Samba Canção E Pagode
Dissertações: Samba Canção E Pagode. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fladaher • 3/9/2013 • 2.044 Palavras (9 Páginas) • 567 Visualizações
Samba-Canção
O marco inaugural deste samba ralentado, sentimental, com menos batuque, predomínio melódico e maior parentesco com a modinha e a seresta (e depois o bolero) é nítido: a composição Ai, Ioiô (Linda Flor) que leva três assinaturas, a do compositor Henrique Vogeler e dos letristas Marques Porto e Luiz Peixoto. A música tinha sido lançada em duas ocasiões anteriores com outras letras & letristas e os títulos de Linda Flor (gravada por Vicente Celestino) e Meiga Flor (por Francisco Alves). Mas só na última versão, reescrita por exigência da diva do teatro de revista Araci Cortes (que a gravaria com sucesso em 1929), ela faria enorme sucesso, contribuindo para a fixação do gênero.
Praticado por autores tão diversificados quanto Ary Barroso (que o tratava com desprezo apesar de ter composto duas obras-primas no ramo, Risque e Folha Morta) teria seu apogeu nas décadas de 40 e 50. Seu conteúdo melancólico (que mais tarde incorporaria a palavra fossa) serviria ao romantismo descabelado do sambolero (de expoentes como o avatar brega Adelino Moreira) como o Molambo (de Jaime Florence, o Meira, professor de violão de Baden Powell e Augusto Mesquita) cujo intérprete, Roberto Luna, literalmente descabelava-se ao cantar. Separado, o casal Herivelto Martins e Dalva de Oliveira trocou acusações através de sambas-canções doloridos na década de 40. O clima era tão pesado que a lenda diz que Vingança, do mestre da matéria Lupicínio Rodrigues, provocou suicídio na voz trágica de Linda Batista. Nelson Gonçalves angariou um milhão de ouvintes no incipiente mercado brasileiro de 1957 para a pungente história de A Volta do Boêmio.
Principais representantes
Ângela Maria
Antônio Maria
Ary Barroso
Cauby Peixoto
Dalva de Oliveira
Dick Farney
Dolores Duran
Dóris Monteiro
Elizeth Cardoso
Herivelto Martins
Isaura Garcia
Jamelão
Lana Bittencourt
Lupicínio Rodrigues
Marisa Monte
Maysa
Nelson Gonçalves
Nora Ney
Tito Madi
Tom Jobim
Francisco Alves
Linda Batista
Carlos Nobre
Música : Garota de Ipanema – Tom Jobim
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de lpanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor
Biografia: Tom Jobim
Tom Jobim é um dos nomes que melhor representam a música brasileira na segunda metade do século XX. Pianista, compositor, cantor, arranjador, violonista às vezes, é praticamente uma unanimidade quando se pensa em qualidade e sofisticação musical. Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, mudando-se logo com a família para Ipanema. Aprendeu a tocar violão e piano tendo tido aulas, entre outros, com o professor alemão Koellreuter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil. Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e resolveu ser pianista. Tocava em bares e inferninhos em Copacabana no início dos anos 50, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Por essa época começou a escrever suas primeiras composições. A primeira música gravada foram "Incerteza" (com Newton Mendonça), por Mauricy Moura. "Tereza da Praia", parceria com Billy Blanco, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental em 1954, foi o primeiro sucesso. Depois disso participou de gravações e compôs com Billy Blanco a "Sinfonia do Rio de Janeiro", além de outras parcerias como Dolores Duran ("Se É por Falta de Adeus", "Por Causa de Você"). Em 1956 musicou a peça "Orfeu da Conceição" com Vinicius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça, fez bastante sucesso a música "Se Todos Fossem Iguais a Você", gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. O disco "Canção do Amor Demais" (1958), de composições de Tom e Vinicius cantadas por Elizeth Cardoso e acompanhadas pelo violão de João Gilberto (em algumas faixas) e orquestra é considerado um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das orquestrações, harmonias e melodias. Inclui, entre outras, "Canção do Amor Demais", "Chega de Saudade" e "Eu Não Existo sem Você". A concretização da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações "Chega de Saudade", interpretado por João Gilberto, lançado em 1958. No ano seguinte, o LP "Chega de Saudade", de João Gilberto, com arranjos e direção musical de Tom, consolidou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali pra frente. No mesmo ano foi a vez de Silvia Telles gravar "Amor de Gente Moça", um disco com 12 músicas
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