo de receber apenas ligações de agricultores e apicultores, tem quase metade de suas ligações recebidas, de pessoas que querem retirar colmeias de sua propriedade, o que não é o objetivo da pesquisa.

Em visitas a campo, os pesquisadores observaram uma série de requisitos de manejo, em busca de erros que podem levar a decadência das colmeias.  Nas visitas foram observados bastante fatores importantes e vão desde a dificuldade encontrada com pelos pesquisadores para análise de material, devido a falta de interesse dos produtores, e observação de locais impróprios para criação, como caixas muito perto das plantações, o que se for o caso, pode levar esses animais a uma intoxicação durante a aplicação de defensivos. Outro fator limitante observado foi a alimentação, onde os plantios ao redor das colmeias não contribuem para um melhor desenvolvimento.

O projeto observou 1742 colmeias, e levantou alguns dados, que podem ser observados na tabela a seguir (Figura 1), que está disponível no site do projeto

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Figura 1 – Tabela com a situação dos apiários encontrados, disponível em http://projetocolmeiaviva.org.br/

Observando a tabela, podemos ver que apesar de ocorrências de um comprometimento nos apiários, não teve nenhum registro de uma total perda.

O principal cultivo nas áreas analisadas é de cana de açúcar, cultura que é bastante forte no estado de São Paulo.

Quanto a análise de  presença de defensivos agrícolas, nas abelhas mortas, não se chegou a uma conclusão definitiva, pois 30% dos casos se mostraram negativos para intoxicação com agrotóxicos, isso pode ocorrer devido as formas de coleta de material e outros fatores que limitam uma análise cem por cento segura, como o diagnóstico de dados de desaparecimento destes insetos, que neste caso, não foi possível ser feita.

Nas análises positivas para defensivos, em torno de 70%, pode se observar, que o uso indevido, destes pode estar levando a morte das abelhas, o autor enfatiza que o uso indevido, ocorre a partir do momento em que o agricultor faz a aplicação dos pesticidas, desrespeitando as normas do fabricante e as normas legais da utilização destes tipos de químicos.