TORÇÃO GÁSTRICA EM CÃES
Pesquisas Acadêmicas: TORÇÃO GÁSTRICA EM CÃES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: clareto • 13/10/2014 • 974 Palavras (4 Páginas) • 1.159 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
DEFINIÇÕES:
Dilatação se refere á condição na qual um órgão ou estrutura fica estirado além de suas dimensões normais; o termo dilatação também corresponde ao ato de estirar uma cavidade ou orifício.
O Termo dilatação simples se refere a um estômago ingurgitado com ar ou espuma, mas não mal posicionado.
Já a Dilatação-Vólvulo Gástrica (DVG) é um aumento de tamanho de estômago associado com rotação em seu eixo mesentérico. É uma enfermidade aguda, envolvendo risco de morte, sendo considerada emergência médica e cirúrgica. A detecção precoce, escolha da terapia adequada e estabilização do paciente são essenciais para recuperação bem sucedida.
SINÔNIMOS:
Torção Gástrica, Timpanismo, Dilatação-Vólvulo Gástrica
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2. ANATOMIA E FISIOLOGIA
Quando ocorre a torção gástrica, o estômago sofre rotação no sentido horário, a rotação pode ser de 90 a 360 graus (geralmente 220º A 270º). O duodeno e o piloro movem-se ventralmente para esquerda e deslocam-se para ficarem entre o esôfago e o estômago; uma vez dilatado, os mecanismos de esvaziamento do estomago se tornam ineficientes, como o vômito por exemplo. A intensificação da fermentação, aprisionamento de gás e alimento em seu interior leva ao aumento da pressão interna (Figura 01). O baço geralmente está dobrado e deslocado para o lado direito cranial do abdome.
FIG. 01 – Desenho esquemático mostrando como se dá a torção gástrica.
Externamente, o abdômem se apresenta bem distendido, conforme FIG. 02
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FIG. 02 - Cão em necropsia: observar o volume abdominal. Fonte: Claudia Clareto (Necrópsia FAC3)
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FIG. 03 - Observar a circunferência abdominal. Fonte: Claudia Clareto (Necrópsia FAC3)
FIG. 04 – Necrópsia: observar a dilatação estomacal e o baço logo abaixo.
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FIG. 05 – Exposição do estômago com torção gástrica. Notar, logo abaixo, o baço, bastante congesto. Fonte: Claudia Clareto (Necrópsia FAC3)
FIG. 06 – Observar vasos sanguíneos no estômago e, abaixo, baço congesto. Fonte: http://intranet.fmv.utl.pt/atlas/ap_digest/digest_153.htm
Em cães pode ocorrer uma DVG parcial ou crônica e esta geralmente é uma síndrome progressiva, mas que não representa risco de vida. Pode associar com vômito, anorexia ou perda de peso. Esses cães podem apresentar sinais intermitentes e crônicos e parecer normais entre os episódios. O malposicionamento gástrico pode ser intermitente ou crônico, mas sem dilatação.
Radiografias simples ou contrastadas são diagnosticadas, mas poderão ser necessárias radiografias repetidas se o estômago ficar intermitentemente malposicionado.
Nos cães com DVG, é comum uma ruptura das artérias gástricas pequenas, e isso pode contribuir para perda sangüínea e infarto ou necrose gástrica. Grande parte do fluxo arterial correspondem à mucosa e o restante corresponde às camadas muscular e serosa. A mucosa quase sempre parece escurecida devido a um comprometimento vascular, mesmo quando não existe necrose de espessura completa.
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O estômago dilatado pode comprimir veia cava caudal e veia porta, diminuindo o retorno venoso e o débito cardíaco, causando isquemia miocárdica.
CAUSAS
Dentre os fatores anatômicos sugeridos, tem-se a conformação corporal com peito profundo, frouxidão dos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico, exercício pós-prandial, composição alimentar, temperamento estressado, idade, ingestão súbita de grande volume de alimentos, parentes de primeiro grau com história prévia de DVG e aumento na produção ou ingestão de gás gástrico.
Ser do sexo masculino, estar abaixo do peso, ingerir apenas uma refeição ao dia, comer rapidamente e ter temperamento amedrontado constituem fatores predisponentes que podem aumentar significativamente risco de DVG de um cão. Apresentar um tórax mais fundo e estreito pode alterar a relação anatômica entre o estômago e o esôfago, de maneira que se prejudique a capacidade de eructação do cão. Alimentar cães em comedouro elevado pode aumentar o risco de DVG, pois isso pode causar aerofagia.
DIAGNÓSTICO
Sinais Predisponentes: A DVG ocorre primariamente em raças de peito fundo grande (ou seja, Dog Alemães, São Bernardo, Pastor Alemães, Gordon). A DVG pode ocorrer em cães de qualquer idade, mas é mais comum em animais de meia-idade ou idoso.
ANAMNESE
Um cão com DVG pode apresentar histórico de abdômen timpânico e distensão progressiva, ou o proprietário pode simplesmente encontrar o animal em decúbito e deprimido, com o abdômen distendido. São comuns esforços de vômito improdutivo, hipersalivação e inquietação.
ACHADOS DE EXAME FÍSICO
A palpação abdominal freqüentemente revela graus variáveis de timpanismo ou aumento de tamanho abdominal; no entanto, pode ser difícil sentir
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