A VARIABILIDADE DE PRATICA E A PRODUÇÃO DE NOVOS MOVIMENTOS
Por: Tom Everson • 27/3/2019 • Trabalho acadêmico • 962 Palavras (4 Páginas) • 201 Visualizações
INTRODUÇÃO A APRENDIZAGEM MOTORA
Discente: Tom Everson Sarmento
Curso: Bacharelado em Educação Física, ANO 2019
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VARIABILIDADE DE PRATICA E A PRODUÇÃO DE NOVOS MOVIMENTOS
u m t e s t e à Te o r i a de Es q u e m a
Inicialmente iremos analisar um estudo de 1988 de Luis Augusto Teixeira, que coloca em prova a “Teoria dos Esquemas” (SCHMITH, 1975), a mesma provocou uma mudança na maneira de se observar o processo de aprendizagem, determinando que regras abstratas são formadas na memória a partir de quatro informações: condições inicias, especificações da resposta, consequências sensoriais e resultado obtido. A Teoria do Esquema descreve que após uma resposta motora essas quatro informações são retidas por um breve momento, depois combinadas e armazenadas sobre a forma de regras abstratas que são fortalecidas através da prática motora, gerando dois esquemas: o “esquema de recordação” responsável pela produção de parâmetros do movimento e o “esquema de reconhecimento” responsável por gerar antecipação das consequências sensoriais que serão empregadas na resposta produzida. Para se investigar a teoria serão comparados os efeitos da variabilidade na tarefa motora de impulsionar um implemento com o dedo indicador, sobre análise do desempenho na produção de novos movimentos da mesma classe motora.
A amostra foi constituída por 64 sujeitos, 32 homens e 32 mulheres, entre 17 anos e 11 meses a 28 anos completos, extraídos de 108 estudantes do curso de licenciatura em Educação Física da UFSM, após experimentos realizados foram possíveis as análises dos seguintes fatos: sujeitos do sexo masculino foram significativamente mais consistentes durante as cinco execuções, mais significativa a diferença em relação a última execução, outro fato relevante é que não foram encontradas evidências que corroborem a “Teoria do Esquema”, pois não foi encontrada diferença significativa entre o grupo de prática constante (cinco execuções seguidas) com o grupo de prática variada (cinco execuções espaçadas), a força do “Esquema de Recordação” é mais evidenciada em situações que produzam novidade de padrões e ou movimentos, como na primeira execução do movimento, pois a produção de novos movimentos ocorre lógico nas tentativas iniciais, em resumo o estudo de forma geral não sustentou as predições da “Teoria do Esquema”.
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APRENDIZAGEM E PERFORMACE MOTORA
Uma abordagem da aprendizagem baseada na situação, 4ºEdição, Páginas 127 a 151
Para as muitas ações produzidas em ambientes estáveis e previsíveis o movimento é planejado antecipadamente e então disparada a ação, existe pouco controle consciente, e depois de disparada a ação a mesma segue por si só, a quantidade de combinações de atividades musculares de articulações de sinapses nervosas possíveis em nosso corpo é tão grande que é impossível tentar regular tal mecanismo conscientemente durante a execução de um movimento, nos perderíamos diante de tantas variáveis a controlar que não conseguiríamos executar a tarefa proposta em si, essa independência que os sistemas possuem dentro dos fluxos de controle e padrões de movimento são chamados de “Graus de Liberdade”, o desafio para execução de um movimento é compreender e administrar esses graus de liberdade de maneira que a ação desejada seja executada da forma mais eficaz. Muitos de nossos comportamento de movimento, especialmente ações mais rápidas e vigorosas, não temos tempo de processar um número elevado de informações, portanto se torna impossível planejar a ação adequada antes de iniciá-la, para tal ações usa-se o “Controle de Circuito Aberto”, muito eficaz em situações ambientais previsíveis e estáveis, em que a mudança de estado da ação é mínima, inicialmente esse controle é capaz apenas de coordenar uma curta sequência de ações, todavia com a prática pode se tornar mais longo controlando uma série de comportamentos cada vez mais extensa chegando a modular séries de comportamentos tornando-se um “PROGRAMA MOTOR”, uma vez esse série aprendida a mesma é armazenada na “Memória de Longo Prazo” e quando necessária resgatada para a “Memória de Curto Prazo” para preparar futuros movimentos para execução. A maior vantagem de se usar um PROGRAMA MOTOR é que não é mais preciso tanta atenção para a produção do movimento pois o mesmo já foi analisado e armazenado bastando apenas agora executa-lo, sequencias completas de movimentos podem ser executadas, quanto mais sofisticado o PROGRAMA MOTOR mais tempo ele roda e maior a complexidade dos padrões de movimento podem ser executadas, deixando livre a atenção para execução de outras atividades em níveis mais altos de monitoramento de forma ou estilo de movimento por exemplo. Um embate de reconhecida relevância para a área de Comportamento Motor foi observado na década de 1970 entre duas teorias de controle e aprendizagem motora: a de circuito fechado e a de circuito aberto. A teoria de circuito fechado explica o controle e a aprendizagem de habilidades motoras por meio de duas estruturas: o traço perceptivo e o traço de reconhecimento. Durante a execução de um movimento o indivíduo compararia o feedback recebido via traço perceptivo e faria as correções cabíveis. O traço perceptivo teria como função, então, a produção do movimento. A escolha e o início do movimento seriam funções do traço de reconhecimento. Nesse caso apenas movimentos lentos, nos quais o feedback pode ser processado concomitantemente à execução do movimento, podem ser explicados. Do outro lado encontrava-se a teoria de esquema que propõe uma forma de explicar o controle e a aprendizagem que acomodava as habilidades motoras realizadas via circuito aberto. Por essa teoria duas estruturas são fundamentais para o controle e aprendizagem de movimentos: o programa motor generalizado, responsável pelas características invariantes dos movimentos, e o esquema, responsável por sua parametrização. A escolha do programa motor generalizado e sua parametrização ocorrem antes do início do movimento, portanto, é possível explicar os movimentos realizados na ausência de feedback. A diferença fundamental entre essas duas teorias está, portanto, no papel desempenhado pelo feedback no controle de movimentos.
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