A História da Educação Física

História da Educação Física

O primeiro relato de movimentos da Educação Física em terras brasileiras está em uma das cartas de Pero Vaz da Caminha quando datou a descoberta em 1500 relatando que viu que os índios dançavam, giravam e se alegravam ao som de uma gaita portuguesa. Segundo Ramos (1982) esta foi certamente a primeira aula de ginástica e recreação e a segunda posteriormente no período colonial com os escravos que criaram a capoeira nas senzalas.

No ano de 1851 o conceito de ‘‘ginástica’’ foi introduzido no currículo escolar, vários psicopedagogos mundiais como Guths Muths escreveram sobre a importância do exercício físico como base de conhecimento externo e interno para o desenvolvimento da criança e em 1882, Rui Barbosa deu importância como formação para o brasileiro, onde correlacionou a situação de outros países mais adiantados politicamente e defende a ginástica como elemento indispensável para a formação integral da juventude. (Ramos 1982).

A educação física pode ser subdividida em duas fases: de 1890 até 1930 (posse do Getúlio Vargas), e a segunda pós Revolução 1930, estendendo até 1946 (começo da Ditadura Militar), nesse período da história ocorreu vários acontecimentos de grande importância, tais como a organização de questões políticas, a democratização dos países, o desenvolvimento econômico e o liberalismo para a mudança nas propostas de educação. (Betti, 1991).

No início do século XX a ginástica foi incluída nos currículos escolares pelos militares que planejavam usar as escolas como fonte de programa do regime militar e inclusão como disciplina de formação nos estados da: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. Nesse momento a educação estava sendo discutida para a formação integral do indivíduo e entra como um dos agentes positivos e de grande importância no processo de aprendizado do aluno. (Darido e Rangel 2005).

Após a criação do Ministério da Educação e Saúde a Educação Física começa a ganhar destaque perante os objetivos do governo. Nessa época é inserida na constituição brasileira e surgem leis que a tornam obrigatória no ensino secundário. Os primeiros princípios eras baseados nos modelos alemães, suecos e franceses com natureza política denominada: Movimento Ginástico Europeu, esses métodos conferiam a educação física uma perspectiva eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral, preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar. (Darido e Rangel, 2005)

Nas escolas civis brasileiras o método que predominava era o sueco, mas, com o regime militarista o general Nestor Sezefredo dos Passos Ministro de Guerra queria implantar o método francês já utilizado militarmente nas escolas para as meninas e meninos, mas, com obstáculos, pois, não encontrava profissionais capacitados para tal função e diante dessa problemática criou o Curso Provisório de Educação Física na escola de Sargento de Infantaria e formou 22 professores públicos primários (atual ensino fundamental). (Darido e Rangel, 2005).

No dia 20 de dezembro de 1961 houve um debate a respeito do sistema educacional brasileiro, mas, nesse dia a Educação Física ficou de lado novamente e somente alguns anos depois voltou a ser discutida diante de um anteprojeto encaminhado para a Câmara de Deputados e teve atenção porque obrigava as escolas de ensino fundamental e médio (até a idade de 18 anos) a oferecer a prática através de jogos e brincadeiras. (Brasil.1997).

Atualmente, coexistem na Educação Física, diversas concepções, modelos, tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que outrora foi embutido aos esportes. Entre essas diferentes concepções pedagógicas pode-se citar: a psicomotricidade, desenvolvimentista, saúde renovada, críticas, e mais recentemente os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN’s). (Brasil., 1997).

A concepção psicomotricidade é voltada para atendimento de alunos com deficiência motora e intelectual (Dario e Rangel 2005) e tem como foco desenvolver o lado psicomotor do aluno, indo além dos limites biológicos e corporais para que isso aconteça a criança deve ser estimulada. (Dario e Rangel 2005). Porém é o fazer pelo fazer sem base de conhecimento para o executante.

Já a concepção desenvolvimentista busca propiciar condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo-lhe experiências de acordo somente com a faixa etária. (Dario e Rangel 2005). O educador precisa observar o comportamento moto dos alunos localizando os erros e oferecendo informações para que se superem.

As abordagens pedagógicas críticas sugerem que os conteúdos selecionados para as aulas devam propiciar a leitura da realidade da classe trabalhadora. (Dario e Rangel 2005). Nessa visão é entendida que trata do conhecimento denominado como cultura corporal que tem como temas jogo, brincadeira, ginástica, dança, esporte relacionando os problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos. ( Dario e Rangel 2005).

Por outro lado, em 1996 com a PCN’s é ressaltada a importância da articulação da Educação Física entre o aprender e saber por que está fazendo e como relacionar-se nesse saber (Brasil.1997).

Trazendo de uma forma geral diferentes dimensões dos conteúdos propondo um relacionamento com os problemas da sociedade sem perder de vista o papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal. Buscando os conteúdos da Educação Física a ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar, transversalmente favorecendo o desenvolvimento da ética cidadania e autonomia. (Brasil.1997).

Ginástica como base de desenvolvimento motor

Todo ser vivo possui uma maneira de se locomover, o homem utiliza da ferramenta de locomoção como movimento natural desde o nascimento até a sua morte. (Fernandes,2003).

Afim, de entender o desenvolvimento da máquina humana a ciência pedagógica explica as diferentes áreas, e a partir disso falaremos a seguir sobre a do movimento corporal e a importância da ginástica como base de formação no desenvolvimento motor durante as etapas da vida.  A primeira tentativa sistemática de introduzir uma técnica foi para um garoto que apareceu no sul da França em 1800, era selvagem e foi abandonado pela família vivendo em uma mata. Devido o seu alto dano cerebral e as formas introdutórias de como foi trabalhado infelizmente não aprendeu a falar, mas conseguiu entender como as coisas funcionavam a sua volta. (Papalia, Old e Feldman 2010).