Tráfico De Animais
Trabalho Universitário: Tráfico De Animais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andrefckr • 23/11/2014 • 3.242 Palavras (13 Páginas) • 523 Visualizações
Tráfico de Animais Silvestres
Segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas, o tráfico de animais é a terceira maior atividade ilícita no mundo, depois apenas do tráfico de drogas e armas. Estima-se que este mercado movimente algo em torno de U$ 20 bilhões por ano. No Brasil, estimasse que mais de 38 milhões de animais selvagens são retirados ilegalmente de seu hábitat no país, sendo 40% exportados, segundo relatório da Polícia Federal. O tráfico interno é praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus e viajantes.
Já o esquema internacional, envolve grande número de pessoas. O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes devido a sua imensa diversidade de peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios e outros. As condições de transporte são péssimas. Muitos morrem antes de chegar ao seu destino final. Os animais são capturados ou caçados no Norte, Nordeste e Pantanal, geralmente por pessoas muito pobres, passam por vários intermediários e são vendidos principalmente no eixo Rio-São Paulo ou exportados.
Grande parte da fauna silvestre é contrabandeada diretamente para países vizinhos, através das fronteiras fluviais e secas. Destes países fronteiriços seguem para países do primeiro mundo e se us laboratórios de pesquisa, onde são analisados como potenciais detentores de recursos que podem ser usados pela indústria farmacêutica. Outra parte dos animais, são traficados para pet shops, colecionadores particulares (priorizam espécies raras e ameaçadas de extinção).
Com o desmatamento, muitas espécies entraram para a lista de animais ameaçados de extinção, principalmente na Mata Atlântica. A fauna é devastada, e a retirada de animais já causou a extinção de inúmeras espécies e consequentemente todo um desequilíbrio ecológico. A função dos animais como grandes dispersores de sementes, um papel importantíssimo para manter o equilíbrio no ciclo da vida, vê-se assim reduzido.
Aves exóticas, macacos, peixes e até animais ferozes, entre muitos outros, servem o prazer que algumas pessoas têm em possuir um animal exótico em casa. Quanto mais raro for o animal maior é o valor a ser pago por ele, fazendo com que os animais em extinção sejam os mais cobiçados. O grande problema é que a maioria das pessoas que possuem esses animais não sabem que a compra, venda, criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável, e acabam levando para casa, junto com os animais, também uma série de problemas. Algumas acreditam até que a proteger os animais, sem fazer ideia de como eles sofrem com tudo isso. A grande maioria dos que compram animais silvestres acabam mais tarde por se desfazerem deles, ao depararem-se com o trabalho que eles exigem, ou por não terem mais condições de mantê-los. Uma quantidade desses animais são depois levados aos zoológicos com a intenção de serem doados, e lá não são aceites pois em muitos casos já existe uma superlotação.
O animal em cativeiro perde a capacidade de caçar o seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, dificilmente conseguem sobreviver. Muitos possuem os dentes e garras arrancadas, outros são vendidos drogados ou embriagados e outros ainda (geralmente pequenos macacos) são rodados a todo momento pela cauda até ficarem completamente desnorteados, tudo isso para passarem a imagem de animais mansos e domesticados.
Muitos dos animais, ao serem colocados em cativeiro após retirados da vida livre, acabam por morrer pelo simples fato de se recusarem a comer. Em cativeiro a grande maioria perde até a capacidade de reprodução, sendo que isso é um dos principais instintos de qualquer animal, tamanho é o seu sofrimento. Muitos dos animais são traficados para o exterior e transportados principalmente dentro de fundos falsos de malas, completamente sufocados por roupas e outros objectos. São esses motivos, entre outros, que fazem com que o maior número de mortes ocorra durante o transporte.
Segundo o IBAMA, a exploração desordenada do território brasileiro é uma das principais causas de extinção de espécies. O desmatamento e degradação dos ambientes naturais, o avanço da fronteira agrícola, a caça de subsistência e a caça predatória, a venda de produtos e animais procedentes da caça, apanha ou captura ilegais (tráfico) na natureza e a introdução de espécies exóticas em território nacional são fatores que participam de forma efetiva do processo de extinção. Este processo vem crescendo nas últimas duas décadas a medida que a população cresce e os índices de pobreza aumentam.
Possuimos a maior reserva de biodiversidade do planeta e que nela estão contidas muitas respostas que ainda não chegaram ao conhecimento humano. Segundo dados do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), cerca de cem espécies desaparecem todos os dias da face do planeta e o comércio ilegal de animais silvestres surge como uma das principais causas dessa tragédia. Em menos de 500 anos o Brasil já perdeu cerca de 94% da sua cobertura original de Mata Atlântica, um dos principais ecossistemas do país. São cada vez mais constantes as incursões nas matas tropicais em busca de animais para fomentar o tráfico nacional e internacional.
O Brasil além de ter sua biodiversidade ameaçada, perde anualmente uma quantia incalculável e irrecuperável com o tráfico de animais silvestres. O tráfico abastece o mercado internacional, onde princípios ativos de seus medicamentos é retirado de algumas serpentes brasileiras, como a jararaca (Bothrops jararaca). No entanto, o maior fornecedor mundial de peçonhas ofídicas é a Suíça, que, originalmente, não possui uma única jararaca em seu território. A cotação internacional das peçonhas ofídicas é altíssima: um grama de peçonha de jararaca vale US$ 600,00 e o da cascavel (gênero Crotalus) US$ 1.200,00.
O mercado interno de animais comercializados ilegalmente movimenta muito pouco se comparado ao mercado externo. Os valores alcançados internamente dificilmente ultrapassam a casa dos US$ 200,00, enquanto que no mercado internacional esses mesmos animais atingem facilmente valores na casa de dezenas de milhares de dólares. O Mico-leão (Leontopithecus chrysomelas) é vendido internamente por US$ 180,00 e na Europa é facilmente comercializado por US$ 15.000,00. O pássaro Melro (Gnorimopsar chopi) é encontrado nas feiras livres do Sul do País por US$ 150,00 e nos Estados Unidos por US$ 13.000,00.
Recentemente, foi descoberto em sapos amazônicos uma substância 247 vezes mais potente do que a morfina, algo que pode mudar todas as formas de tratamento com anestésicos no mundo. E o Brasil,
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